— Você vem para minha festa amanhã?

— Desculpe-me, querida. Não posso.

— Por que não?

— Ah, você sabe. O papai está viajando…

Todos os dias, centenas de conversas como essas acontecem por aí, corriqueiramente, em chamadas de vídeo ao redor do mundo.

Aliás, se essa já era uma tecnologia bem difundida, com as restrições de deslocamento e a necessidade de isolamento durante a pandemia de Covid-19, o que se viu foi um incremento vertiginoso do seu uso.

Um bom exemplo disso vem do Google, que reportou uma disparada de 30 vezes no aumento da demanda pelo Google Meet apenas nos três primeiros meses da pandemia, em 2020.

O que talvez você não saiba é que a conversa que você viu no início do texto aconteceu em 1968.

É isso mesmo! Muito antes, portanto, do nascimento dos fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, ambos de 1973, e da criação de todas as outras soluções que permitem conversas assim até em aplicativos de mensagens instantâneas, como o Whatsapp.

Como isso foi possível? Deve ser a pergunta na sua cabeça agora, certo?

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Quando a arte antecipa a tecnologia

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2001 Uma Odisseia no Espaço

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Foi possível porque o diálogo só aconteceu na ficção. Ela está em uma cena clássica do filme 2001 Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, quando o pai, em uma viagem espacial, conversa com a filha em tempo real.

As viagens espaciais de civis ainda estão engatinhando (tá, talvez o Elon Musk e o time da SpaceX discordem), mas a vídeo chamada visionária de 2001 (o filme, não o ano) é um exemplo superbacana de uma das inúmeras vezes em que a ficção científica antecipou tecnologias que se popularizaram muitos anos depois.

Até um prototablet tem por lá. E, acredite, ele já foi usado de referência em uma briga sobre patentes de duas gigantes do setor. Depois de terminar a leitura por aqui, é só dar uma conferida no Google para descobrir qual foi essa treta. 

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Star Wars

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Ajude-me, Obi Wan Kenobi. Você é a minha única esperança. (Leia, Princesa. 1977)

Com essa súplica – em uma galáxia muito, muito distante – a personagem interpretada pela saudosa Carrie Fischer encerra uma mensagem em formato de holograma, reproduzida pelo simpático robô R2D2.

A cena é do episódio IV, Uma Nova Esperança, da saga Star Wars, dirigida por George Lucas.

Vídeos em 3D como esse também já transbordaram da ficção para a realidade, e têm sido usados até mesmo para viabilizar encontros antes impossíveis.

Em 2012, o rapper Snoop Dog fez um dueto com Tupac Shakur, no palco do festival Coachella, nos Estados Unidos. Só que Tupac havia morrido 16 anos antes e apareceu para o público na forma de um holograma.

Curiosamente, no mesmo ano do holograma da princesa Leia, o quarteto sueco ABBA dominava as paradas de sucesso e a cena Disco com a música Dancing Queen.

E, agora, eles também irão ganhar versões em holograma para uma volta aos palcos depois de 40 anos de lançamento do seu último álbum de estúdio.

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De volta para o futuro

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Um dos clássicos do cinema, que mistura aventura e ficção científica, é a saga De volta para o futuro.

São três filmes em que Marty Mcfly e o cientista Doc Brown viajam através do tempo, tendo que consertar alterações provocadas por eles mesmos na linha temporal e na história de diversos personagens da trama.

No segundo episódio, a série, que completou 36 anos em 2021, brinca com a ideia de óculos que lembram muito as funções de wearables que já vimos por aí, como o Google Glass, e, mais recentemente, o modelo anunciado pelo Facebook.    

O gadget da ficção também lembra tecnologias como a Realidade Virtual e Aumentada, que hoje contam com aplicações em diversos campos, do entretenimento à engenharia, passando também pela medicina.

Os óculos atendem a comandos de voz para executar tarefas, como filmar ou fotografar, por exemplo.

Mais do que isso, também podem ser usados para filmar cirurgias e transmiti-las a outros médicos que estão fora da sala de operação.

Uma pena que os skates voadores não estavam por aí em 21 de outubro de 2015, como previsto no futuro fictício do filme. 

Tá, ok, até rolaram uns protótipos aqui e ali. Mas você não vai encontrar um na loja de skate mais próxima. Nem a Fadinha, atleta patrocinada pela BrasilPrev e medalhista na Olimpíada de Tóquio, tem um desses.

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Perspectivas

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Uma das produções científicas mais relevantes de todos os tempos é a saga Jornada nas Estrelas (Star Trek). Duvida? Pergunte a um trekker, como são conhecidos os fanáticos pela série.

É bem provável que você esteja lendo esse post em um celular. Então agradeça a Kirk, Spock e companhia, os tripulantes da nave Enterprise. 

Porque desde os primórdios da série, na década de 60, que todo mundo sonhava com um comunicador, como eram chamados os dispositivos portáteis de comunicação da tripulação.

O que o Doutor Spock nem sonhava é que, hoje, ele poderia até fazer um Pix pelo BB para algum parça do planeta Vulcano, usando o assistente de voz.

Se hoje já falamos em internet das coisas, carros autônomos e viagens espaciais controladas da Terra como uma realidade do presente, imagine o trabalho que a turma da ficção vai ter para imaginar novas versões do futuro.

E aí, qual é a sua aposta para a próxima tecnologia que vai sair das telas e se tornar realidade? Conta para a gente nos comentários!

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