Ter dificuldades para organizar o orçamento nem sempre tem a ver com falta de informação. Muitas vezes, o que pesa são fatores emocionais, como culpa, vergonha e medo – sentimentos que afetam a forma como as pessoas lidam com o dinheiro no dia a dia.

Para entender melhor essa relação, o Blog BB conversou com o educador financeiro Thiago Godoy, conhecido como Papai Financeiro. Autor do livro Emoções Financeiras, Thiago compartilha sua experiência ao estudar o comportamento de famílias endividadas no Brasil e explica como é possível transformar a vida financeira a partir do autoconhecimento.

Por que lidar com o dinheiro é também uma questão emocional?

Ao estudar mais de 400 famílias brasileiras endividadas, Thiago percebeu que, mesmo entre pessoas com a mesma faixa de renda, os resultados financeiros eram bastante diferentes. A partir disso, passou a investigar o que havia por trás desse cenário. “A renda varia, claro, e lidar com uma renda mais baixa é mais difícil. Mas por que famílias com a mesma renda têm resultados financeiros tão diferentes?”, questiona.

O educador identificou que o comportamento e as emoções influenciam fortemente o modo como cada pessoa administra seus recursos. “A pessoa quer melhorar, quer ter coisas boas, o que é natural e importante. Mas o problema é fazer isso sem ter a condição econômica para tanto. Isso leva a antecipar sonhos, usar o crédito de forma errada”, explica.

Nessa hora, surgem sentimentos como o “eu mereço” ou o desejo de pertencer, que podem levar ao consumo por impulso e comprometer o orçamento.

A dificuldade de priorizar: entre desejos e sonhos

Thiago explica que emoções como culpa e medo costumam aparecer quando não há clareza de prioridades. “O planejamento financeiro é entender o que queremos e colocá-los em ordem. Priorizar é difícil, e o imediatismo aparece quando se troca sonhos por desejos”, afirma.

Ele dá um exemplo prático: “Quem gosta de chocolate pode gastar com chocolate suíço toda semana, um desejo. Mas um sonho seria comer chocolate suíço na Suíça. Planejar é saber abrir mão de algo agora por um benefício maior no futuro.”

Como começar a mudar a relação com o dinheiro

De acordo com Thiago, o primeiro passo é ter clareza sobre o que se quer. Isso vale tanto para quem deseja se organizar quanto para quem já está endividado. “Definir regras, combinados individuais e familiares. Entender sua renda, despesas e se organizar para sair das dívidas, caso existam.”

Para ele, o maior sentimento que afeta quem está endividado é a vergonha. “Não falar sobre isso é o grande problema. A pessoa se endivida, às vezes, não conta para a família.”

Por isso, o primeiro passo é olhar de frente para a situação. “É pegar e olhar: ‘Tá bom, eu estou devendo, mas quanto eu estou devendo?’. Muitas vezes a pessoa acha que deve mais do que realmente deve, e isso gera desespero.”

Após entender o tamanho da dívida, é possível renegociar, avaliar a taxa de juros de cada compromisso, identificar os mais pesados e criar um plano para quitá-los. E, se necessário, buscar ajuda profissional.

Como manter o controle das finanças no dia a dia?

Thiago recomenda buscar estabilidade, sem necessidade de registrar cada gasto. “Eu não sou a favor de anotar absolutamente tudo o que se gasta, porque isso consome muita energia. O mais importante é ter clareza dos seus padrões de gasto fixos, saber sua renda disponível e entender onde é possível reduzir gastos.”

Ele também reforça a importância de planejar compras que não fazem parte da rotina e de manter um padrão que caiba no orçamento. “Isso traz conforto, porque você sabe que seu custo está adequado à sua renda.”

Além disso, formar uma reserva para imprevistos é fundamental.

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A chave está na consciência

Ao conversar com seus seguidores, Thiago se surpreende com a quantidade de pessoas que têm uma boa renda, mas ainda enfrentam dificuldades financeiras. “O quanto pessoas que têm uma renda que poderia deixá-las confortáveis ainda vivem em um caos financeiro. Muitas vezes, é o status, o consumo exagerado, e elas acabam presas em um ciclo de estresse financeiro.”

Para ele, o dinheiro deveria trazer paz, não problemas. E aprender a lidar com a vida financeira é um processo acessível e possível para todos. “Não tenham medo de encarar a vida financeira. Não tenham medo de desejar crescer financeiramente, de buscar seus sonhos. Aprender sobre dinheiro é mais fácil do que parece.”

E conclui: “Todo mundo precisa aprender a lidar com o dinheiro. E, se você tem pouco, comece com o pouco. Se não souber administrar o pouco que tem, não vai saber administrar muito.”

Se você quiser aprender de um jeito leve e prático, vale conferir as outras publicações do Blog BB. Aqui você encontra uma variedade de conteúdos práticos sobre organização financeira, uso consciente do crédito, investimentos e muito mais.

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Gostou de saber mais sobre o lado emocional das finanças? Se esse texto ajudou você a repensar sua relação com o dinheiro, compartilhe-o com quem pode se beneficiar também. E continue acompanhando o Blog BB para mais dicas de bem-estar financeiro com significado e leveza.

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