Imagine que você decide assistir a um filme em 3D, no cinema. Lá, coloca os óculos e, durante a sessão, vários efeitos especiais parecem pular da tela direto para o seu assento, tornando aquela experiência muito mais vívida.

Muito legal, não é mesmo? Mas e se houvesse uma forma de enxergar todos os esses efeitos 3D aplicados em situações práticas do dia a dia, fora das telas de cinema, proporcionando uma percepção ampliada da realidade?

Bom, essa tecnologia existe e pode ser chamada de realidade aumentada (RA).

Mais do que um recurso para o entretenimento, a realidade aumentada vem ganhando cada vez mais espaço em diversos setores, com aplicações revolucionárias para a ciência, comércio e até turismo.

Segundo estudo publicado pela consultoria PricewaterhouseCoopers(PwC), a realidade aumentada tem o potencial de gerar um impulso de US$ 1,94 trilhão para a economia global até 2030.

De acordo com os especialistas responsáveis pelo relatório, a tecnologia RA beneficiará todas as indústrias, criando processos mais eficientes, aprimorando o treinamento e oferecendo novas maneiras para as pessoas colaborarem e trabalharem juntas.

A RA também terá um impacto positivo significativo nos setores de saúde e varejo.

A história da realidade aumentada começa na década de 1960. Em 1968, Ivan Sutherland, um cientista da computação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (em inglês: Massachusetts Institute of Technology – MIT), desenvolveu um aparato para duas lentes que podia ser usado como óculos.

Sutherland, olhando através delas, podia enxergar um cubo em 3D, que aparecia desenhado no espaço real em frente ao pesquisador.

Esse experimento, embora rudimentar, serviu como passe para o desenvolvimento da tecnologia que hoje permite a aplicação da realidade aumentada.

Para que serve a realidade aumentada?

Como falamos, a tecnologia da RA permite inserir conteúdo digital no mundo real. E as aplicações para isso são variadas.

No entretenimento, um dos grandes casos de sucesso é o jogo Pokémon GO. Lançado em 2016, rapidamente se tornou um dos jogos mobile mais baixados do mundo.

Com o apelo nostálgico das criaturas de desenho animado que fizeram parte da infância de uma geração, e contam com fãs apaixonados ao redor do mundo, o jogo para celulares atingiu 100 milhões de downloads nas lojas Google Play Store (android) e App Store (iOS) em menos de cinco meses.

Funciona assim: o jogador usa um mapa do mundo real no app do jogo e se desloca pela cidade para procurar e capturar os personagens.

Enquanto ele anda de um ponto para outro, o aplicativo vibra para avisar sobre a presença das criaturas virtuais pelo caminho, que são visualizadas na tela, com o auxílio da câmera. 

Para o usuário, é como se os monstrinhos estivessem de verdade no local para onde a câmera aponta.

O sucesso foi tanto que, em apenas uma semana após seu lançamento, as ações da Nintendo valorizaram em US$7,5 bilhões.

Mas para além das criaturas fictícias de Pokémon GO, crianças e adultos podem aprender mais sobre a imensa biodiversidade do planeta por meio da realidade aumentada.

O Google lançou a funcionalidade de animais em 3D em seu buscador.

Após fazer a busca por diferentes animais, é possível posicioná-los no ambiente, em tamanho real, enquanto eles emitem seus sons típicos e se movimentam no espaço.

Em uma variação recente desta funcionalidade, atletas profissionais que disputaram medalhas nos Jogos Olímpicos em Tóquio também foram disponibilizados em 3D.

Com o smartphone, os fãs e torcedores podem ver seu atleta olímpico favorito em tamanho real, praticando esportes, como skate, corrida ou salto. Tudo isso, independentemente do local em que o usuário esteja. 

Outra aplicação que vem ganhando destaque são as intervenções urbanas que, ao espalhar QR Codes por edifícios e espaços públicos, permitem aos turistas se localizarem, receberem informações históricas e desfrutarem de curiosidades sobre os pontos turísticos, apenas apontando a câmera do celular.

Uma aplicação importante da tecnologia de realidade aumentada que vem se consolidando nos últimos anos é na medicina.

