semana de arte moderna – Blog do Banco do Brasil // Fri, 07 Oct 2022 20:47:42 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.9.9 Dia Nacional das Artes: mergulhe na Semana de 22 //dia-nacional-das-artes-mergulhe-na-semana-de-22/ //dia-nacional-das-artes-mergulhe-na-semana-de-22/#comments Fri, 12 Aug 2022 19:02:58 +0000 //?p=5595 Brasilidade Pós-Modernismo celebra um século desse marco cultural. Prestigie a exposição presencialmente ou online

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Que tal um #sextou diferentão? Em 12 de agosto, comemora-se no Brasil o Dia Nacional das Artes¹. Se você desconhecia a data ou ainda não programou nada para o dia, o Blog BB tem uma dica imperdível para você.

Em comemoração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, evento que mudou os rumos da produção artística no país, o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) realiza a mostra Brasilidade Pós-Modernismo.

Essa exposição chama a atenção para as diversas características da arte contemporânea brasileira do século passado e da atualidade.

A existência dessas manifestações artísticas se deve principalmente à ousadia cultural proposta pelo Modernismo, movimento que revolucionou e renovou a produção de arte no Brasil.

100 anos da Semana de Arte Moderna de 22 no CCBB

Em 1922, entre os dias 11 e 18 de fevereiro, aconteceu a Semana de Arte Moderna, que marcou o início do movimento modernista no Brasil. Realizada no Theatro Municipal de São Paulo, apresentou obras das mais variadas áreas, sobretudo artes visuais, dança, literatura e música.

O Modernismo no Brasil surgiu inspirado na renovação das artes protagonizadas pelas vanguardas europeias. O intuito era trazer essa tendência para a cena artística do nosso país. Liderado por nomes como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Heitor Villa-Lobos, o movimento da Semana de 22 não foi bem recebido por aqui.

Na época, a crítica especializada esperava um retorno ao clássico, apoiado pelo Parnasianismo, escola literária que retomou valores estéticos da antiguidade.

Para se ter uma ideia, a Semana da Arte Moderna de 1922 sequer chamou a atenção da mídia, que apenas publicou pequenas notas sobre o evento.

No entanto, o Modernismo no Brasil deixou uma grande herança cultural que merece ser celebrada até hoje. O movimento ajudou a desvencilhar a produção artística nacional dos modelos europeus e inaugurou um novo momento da cultura nacional em sua essência, conferindo protagonismo a elementos característicos da identidade brasileira.

É justamente para celebrar a relevância da Semana de 22 que o CCBB realiza a mostra Brasilidade Pós-Modernismo, e reúne trabalhos de 51 artistas em celebração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna.

Com obras produzidas entre a década de 1960 e os dias atuais, a mostra exibe criações de artistas de diversas gerações, etnias e procedências geográficas. Entre os realizadores, nomes como Anna Bella Geiger, Beatriz Milhazes, Daiara Tukano, Fábio Baroli, Farnese de Andrade, Rosana Paulino e Tunga.

A exposição, que já passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, está atualmente em Belo Horizonte e pode ser visitada online, sem sair de casa.

A seguir veja mais sobre a exposição no CCBB e programe-se para visitá-la.

Brasilidade Pós-Modernismo

Em cartaz no CCBB Belo Horizonte até 19 de setembro, a exposição tem como objetivo celebrar os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, apresentando traços, remanescências e conquistas que o movimento trouxe às artes plásticas do Brasil.

A Brasilidade Pós-Modernismo é organizada em seis núcleos temáticos: Liberdade, Futuro, Identidade, Natureza, Estética e Poesia. Pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, instalações e novas mídias poderão ser apreciadas na exposição.

De acordo com Tereza de Arruda, curadora artística da mostra, por meio desse conjunto plural de obras, “a brasilidade se mostra diversificada e miscigenada, regional e cosmopolita, popular e erudita, folclórica e urbana”.

O CCBB Belo Horizonte fica na Praça da Liberdade, 450, no bairro Funcionários, e a exposição, montada nas galerias do 3º andar, pode ser visitada de quarta a segunda, das 10h às 22h. A entrada é gratuita. Para adquirir os ingressos, basta retirar na bilheteria do CCBB ou pelo site Eventim.

