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]]>Por Yuri Storch, especialista em Estratégia de Alocação
O dinheiro que usamos no dia a dia para comprar um pãozinho, pagar o aluguel e sair para jantar é conhecido como dinheiro fiduciário, e não possui valor intrínseco, ou seja, o que ele vale é com base exclusivamente na fidúcia (confiança) que as pessoas têm na sua validade e usabilidade. E esse pacto é mantido pela credibilidade do sistema financeiro e pela estabilidade econômica do país emissor da moeda.
Não por acaso, em inglês, tanto o verbo confiar como o termo fiduciário, em algumas situações, compartilham do mesmo vocábulo: trust. Esse termo aparece também em alguns ativos financeiros, como nos REITs (Real Estate Investment Trust) e nos investment trusts.
Dessa forma, muitos dos alicerces que sustentam o sistema financeiro são baseados na credibilidade dos seus agentes e na confiança mútua entre eles. E tivemos ao longo da história diversos casos de pessoas que buscaram tirar proveito dessa confiança: podemos citar desde Charles Ponzi, passando por Bernie Madoff até chegar aqui, em terras brasileiras, com o caso da TelexFree, dentre outros mais recentes.
Por vezes, os casos envolveram instituições sérias e competentes, que buscavam executar suas ações dentro dos limites da lei, mas que, por um momento de desconfiança por parte dos seus clientes e de outros agentes, viram tudo ruir.
Em março, observamos alguns eventos nos quais a credibilidade foi abalada, culminando no colapso de grandes bancos.
Nos Estados Unidos, o Silicon Valley Bank (SVB), instituição especializada em startups com mais de US$ 200 bilhões em ativos, sofreu uma “corrida bancária” que levou à sua falência em poucos dias.
O banco possuía em seu balanço diversos títulos adquiridos no período em que a taxa de juros americana estava baixa. Com o aperto monetário executado pelo FED nos últimos meses, esses títulos se desvalorizaram significativamente. Conforme a liquidez do mercado secava, os clientes do SVB começaram a realizar saques para manterem suas atividades, forçando o banco a vender esses títulos com prejuízo.
No dia 8, o SVB anunciou um prejuízo bilionário com esses papéis e que, por esse motivo, planejava vender suas ações. No dia 9, as ações despencaram de valor e a confiança/credibilidade no banco se dissipou, fazendo com que os clientes corressem para sacar seus depósitos. No dia 10, a instituição já havia quebrado.
Temendo um contágio no sistema como o ocorrido em 2008, as autoridades americanas agiram rapidamente e garantiram os depósitos dos clientes no SVB.
Na semana seguinte, foi a vez do Credit Suisse, o segundo maior banco da Suíça. Embora também tenha sofrido com os apertos monetários, a crise de confiança nessa instituição já vinha de outros anos, com prejuízos recorrentes e algumas decisões não acertadas.
A gota d’água veio com um reporte de que existiam “fragilidades” em alguns de seus relatórios anteriores. Foi o suficiente para secar as últimas gotas de confiança que seus clientes e investidores ainda tinham no banco. Como aconteceu com o SVB, as autoridades suíças agiram com rapidez para providenciar liquidez e segurança ao sistema, impedindo um contágio generalizado.
Mesmo com esses acontecimentos, os bancos centrais continuaram suas sequências de apertos: o FED aumentou a taxa de juros em mais 25 bps para a faixa de 4,75% a 5,00% ao ano, e o ECB (Banco Central Europeu) decidiu por mais um aperto de 50 pontos base.
Parte do mercado havia criado a expectativa de que os bancos centrais segurariam os apertos nesse mês por causa da crise bancária. Isso foi refletido na queda abrupta que os títulos do governo americano de 2 e de 10 anos sofreram. No entanto, os dados de inflação e de emprego, ainda muito resilientes, fizeram com que o ciclo de alta não fosse interrompido neste momento.
O S&P 500 acabou se beneficiando desses acontecimentos, pois a queda dos títulos do governo americano tornou mais positiva a expectativa em relação aos ativos de renda variável. O índice fechou o mês com um retorno positivo de 3,51%. Situação similar ocorreu na Europa, onde o MSCI Europe fechou com retorno de 1,96%.