A partir de modelos cada vez mais complexos e realistas, pesquisadores, médicos e cirurgiões passam a ter um entendimento maior dos complexos sistemas e órgãos do corpo humano. 

Isso resulta em diagnósticos e operações mais assertivas.

Um exemplo é o mapeamento superficial de veias subcutâneas, no qual as imagens de veias, que geralmente são invisíveis ao olho nu, são capturadas por câmera infravermelha, processada por um computador e projetada em forma de RA sobre a pele em luz verde.

Desenvolvido inicialmente para facilitar punções venosas nos membros superiores (coleta de sangue, quimioterapia, neonatologia e acesso venoso) também pode ser usado no tratamento de outras doenças no sistema circulatório. 

O campo da engenharia também pode contar com a RA para melhoria de seus processos.

Na engenharia civil, por exemplo, os profissionais podem dispor de dispositivos de navegação que projetam elementos em construções e que também podem ser úteis na manutenção de plantas industriais, mostrando informações específicas sobre o terreno ou mapas tridimensionais.

Qual a diferença para a realidade virtual?

É importante fazer uma distinção: realidade aumentada (RA) não é a realidade virtual (RV).

De maneira bem simplificada, a principal diferença entre as duas tecnologias pode ser  explicada pela forma como os dispositivos que permitem experimentar as duas realidades funcionam.

Os óculos de realidade bloqueiam completamente a visão do mundo real, físico, dos usuários.

É uma experiência de imersão total em um ambiente criado digitalmente.

Ou seja, uma vez desligado é como se você estivesse completamente vendado.

Leia também: Gamificação para engajar clientes

Se a realidade virtual substitui completamente a visão do mundo real, a realidade aumentada acrescenta camadas de informações digitais à realidade.

Ou seja, é uma tecnologia que permite uma movimentação livre, projetando imagens sobre aquilo que você enxerga no mundo real.

Isso permite que a realidade aumentada possa ser aplicada e experimentada em telas de tv, nos celulares, em vidros de automóveis e até em óculos de grau ou de natação, por exemplo.

Como a realidade aumentada pode aprimorar a experiência de consumo?

Móveis em casa

Um exemplo é da indústria de móveis: mesas, cadeiras e outras peças virtuais oferecem ao cliente a possibilidade de ver como aquele objeto se encaixa no ambiente, o que o torna mais confiante para decidir pela compra.

Além disso, é possível fazer medições pela câmera do celular e, por exemplo, encomendar um móvel sob medida com mais segurança e sem sair de casa.

Na moda

Outras indústrias como a da moda e a dos cosméticos também têm se beneficiado da realidade aumentada com os provadores virtuais.

Esses recursos permitem que o consumidor se veja nas roupas que está pensando em comprar.

Também é possível fazer teste de cor para um batom, uma tinta de cabelo ou mesmo uma transformação radical de corte.

Novamente, ter uma noção mais realista de como aquele produto ou serviço vai impactar a vida do consumidor torna a tomada de decisão pela compra mais fácil.

Por meio da realidade aumentada, o consumidor pode saber o preço de uma mercadoria sem perguntar a um vendedor, bastando apenas apontar o celular para peças na loja física. 

Também pode ver, de forma virtual, sugestões e dicas de como montar uma combinação com a peça de roupa que está pensando comprar.

Transformação digital e inclusão

Para as marcas, a tecnologia da realidade aumentada pode ser aplicada para aproximar os clientes, fortalecendo o branding ao trazer para perto produtos e serviços. (Cross com pauta de Branding caberia?)

A evolução e aplicação da realidade aumentada em diversos setores tem se mostrado uma ferramenta central no processo de transformação digital.

A reinvenção do relacionamento entre marcas e clientes também pode se beneficiar com a RA.

Além de ser um avanço tecnológico, a realidade aumentada favorece a inclusão de pessoas com deficiências físicas ou com problemas de mobilidade, por exemplo, criando produtos que se adaptam a qualquer usuário, independentemente de peso, cor ou classe social.

Podemos esperar grandes avanços e diferentes aplicações nos próximos tempos!

E você, curtiu saber mais sobre a realidade aumentada? Conta pra gente nos comentários quais as suas experiências com essa tecnologia! 

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