Sem sair de casa: visite a exposição virtual

Para quem está em outras cidades, a mostra Brasilidade Pós-Modernismo pode ser acessada pela tela do celular, computador ou tablet.

Por meio de um sistema de câmera com movimento 360º e zoom, é possível passear por todo o espaço do CCBB e conferir as obras de todos os artistas presentes na exposição.

A exposição pode ser acessada por meio deste link, no qual o visitante clica em cada uma das obras para ampliar as imagens e ter acesso a opções de informação em texto ou em áudio.

Quem acessa a tour virtual recebe informações relativas à curadoria de Tereza de Arruda. É como se fosse um tour guiado, diretamente do conforto da sua casa.

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Conheça o CCBB e os seus catálogos digitais

Os Centros Culturais do Banco do Brasil estão presentes em quatro grandes capitais brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte) e contam com espaços multidisciplinares.

Ao longo de mais de três décadas de existência, os CCBBs acumulam em torno de 100 milhões de visitas e mais de 4.500 projetos realizados. Para o banco, que mantém esses centros, é fundamental o investimento em cultura no Brasil, o que permite experiências imersivas para sociedade, clientes, funcionários e parceiros.

As exposições não se limitam somente aos espaços físicos. Por meio do acervo digital, é possível acessar todas as atividades culturais em um só lugar. O catálogo conta com artes cênicas, plásticas, cinema, música e programas educativos. Os formatos disponíveis são vídeos, podcasts, lives, playlists e tours virtuais. Além disso, é possível fazer downloads de catálogos com produções editoriais.

Aproveite para conhecer as programações disponíveis nos CCBBs.

¹ Saiba mais sobre o Dia das Artes

A data faz referência a duas leis (nº 6.533 e 82.385), sancionadas em 1978, que regulamentam a profissão de artista, técnico em espetáculos e diversões e mais de outras 100 profissões ligadas à área.

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Entre gênios e vaias: os 100 anos da Semana de Arte Moderna //semana-de-arte-moderna/ //semana-de-arte-moderna/#comments Fri, 14 Jan 2022 13:25:25 +0000 //?p=3288 Conheça o movimento que revolucionou a arte e a cultura do Brasil

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“Os velhos morrerão!”, berrava, destemido, o poeta Mário de Andrade para o público que o vaiava durante seu discurso na Semana de Arte Moderna de 1922. 

A fala do escritor e a reação do público resumem bem o significado do evento que mudou para sempre o panorama das artes brasileiras: o novo pedia, forçava, passagem, mesmo que a plateia não estivesse pronta para tamanha revolução.

Mas vamos entender melhor o que aconteceu até a célebre fala. E, claro, as repercussões do famoso evento.

Marco do início do movimento modernista no Brasil, a Semana de 22, como também é conhecida, aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, e reuniu artistas de diversas áreas.

Inspiradas no cenário de renovação da arte ocidental e na vanguarda europeia, as obras apresentadas visavam a inserir novas tendências de arte no panorama brasileiro.

Dessa maneira, conferências, recitais de poesia e apresentações musicais alternavam-se com exposições de arquitetura, escultura e pintura. 

O evento trouxe definitivamente a arte moderna para a realidade cultural brasileira. E sua influência é sentida até hoje na criação artística nacional.

Como foi a Semana de Arte Moderna de 1922? 

A semana foi articulada e organizada pelo escritor Mário de Andrade, o também escritor Oswald de Andrade e o artista plástico Di Cavalcanti. Os eventos foram realizados no célebre e belo Theatro Municipal de São Paulo. 

Semana de Arte Moderna, Banco do Brasil
Foto: Prefeitura Municipal de São Paulo

No saguão, foi instalada uma exposição de escultura e pintura. As obras de artistas como Victor Brecheret, Di Cavalcanti e Anita Malfatti chocaram o público brasileiro, nada acostumado às novas estéticas e formas de representação que o modernismo propunha. 

Aliás, ao longo do evento, era comum ouvir burburinhos e vaias dos visitantes pelos corredores e salões do teatro. 