Por aqui, sentimos os efeitos desses movimentos externos na curva de juros, que fechou significativamente na primeira quinzena do mês, colocando ainda mais pressão sobre o Banco Central para a reunião do Copom do dia 22. No entanto, o Comitê decidiu, mais uma vez, manter a Taxa Selic em 13,75% ao ano. Vimos, também, uma saída significativa de capital estrangeiro da bolsa brasileira, sinalizando uma busca por ativos menos voláteis.
Mais para o final do mês, o tão aguardado arcabouço fiscal foi anunciado. Foram apresentadas as principais regras e objetivos, mas o texto com os detalhes mais específicos da proposta não foi divulgado e deverá, ainda, ser debatido no Congresso. No dia do anúncio, o mercado reagiu de forma muito positiva, com a bolsa subindo significativamente. No dia seguinte, entretanto, conforme os analistas digeriam melhor a proposta, muito ganhos do dia anterior foram devolvidos.
A bolsa acabou fechando o mês com um retorno negativo de -2,91%. Os ativos de renda fixa desempenharam melhor, se beneficiando do fechamento da curva: o IRF-M fechou com alta de 2,15%, e o IMA-B com 2,66%.
Para o próximo mês, realizamos duas alterações nas carteiras sugeridas. Nas sugestões de alocação em classes de ativos, aumentamos a exposição em ativos prefixados, retirando este percentual da classe de pós-fixados. Embora todos os pontos e detalhes do novo marco fiscal ainda não tenham sido definidos pelo Congresso e as expectativas para a inflação deste ano ainda estejam acima da meta, há agora um pouco mais de clareza em relação aos rumos do cenário fiscal e da política monetária.
Estamos, também, realizando a troca de um dos produtos sugeridos: no lugar do BB Tesouro Inflação Curta, sugerimos o BB Tesouro Inflação. O primeiro, que se aproveitou muito bem do fechamento da curva nos vértices mais curtos neste primeiro trimestre, entregou um retorno de 4,29% no ano. Para os próximos meses, entendemos que o BB Tesouro Inflação, que possui uma composição com títulos de diversos prazos, pode se beneficiar mais dos movimentos macroeconômicos nos próximos meses.
Como bem escreveu Carlos Drummond de Andrade em seu poema (oportunamente) intitulado Confiança:
“Não te rendas que a vida é isso,
Continuar a viagem,
Perseguir seus sonhos,
Destravar o tempo,
Correr os escombros,
E destapar o céu.”
Na vida, nos relacionamentos e nos investimentos temos sempre que nos atentar em que depositamos nosso tempo, nosso amor, nosso dinheiro e, também, nossa confiança. A vida nos exige isso. Aprendemos com os seus percalços e ajustamos as rotas para seguir viagem.
Para auxiliar nessa jornada, o BB, que conta com mais de 200 anos de história de solidez e credibilidade, disponibiliza um time de gerentes e especialistas que orientam seus clientes e investidores. Desejamos a todos um excelente mês de abril.
Um forte abraço.
Yuri Storch*
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]]>Por Yuri Storch, especialista em estratégia de alocação
Embora tenha sido um mês mais curto, fevereiro não deixou a desejar em termos de eventos importantes.
Iniciamos logo no dia 1º com a decisão do Copom de manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano. Visto que a expectativa de inflação para 2023 ainda está acima da meta de 3,25%, o mercado já aguardava essa decisão. A Ata do Copom, entretanto, reforçou o tom mais firme do Banco Central, que reafirmou seu compromisso de atuar para que a inflação convirja para a meta. Boa parte do mercado internalizou esse recado, postergando as projeções para o início do ciclo de cortes da Selic.
Somado a isso, os dados do IPCA-15 vieram, pelo segundo mês consecutivo, acima das expectativas, mostrando que a inflação ainda permanece resiliente. E, quase no final do mês, tivemos a notícia do fim da desoneração dos combustíveis que, por um lado, pode trazer um impacto positivo para os cofres públicos, mas, por outro, pode contribuir para o aumento dos preços de um item importante para os índices de inflação.
Com esses movimentos, vimos a curva de juros abrir na parte mais longa. Os ativos de renda fixa indexados à inflação, principalmente nos vértices mais curtos, foram mais favorecidos no mês: o IMA-B 5 fechou com retorno de 1,41%, enquanto os ativos prefixados: o IRF-M fechou o mês com 0,86% de retorno, abaixo dos 0,92% do CDI.
