Entre os dias 31 de outubro e 13 de novembro, foi realizada em Glasgow, Escócia, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, ou COP 26. Chefes de Estado, diplomatas e representantes de quase 200 nações se reuniram com o objetivo de encontrar soluções para zerar as emissões de carbono até 2050, além de limitar em 1,5 ºC o aumento da temperatura de nosso planeta.
Após duas semanas de intensos debates, discussões e negociações até os minutos finais da conferência, foi assinado o documento final do encontro.
Mas, afinal, o que foi conversado na COP 26? O seu saldo é positivo ou negativo?
O fim dos combustíveis fósseis?
Uma das mais importantes discussões da COP 26 ocorreu em torno dos combustíveis fósseis, como carvão, gás e petróleo, apontados como os principais vilões do aquecimento global.
O “Pacto de Glasgow para o Clima”, assinado por todas as nações presentes, prevê uma redução gradativa do uso desses combustíveis. Apesar de ter frustrado alguns chefes de Estado, que desejavam a eliminação total dessa fonte de energia, a inclusão do tema pela primeira vez em uma conferência do clima está sendo vista como uma vitória na luta pela preservação do meio-ambiente.
O acordo final foi costurado pelo próprio presidente da COP 26, Alok Sharma, que não mediu esforços para a construção de um consenso — necessário para a inclusão da proposta no texto final — em torno do tema.
Além da redução do uso desses combustíveis por todas as nações, um conjunto de 40 países realizou um acordo paralelo para a total eliminação do carvão mineral de suas matrizes energéticas, entre 2030 e 2040. O grupo inclui, entre outros, Reino Unido, Polônia e Canadá.
O BB também esteve na conferência
Além de chefes de Estado e diplomatas, outros representantes dos países participantes também estiveram presentes na COP 26, como o presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro.
Em Glasgow, Fausto apresentou a maneira como o BB vem trabalhando em prol do clima, seja apoiando seus clientes a adotarem práticas sustentáveis, seja reduzindo e compensando as emissões de gases de efeito estufa geradas em suas atividades.
Um dos destaques da participação do presidente foi sua explicação sobre a carteira verde do BB, a maior do sistema financeiro brasileiro, com mais de 280 bilhões de reais. Fausto ainda lembrou que, desde 1985, o BB atua em atividades socioambientais, com investimentos sólidos, que já beneficiaram quase seis milhões de brasileiros.
Ana Maria Macedo, gerente executiva de sustentabilidade empresarial do BB, também participou, por videoconferência, da COP 26. Sua fala complementou a de Fausto de Andrade Ribeiro, destacando “o grande repertório de práticas ASG (ambiental, social e de governança)” adotadas pelo banco. “Somos um agente transformador e estamos comprometidos com isso”, afirmou.
Qual o saldo da COP 26?
Mesmo sempre sendo possível fazer mais, o saldo da COP 26 é positivo.
O Brasil, por exemplo, assinou bons acordos setoriais, se comprometendo a trabalhar pelo fim do desmatamento em todo o mundo e pelo corte de 30% nas emissões globais de metano. As metas estão fixadas para serem cumpridas até 2030.
Outros avanços importantes conquistados em Glasgow se referem à utilização de fontes de energia renováveis por empresas. Mais de mil grandes organizações financeiras e instituições de todo o mundo se comprometem a trabalhar com energias limpas e reduzir suas emissões, em um esforço para limitar o aquecimento global a 1,5ºC.
Uma discussão ainda não terminada, cuja resolução ficará para a Conferência do Clima de 2022 (COP 27), a ser realizada no Egito, trata sobre a ajuda dos estados mais ricos às demais nações em desenvolvimento, para auxiliar no combate às mudanças climáticas.
O acordo inicial sobre o tema, traçado há mais de 10 anos, prevê a transferência de ao menos US$ 100 bilhões por ano a esses países. No entanto, ainda não há o consenso necessário para que a transferência de fundos seja posta em prática.
Com o fim da COP 26, agora todas as atenções estão voltadas para a COP 27. Até lá, não podemos nos esquecer: sejam nações, chefes de empresas ou cidadãos comuns, todos nós temos muito trabalho pela frente.
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