A Semana de Arte Moderna também teve espetáculos de dança, música, conferências e leitura de poesias. O intelectual e escritor Graça Aranha abriu o festival, no dia 13, com a palestra “A emoção estética da arte moderna”, recitando versos de Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida, seguido de canções executadas pelo maestro Ernani Braga.

O auge aconteceu em 15 de fevereiro, quando o modernismo literário causou indignação e confusão no público, sobretudo a palestra de Mário de Andrade, “A escrava que não é Isaura”, que defendia o abrasileiramento da língua portuguesa, e a conferência do poeta Paulo Menotti del Picchia, sobre estética moderna. 

Durante seu conturbado discurso, Mário precisou berrar para ser ouvido em meio à gritaria. Por isso, decidiu ler seu manifesto na escadaria interna do teatro. Destemido, o poeta urrava para o público a famosa frase que ficou para a posteridade: “os velhos morrerão!”.

Vinte anos mais tarde, o autor relembrou o episódio na obra “O Movimento do Theatro”, dizendo: “como pude fazer uma conferência sobre artes plásticas, na escadaria do Theatro, cercado de anônimos que me caçoavam e ofendiam a valer?”.

O evento de encerramento foi focado em música, com a execução de três peças de Heitor Villa-Lobos. Em mais um fato que entrou para a história da conturbada semana, o maestro e compositor subiu ao palco calçando um sapato em um pé e um chinelo no outro. Como era de se esperar, foi vaiado. 

O público considerou a atitude desrespeitosa. No entanto, Villa-Lobos depois justificou-se, esclarecendo que se apresentou dessa forma porque estava com um calo no pé. 

O maestro Villa-Lobos, na foto com a cantora Bidú Sayão, foi vaiado por entrar de chinelo no palco da Semana de 22 (Foto: Arquivo Nacional)
O maestro Villa-Lobos, na foto com a cantora Bidú Sayão, foi vaiado por entrar de chinelo no palco da Semana de 22 (Foto: Arquivo Nacional)

De toda maneira, o fato faz parte da grande lista de choques, questionamentos e incômodos causados durante a semana por aqueles artistas jovens e revolucionários.

A oposição de Monteiro Lobato

Em dezembro de 1917, quase cinco anos antes da Semana de Arte Moderna, o escritor Monteiro Lobato publicou, no jornal O Estado de S. Paulo, um artigo intitulado “Paranoia ou mistificação?”, no qual criticava a estética modernista.

No texto, Lobato classificou a arte segundo seu próprio entendimento, fazendo menção a dois tipos de artistas: “os que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura” e os que “veem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes”. O autor incluiu a pintora Anita Malfatti no segundo tipo e, a partir daí, iniciou-se o conflito.

Seu entendimento sobre arte era tão distante do Modernismo que a palavra “paranoia”, utilizada no título, veio da ideia de que a nova arte seria mais adequada em manicômios, pois, de acordo com ele, só poderia ter sido gerada de uma lógica psicótica.

Dois meses após os eventos de fevereiro de 1922, Mário de Andrade rebateu e provocou Lobato no prefácio de seu novo livro, “A escrava que não era Isaura”: “passadista é o que faz o papel de carro de boi numa estrada de asfalto. […] O passadista procura na obra de arte a natureza e, como não a encontra, conclui: paranoia ou mistificação”. Com isso, Mário definiu a posição de Monteiro Lobato como diametralmente oposta ao Modernismo: a de um passadista.

O conservadorismo em momentos de ruptura estética

A falta de receptividade do público na Semana de Arte Moderna de 1922 não foi inesperada e surpreendente. Na verdade, a reação negativa era comum e até mesmo esperada, sobretudo ao avaliar o contexto histórico da arte em momentos de ruptura estética.

Um exemplo emblemático é a primeira exposição pública impressionista, realizada em 1874, na França. Desconcertado diante do novo estilo de pintura, o público teve uma impressão de rudeza e de esboços sem formas, ridicularizando as obras.