No setor privado, após os abalos do caso das Lojas Americanas em janeiro, o mercado de crédito privado sentiu os efeitos dos acontecimentos envolvendo outras 2 grandes empresas em fevereiro. O IDA-Geral, índice da Anbima para acompanhar o mercado de debêntures, retraiu -0,59% no mês.
Na renda variável, a situação foi ainda mais complicada. Sentindo os efeitos do alto custo do dinheiro, do aumento da inflação e da fuga de capital estrangeiro, o Ibovespa caiu -7,49% em fevereiro, revertendo os ganhos de janeiro.
No exterior, o cenário não foi muito diferente: os bancos centrais dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Zona do Euro continuaram o ciclo de apertos monetários, com o objetivo de tentar controlar uma inflação que ainda dá sinais de força nestes países, principalmente quando analisamos o núcleo da inflação.
Nos Estados Unidos, os dados de emprego continuam vindo muito fortes, o que indica que a economia não está desaquecendo. O mercado, então, reavaliou os próximos movimentos do FED, que deve ter que prolongar e/ou intensificar o ciclo de apertos monetários da economia para poder trazer a inflação de volta para a meta.
O S&P, principal índice das bolsas americanas, sentiu esses movimentos e caiu -2,61% em fevereiro. O MSCI ACWI, índice que mensura o desempenho de diversas bolsas ao redor do mundo, sentiu ainda mais, caindo -2,98% no mês.
Considerando este cenário, realizamos uma alteração pontual em nossas carteiras sugeridas: reduzimos a exposição a investimentos no exterior e aumentamos a exposição em ativos pós-fixados. Esse movimento impacta as nossas carteiras dos perfis Moderado, Arrojado e Agressivo.
Historicamente, há uma correlação negativa entre os juros norte-americanos e o desempenho das bolsas globais: quanto mais os juros sobem, pior tende a ser o desempenho dessas bolsas. Visto que houve uma reprecificação de novos aumentos da taxa de juros, e que a bolsa americana está em patamares de preço ainda relativamente caros, essa alteração mais defensiva busca proteger a rentabilidade da carteira dos clientes.
Março contempla uma data muito representativa, o Dia Internacional da Mulher. O marco nos convida a refletir sobre a luta das mulheres que levou décadas para começar a ter algum tipo de resultado, e enfrentou (continua enfrentando) diversos obstáculos e desvios no meio do caminho.
Vale levar essa lição para nossas carteiras de investimento. Os resultados são construídos no longo prazo, e não serão isentos de percalços inesperados. Às vezes precisaremos tomar posições mais defensivas para enfrentar um cenário mais adverso, e, às vezes, poderemos tomar posições mais arriscadas para surfar ventos mais favoráveis.
A história da luta feminina passou por eventos dramáticos como o incêndio em uma fábrica têxtil em Nova York, que levou à criação de leis de segurança e de condições de trabalho, além da figura de Clara Zetkin, que propôs um dia anual de manifestações pelos direitos das mulheres.
A luta feminina pela equidade passa, invariavelmente, pelo crescimento e reconhecimento de sua presença no mercado de trabalho. O dinheiro conquistado, quando bem aplicado, permite a emancipação do indivíduo. Essa afirmação pode ser estendida além das mulheres, para pessoas de todos os gêneros, classes e raças. Seus investimentos podem proporcionar a liberdade desejada.
Assim como a luta feminina tem sido travada há décadas, ou mesmo séculos, e ainda não chegou ao fim, temos que entender que a batalha dos seus investimentos também exige um planejamento de longo prazo para trazer os resultados esperados.
Para auxiliar nessa jornada, nosso time de gerentes e especialistas está à disposição. Desejamos a todos um excelente março.
Um forte abraço
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]]>Virada de ano é sempre um momento de reflexão. Pode ser somente a magia do Ano-Novo, mas quando o relógio bate meia-noite, a sensação é de oportunidade de um recomeço. Paramos para olhar para trás, analisar o ano que passou e desenhar novas metas para o ano que se inicia. Das tradicionais “perder peso”, “ler vários livros”, até iniciar um novo hobby, desenhamos planos, traçamos objetivos e fazemos promessas.
Em nossas carteiras sugeridas, também aproveitamos o momento para revisitar nosso modelo. Analisamos o desempenho dos ativos ao longo do ano, prospectamos os retornos possíveis para o futuro, e reavaliamos os riscos para buscar entregar o melhor retorno possível de acordo com cada perfil de investidor.