O nome do movimento que ali surgia, Impressionismo, vem, aliás, de um quadro de Claude Monet. Ao escrever sobre a mostra, o crítico Louis Leroy usou o termo “impressionistas”, com referência à pintura “Impression, soleil levant” (Impressão, nascer do sol). 

A exposição teve ainda a presença de pintores que hoje figuram entre os mais importantes da história, como Renoir, Degas e Cézanne, cujas obras estão expostas em museus por todo o mundo. 

E o Impressionismo, como se sabe, é um dos mais apreciados estilos de pintura. Tudo graças a artistas que, inconformados com as regras vigentes, decidiram subvertê-las.

Principais características da Semana de 22

O objetivo dos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna era revolucionar a arte brasileira.

Para isso, os participantes não hesitaram em escandalizar o público, que ainda estava apegado aos tradicionais padrões europeus e preso ao conservadorismo da arte.

Nesse sentido, podemos dizer que as principais características do evento foram

  • Experiências estéticas;
  • Liberdade de expressão;
  • Fim de composições formais;
  • Abordagem do dia a dia brasileiro;
  • Abandono dos padrões da Academia;
  • Crítica ao movimento literário parnasiano, então em voga;
  • Valorização do nacionalismo por meio de temáticas nacionais;
  • Uso de linguagem coloquial e vulgar para se aproximar da falada;
  • Inspiração em vanguardas europeias (dadaísmo, expressionismo, futurismo, surrealismo, cubismo etc.).

Repercussão e herança

Como toda mudança, especialmente quando inserida em um cenário extremamente conservador, o Modernismo não foi aclamado pela crítica, que na época apoiava o parnasianismo (escola literária que defendia o retorno aos ideais clássicos).

Dessa forma, a Semana de Arte Moderna não teve grande repercussão. Ela mal chamou a atenção dos jornais, que dedicaram apenas pequenas colunas de suas páginas ao evento.

No entanto, com o passar do tempo, alcançou uma imensurável importância histórica.

Em uma conferência realizada em 1942, em comemoração aos 20 anos da semana, Mário de Andrade declarou que “o Modernismo, no Brasil, foi uma ruptura, foi um abandono de princípios e de técnicas consequentes, foi uma revolta contra o que era a inteligência nacional”.

Seus efeitos foram percebidos no decorrer de toda a década de 1920 e romperam a década de 1930, influenciando toda a literatura brasileira ao longo do século XX. Aliás, grande parte do que é feito hoje no País também nas artes plásticas e na música está, de certa forma, relacionada ao Modernismo.

CCBB: Brasilidade Pós-Modernismo

Em comemoração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) abriu a mostra Brasilidade Pós-Modernismo, com obras de 51 artistas.

Após passagem pelo Rio de Janeiro, a exposição chegou a São Paulo no dia 15 de dezembro e ficará aberta à visitação até 7 de março de 2022.

A curadoria foi feita pela historiadora de arte Tereza de Arruda. Entre os artistas contemporâneos que terão suas obras expostas estão Ernesto Neto, Anna Bella Geiger, Adriana Varejão, Cildo Meireles e Arnaldo Antunes.

“Esta exposição não é idealizada com o olhar histórico, mas sim focada na atualidade, com obras produzidas a partir de meados da década de 1960 até o dia de hoje, sendo algumas inéditas, ou seja, já com um distanciamento histórico dos primórdios da modernidade brasileira”, explica Tereza.

Serão apresentadas pinturas, esculturas, desenhos, novas mídias, fotografias e instalações, distribuídas em seis núcleos, intitulados Liberdade, Futuro, Identidade, Natureza, Estética e Poesia.

No primeiro núcleo, Liberdade, a mostra reflete sobre as indagações e confusões do colonialismo brasileiro, entre 1530 e 1822.

Já no segundo, Futuro, o foco é Brasília, reunindo desenhos e gravuras de grandes arquitetos, como Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi e Lúcio Costa.

Mas tem muito mais para ver! Aproveite a oportunidade e agende a sua visita à exposição Brasilidade Pós-Modernismo, no CCBB São Paulo. 
E se quiser saber mais sobre o Centro Cultural do Banco do Brasil, acesse nosso conteúdo CCBB – legado e inovação.

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