E 2022 foi um ano intenso, marcado pela volta da renda fixa como um dos principais ativos para se investir. Na busca para conter a inflação, o Copom elevou a taxa Selic. Assim, os ativos de renda fixa tiveram um bom desempenho, principalmente os pós-fixados atrelados ao CDI. Já para a bolsa, o efeito foi inverso: com o custo de captação mais caro, as empresas tendem a reduzir os investimentos, desacelerando a economia.
No segundo semestre, a disputa eleitoral se encerrou com uma mudança de governo e pode trazer novos direcionamentos para os anos seguintes. Ainda no final de dezembro, foi aprovada a PEC da Transição, que pode trazer reflexos no quadro fiscal de 2023 e, consequentemente, na duração do atual ciclo monetário.
No campo internacional, iniciamos o ano de 2022 com grande expectativa de melhora da economia, com o destravamento dos mercados com o fim da onda da variante Ômicron. No entanto, logo em fevereiro, um conflito geopolítico no leste da Europa abalou novamente os mercados, mudando a dinâmica dos fluxos de capitais.
Enquanto isso, os países desenvolvidos também enfrentaram fortes pressões inflacionárias, como não se via há décadas. Tanto o FED como o Banco Central Europeu iniciaram uma escalada de apertos monetários para conter essas pressões, que começaram a surtir efeitos no ritmo da economia.
E, na China, quando as políticas de controle da Covid-19 começaram a ser atenuadas no final do ano, o país foi tomado por uma nova onda do vírus, que se mostra um obstáculo para o retorno do ritmo do crescimento.
Para 2023, temos duas grandes questões no cenário externo, que podem fazer a economia global retomar seu crescimento: primeiro, quando será o ponto de inflexão em que o FED irá voltar a abrandar os apertos monetários; e, segundo, quando a China conseguirá ser menos impactada pelas políticas de restrição da Covid-19.
Considerando os dois pivôs do cenário internacional citados, voltamos a ter uma exposição a ativos internacionais nas nossas carteiras. Embora em um percentual ainda reduzido, a diversificação entre as classes permite agregar valor às carteiras dos investidores.
Incluímos, também, uma nova classe de ativos em nossas sugestões: a de Crédito Privado. A tendência é de que, ao longo de 2023, a renda fixa continue sendo uma classe de destaque. Assim, podemos buscar um alfa em relação a esses índices, diversificando nosso portfólio não apenas em títulos públicos, mas também em títulos privados. Apesar desses papéis terem um risco de crédito mais elevado, podem favorecer maiores retornos.
Além disso, devido ao quadro fiscal e à abertura da curva de juros, reduzimos um pouco a exposição nos prefixados e aumentamos a exposição nos indexados à inflação. E, dentre os produtos recomendados, substituímos a sugestão para o BB Renda Fixa Tesouro Inflação Curta, considerando as maiores possibilidades de ganho nos vértices mais curtos da curva.
Dentre as sugestões para a nova classe, temos a inclusão do BB Crédito Privado Plus, em que o gestor busca oportunidades nas negociações de papéis de empresas, para entregar maior valor aos cotistas. Já na classe de ativos internacionais, incluímos a sugestão do BB Ações Globais Ativo, que busca, por meio de uma gestão ativa, superar o ACWI World Index e conta com hedge cambial para proteger os investidores das oscilações cambiais.
Tenha você estabelecido grandes ou pequenas metas para 2023, estaremos aqui ao longo do ano trazendo as atualizações do mercado e nossas sugestões de investimentos para ajudá-lo a alcançar os seus objetivos. O nosso time de gerentes e especialistas está à disposição para auxiliar na sua jornada de investimentos. Desejamos a todos um excelente novo ano cheio de oportunidades.
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]]>Por Vicente Lo Duca, CGA, CFP®, Especialista em Estratégia de Alocação do BB
No mês de setembro, o cenário inflacionário, tanto interno quanto externo, predominou entre os fatores de maior impacto nos mercados, como havíamos destacado em nossa última análise.
Nos EUA, o aumento da taxa de juros e as declarações de Jerome Powell indicaram manutenção do posicionamento mais severo do Banco Central Americano frente à inflação. E na Europa, a redução dos impostos na tentativa de atenuar os aumentos de preços de energia gerou um movimento de risk-off (aversão ao risco por parte dos grandes investidores) dos ativos de mais risco. Dessa forma, os índices de ações globais, como S&P500 e MSCI ACWI, fecharam em acentuada queda, na ordem de -9,34% e -9,74%, respectivamente.
Já no ambiente local, apesar da volatilidade e a despeito cenário eleitoral, a bolsa brasileira fechou setembro no campo positivo, com leve alta de 0,47 %, atingindo os 110.036 mil pontos.
Na renda fixa, tanto os prefixados (IRF-M:1,40%) quanto os indexados (Ima-B: 1,48%) superaram o CDI de 1,07%, reflexo do movimento de fechamento da curva de juros, devido ao fim do ciclo de aumento da taxa Selic. Diante deste cenário, nossas carteiras fecharam o mês no campo positivo, com destaque para as carteiras de perfis Conservador, Arrojado e Agressivo, que superaram o CDI.
Para o próximo mês, apesar da possibilidade de bear market rally (recuperação mesmo sem uma mudança na tendência de queda mais geral) no mercado americano, ainda acreditamos que o Fed deverá manter o processo de aperto monetário nos EUA, o que pode desencadear uma recessão nesta economia e desvalorização dos ativos de risco, o que impactaria a percepção de riqueza das famílias americanas e ajudaria no combate à inflação. Este fator, aliado aos desafios na Europa, como inflação, impactos do conflito militar e desafios fiscais, nos faz acreditar ser mais prudente não termos posições em investimento no exterior em nossas carteiras.
Para a renda variável local, também mantivemos nosso posicionamento inalterado em relação aos últimos meses, pois já carrega uma exposição relevante, com potencial de capturar as oscilações causadas pela continuidade na disputa eleitoral.
Na renda fixa, considerando a desaceleração dos dados de inflação e a expectativa de que o Banco Central deverá manter o patamar da Selic, optamos por aumentar nossa exposição em prefixados e mantivemos posição menor em indexados à inflação, trabalhando em todos os vértices da curva, inclusive os mais longos que são mais impactados pelas variações na expectativa da taxa de juros.
Por fim, na classe de multimercados, aumentamos nosso posicionamento, devido à capacidade dos gestores selecionados em nosso portfólio de capturar de forma positiva as nuances do mercado, com desafios em ativos globais externos, oportunidades na renda fixa global e local e na bolsa brasileira. Especificamente na carteira de perfil Conservador, incluímos o fundo BB Multimercado Macro no lugar do BB Renda Fixa Ativa Plus.
Caro investidor, apesar dos pontos de atenção, acreditamos que podemos aproveitar estes momentos para gerar alfa para nossos clientes. Para isto, conte com o apoio dos nossos gerentes e especialistas para auxiliá-los nesta jornada.
Consulte todas as nossas Carteiras Sugeridas.
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]]>Por Vicente Lo Duca, CGA, CFP®, Especialista em Estratégia de Alocação do BB
No último mês, o cenário inflacionário e a política monetária contracionista adotada pelo Banco Central americano, o FED, têm causado grande expectativa sobre uma possível recessão na principal economia mundial. A conjunção destes fatores gerou um movimento de aversão ao risco em praticamente todos os mercados de risco globais, como pôde ser observado pelo S&P 500 que teve queda de 8,4% e o MSCI AXWI que fechou em -8,6%.
Já na renda variável local, além da pressão causada pelo cenário externo, as questões fiscais também contribuíram para queda do Ibovespa de 11,5% no mês que, apesar de significativa, ainda mantém a Bolsa brasileira com a melhor performance entre os pares emergentes no ano, com queda de 6,0%.
Na renda fixa, o desempenho foi melhor que na renda variável, mas além das questões fiscais, as expectativas do mercado sobre a continuidade de manutenção da taxa Selic em patamares mais elevados por mais tempo também fizeram o preço e os principais índices prefixados e indexados à inflação fecharam o mês abaixo do CDI (IRF-M: 0,36% / IMA-B:-0,36%).
Mesmo diante deste contexto, com retornos negativos nos principais mercados e bastante volatilidade, nossas carteiras de alocação conseguiram amortecer este impacto e diminuir os níveis de perda para nossos clientes, sendo no máximo de -2,67% no perfil Agressivo, -1,77% no perfil Arrojado, -0,74% no perfil moderado e destaque para a carteira conservadora que obteve retorno positivo de 0,91%.
Para o próximo semestre, enxergamos que diversos fatores poderão afetar os mercados, tanto de forma positiva quanto negativa. Assim como na física, a Segunda Lei de Newton nos diz que a aceleração obtida por um corpo é diretamente proporcional à força resultante aplicada sobre o corpo, isto é, para que um corpo possa sofrer mudanças de velocidade, é necessário que as forças que atuam sobre ele não se anulem. No mercado, prevalecerão os fatores que exercerem maior impacto.
Assim, de um lado identificamos a resiliência da inflação americana e consequente aumento de juros pelo FED, o risco crescente de recessão americana, inflação na Europa e aceleração do aperto monetário pelo BCE. E do outro a reabertura da China pós covid-19 e retomada da economia, além da possibilidade de termos passado pelo pior momento no âmbito inflacionário americano; avaliamos que a força resultante poderá pender para o campo negativo.
Diante deste cenário, fizemos alterações táticas e na seleção de produtos, com o objetivo de diminuir a volatilidade das carteiras e proteger o patrimônio dos clientes, sem abrir mão de buscar oportunidades de retorno.
Taticamente, retiramos a exposição em investimentos no exterior e mantivemos as demais alocações iguais às do mês passado, que já estavam reduzidas em prefixados e com maior posicionamento na classe de multimercados.
Na seleção de produtos, fizemos diversas mudanças, que detalhamos a seguir:
Excluímos os fundos BB Juros e Moedas e BB Macro e incluímos o fundo BB Renda Fixa Ativa Plus, que busca capturar ganhos por meio de estratégias ativas no mercado de Renda Fixa.
Excluímos o fundo BB Espelho Occam Equity Hedge e incluímos o fundo BB Multimercado Multigestor Plus, que oferece a possibilidade de o cliente acessar diversos gestores renomados, de forma simples e prática e com a expertise dos especialistas do BB nesta seleção.
Excluímos os fundos BB Espelho Occam Equity Hedge e BB Multiestratégia, incluímos o fundo BB Espelho Legacy e o fundo BB Multimercado Multigestor Plus.
Excluímos o fundo BB Espelho Occam Equity Hedge e incluímos o fundo BB Espelho JGP Strategy, além de diminuir a exposição ao fundo BB Multiestratégia
Por fim, nos perfis que possuem exposição à renda variável local, diminuímos a posição no fundo BB Ações Quantitativo e incluímos o fundo BB Espelho Navi Long/Short, que oferece possibilidades de capturar ganhos mesmo em um mercado de baixa na bolsa local.
Caro investidor, lembre-se que investir é uma ação de longo prazo e que oscilações no curto prazo são naturais. O importante é estar com seus investimentos alinhados ao seu perfil de investidor e, claro, poder contar com informações e assessoria de qualidade, neste e em todos os momentos. E você pode contar com todo o time de gerentes e especialistas do Banco do Brasil.
Até agosto.
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]]>No momento, o Banco Central (BC) vem elevando a taxa que, das mínimas históricas de 2%, já foi levada aos atuais 13,25% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho. Esse aumento impacta desde o preço do pãozinho até os juros dos empréstimos e pode favorecer alguns tipos de investimento.
Mas, antes de falarmos sobre isso, é preciso entender um pouco mais sobre a Selic, como ela funciona e para que serve.
Assim como os bancos emprestam dinheiro a seus clientes, as próprias instituições financeiras emprestam recursos entre si. E essas operações ocorrem, basicamente, porque os bancos precisam ter recursos mínimos para realizar suas movimentações em determinado dia. Quando uma instituição não consegue atingir esse recurso mínimo, recorre a outro banco, tomando esse valor emprestado. Geralmente essa situação se normaliza em apenas um dia útil, por isso dizemos que são operações de curtíssimo prazo.
Quando a garantia dada para essa transação são títulos públicos, ela é registrada no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), e a taxa cobrada é a Selic. Se a operação é feita sem a garantia de títulos públicos, a taxa denominada Certificado de Depósito Interbancário, o CDI (lembra dele?).
O CDI é um dos principais indicadores quando falamos de investimentos. Você já teve ouvido, em algum momento, algo do tipo: este investimento rende 80% do CDI, certo? O CDI anda lado a lado com a Selic, com uma pequena variação. Então, se a Selic sobe, os investimentos ao CDI vão render mais, se cai, vão render menos. E por aí vai.
Como falamos, a Selic, ou taxa básica de juros, é a referência para as demais taxas de juros, como as taxas de empréstimos, cartões de crédito e cheques especiais, por exemplo.
Na prática, isso quer dizer que se você pretende pegar dinheiro emprestado, uma Selic alta vai influenciar a taxa de juros do empréstimo, que tende a ficar mais caro. E vice-versa: com a Selic mais baixa, um novo empréstimo provavelmente será mais em conta.
Com uma taxa de juros mais elevada os juros praticados na economia tendem a aumentar o quem desestimula o consumo da população, segura os investimentos das empresas e, consequentemente, contém a inflação.
A Selic também afeta indiretamente o câmbio, influenciando no valor do real em relação a outras moedas. De uma forma geral, quando a Selic aumenta, os investimentos financeiros em renda fixa pós-fixados no país passam a ser mais atrativos para estrangeiros. A entrada de dólares no país favorece o fortalecimento do real frente à moeda norte-americana, caso outros fatores que influenciam o câmbio fiquem neutros.
O principal motivo para os últimos aumentos na Selic é a busca pela contenção da inflação, que acumulou 11,73% nos últimos 12 meses (referência maio/2022). E por que é que mesmo com estes aumentos recentes da Taxa Selic, a inflação continua subindo?
Nos últimos anos observamos a elevação global dos preços das commodities. O aumento do trigo, boi gordo e petróleo nos mercados internacionais, eleva os preços do pãozinho, da carne de panela e da gasolina no seu bairro. Pensa num carro a 100km/h, até ele parar depois dos freios acionados, um bom caminho é percorrido.
A resposta da inflação ao aumento das taxas de juros responde de forma parecida. Leva algum tempo até que o aumento generalizado dos preços seja contido pelas políticas econômicas dos governos.
Quem define a manutenção, aumento ou redução da Selic é o Comitê de Política Monetária, o famoso Copom. Subordinado ao Banco Central, o Comitê foi inspirado no modelo americano, o FOMC – Federal Open Market Committee.
Cada reunião do Copom é acompanhada sob o olhar atento dos grandes investidores. Não só pelo posicionamento em relação à Selic, mas também pelo conteúdo do relatório divulgado após a decisão. O documento é rico em informações sobre como o Comitê enxerga o cenário econômico, bem como oferece alguma margem para projetar futuras decisões do órgão.
No último dia 15, o Copom anunciou o 11º aumento consecutivo da Taxa Selic desde o início do ciclo de alta, em março do ano passado. Essa última alta levou a taxa básica a 13,25%, atingindo o seu maior patamar desde 2017.
Conforme o Comitê sinalizou na última ata, ainda existe possibilidade de nova elevação para a próxima reunião. Por isso, é sempre bom ficar de olho no comunicado e na ata.
Para o investidor, o cenário de alta da Selic traz novas oportunidades na renda fixa, especialmente em títulos pós-fixados. É o caso do Tesouro Selic, que acompanha diretamente a Selic e de títulos privados como CBD, LCA e LCI, que estejam atrelados ao CDI.
Na prática, isso significa que, com uma Selic em 13,25% a.a., estes investimentos podem apresentar rentabilidades acima de 1% ao mês, tornando-se bastante atrativos para o investidor que busca retornos em investimentos de menor risco.
Mas vale lembrar que os títulos do Tesouro Direto e os CDBs não são isentos de Imposto de Renda. Eles seguem a tabela regressiva e o imposto é retido na fonte. Já as Letras de Crédito, como LCA e LCI, contam com isenção de Imposto de Renda, mas é importante verificar o período de carência mínimo de 90 dias.
Além disso, ativos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA são uma opção para os clientes que querem proteger seu patrimônio da inflação. Lembrando, é claro, que o retorno é garantido para quem resgata o título no vencimento.
Está claro que as mudanças na taxa Selic são frequentes e afetam diretamente os investimentos. Por isso, ter uma carteira diversificada, preparada para estes movimentos é regra para o investidor inteligente. Adotando essa estratégia, você protege seu patrimônio, potencializa a rentabilidade e ainda mitiga os riscos, sempre obedecendo os limites do seu perfil de investidor.
A dica é sempre ficar de olho nas movimentações do mercado para aproveitar as oportunidades e, para isso, você pode contar com as nossas Carteiras Sugeridas BB. Nelas você encontra as sugestões dos nossos especialistas, sempre pensando no melhor para te ajudar a alcançar os seus objetivos.
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