The post Mulheres na cultura: competência, amizade e diversidade à frente do CCBB RJ appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>Sororidade. O termo define a relação de conexão, afeição ou amizade entre mulheres, semelhante à que idealmente haveria entre irmãs. Há também uma camada adicional no significado da palavra: a ideia de que as mulheres ficam mais fortes quando se unem.
Ao conversar com as integrantes do Comitê de Administração do Centro Cultural Banco do Brasil Rio Janeiro (CCBB-RJ), que, desde fevereiro de 2022, pela primeira vez na história, é totalmente composto por mulheres, é possível enxergar todo o potencial da combinação entre competência e sororidade em ação.
Sueli Voltarelli, Bianca Mello, Marcela Monteiro e Caroena Neves são as responsáveis por oferecer ao público carioca uma programação cultural plural, regular, acessível e de qualidade.
Além de serem mulheres, mães e excelentes profissionais, elas têm em comum o fato de que, mesmo percorrendo caminhos diferentes, suas vidas se encontraram em um dos maiores centros do mundo dedicado à arte e à cultura.
A gerente geral do CCBB RJ, Sueli Voltarelli, é descendente de italianos que se mudaram para o interior de São Paulo. Até os 15 anos, morou em uma fazenda onde eram produzidos os itens que, após comercializados, garantiam o sustento da família. Os pais sempre se esforçaram para Sueli e seus irmãos estudarem. Por meio da educação, ela viu a sua vida ser transformada.
“Eu entrei no Banco do Brasil em abril de 1993 e trilhei um longo caminho até chegar à gerência do CCBB RJ. Quando entrei no banco, foi um acontecimento extraordinário para toda a minha família, e isso só foi possível porque meu pai batalhou muito para que eu e meus irmãos estudássemos. E foi uma conquista muito grande, a coroação de um esforço da família inteira, na verdade.”
Sueli também acredita que seu sucesso profissional, além do próprio esforço, é resultado das lições aprendidas com todas as pessoas com quem conviveu. “Aprendi com a minha família a ser muito determinada, mas eu acredito também que eu sou o resultado das pessoas maravilhosas que passaram pela minha vida, como professores, colegas de trabalho e chefes, que foram muito inspiradores. A primeira vez que eu fui nomeada para assumir um cargo no BB, por exemplo, eu estava voltando de licença-maternidade, e foi uma mulher que me nomeou. Atitudes como essa me fizeram acreditar no poder das pequenas ações diárias. Eu sou contra o machismo. Então, além de educar os meus filhos nesse sentido, o que eu posso fazer enquanto gerente de um centro cultural para diminuir o preconceito? Como eu posso contribuir para essa luta? Dando espaço a mulheres competentes, inteligentes e capazes”.
A promoção posterior à licença-maternidade marcou tanto a vida de Sueli que ela não hesitou quando teve a oportunidade de repetir o gesto. Depois de ocupar o cargo de gerente de comunicação e administrativo no CCBB RJ, Sueli nomeou Bianca Mello para assumir a condução da assessoria de imprensa do Centro Cultural. A coincidência é que Bianca também estava retornando de licença-maternidade após dar à luz gêmeos.
Para Bianca, filha de funcionários do BB e parte da equipe do Banco há 20 anos, a oportunidade de trabalhar em um novo cargo promoveu mudança significativa em sua vida, principalmente pelo fato de que ela tinha acabado de se tornar mãe. “Existe uma frase que circula pela internet que diz assim: ‘esperam que mulheres trabalhem como se não tivessem filhos e criem filhos como se não trabalhassem’. Pra mim, filho tinha que entrar no currículo. Nós aprendemos gestão de crises e conflitos, melhores formas de organização e uma série de outras coisas. Não somos formados só pela academia e pela experiência profissional, nós também somos formados pela vida. E a maternidade ajuda muito a administrar o trabalho, porque muda o nosso olhar”.
Em fevereiro de 2022, ao ser nomeada como gerente de conteúdo, Bianca adquiriu também a consciência de que ela é exemplo para outras mulheres. “Eu comecei no Banco como amarelinha e ficava na sala de autoatendimento para ajudar os clientes. Era uma função tão simples e satisfatória que eu me sentia uma heroína. Ao olhar pra trás, em retrospecto, eu percebo que o mais incrível de estar nesta posição é colaborar para que mais mulheres se enxerguem em lugares de liderança. Se eu for esse exemplo pra alguém, ficarei imensamente feliz”.
A prova viva de que as mulheres sempre são fonte de inspiração umas para as outras é a gerente da área de Patrimônio e Administrativo do CCBB RJ, Marcela Monteiro. Seguindo o exemplo da mãe, ela decidiu prestar concurso para o Banco do Brasil. “A minha mãe era funcionária dos Correios, e eu sempre admirei o fato de o trabalho dela oferecer uma certa estabilidade. E isso me chamava atenção. Eu decidi, então, prestar concurso para o BB em 1999. No ano 2000, eu fui chamada e fiquei muito feliz. A minha família também comemorou muito”.
Marcela passou, então, a ter outro sonho: trabalhar no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. E, quando ela menos esperava, a oportunidade chegou. “Eu sempre fui muito interessada pela arte, tanto que fiz faculdade de História da Arte na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Trabalhei durante quatro anos em uma agência ali perto da Central do Brasil, e, sempre que havia alguma reestruturação, me perguntavam onde eu gostaria de trabalhar. Eu sempre respondia que o meu sonho era o CCBB RJ, mas apesar de estar tão perto fisicamente, parecia muito distante. Até que, em 2004, surgiu uma vaga na área administrativa do Centro Cultural. Eu topei na hora! Fiquei muito feliz e desenvolvi toda a minha carreira nesse setor. Outro fator positivo é que, após trabalhar tanto tempo em uma área, virei referência em outros CCBBs. E, no meio da pandemia, quando surgiu um processo seletivo para a gerência administrativa, eu participei e fui comissionada em novembro de 2020”.
Para Marcela, não há dúvidas de que a formação do Comitê composta por quatro mulheres faz toda a diferença. “A nossa sensibilidade nos aproxima ainda mais da missão de encantar as pessoas que visitam o CCBB. A gente quer que todo mundo saia feliz após uma visita, e isso tem muito a ver com o fato de sermos mulheres, mães e cuidadosas. Nós trabalhamos para que as pessoas sintam que é possível sonhar, que a arte e a cultura fazem parte da vida e contribuem para a formação do ser humano”.
Caroena Neves, gerente de programação do CCBB RJ, também acredita no poder transformador da arte. Ela só teve a oportunidade de conhecer o espaço quando assumiu um cargo na área administrativa. Desde então, a sua vida mudou completamente. “Eu me esforcei muito e consegui entrar na faculdade. Até que eu fiz um estágio no Banco do Brasil e fiquei sabendo que iam abrir as inscrições pro concurso, mas eu não tinha dinheiro pra pagar o cursinho e estudar pras provas. Eu decidi, então, fazer o concurso do IBGE para recenseador e usar o salário para pagar o cursinho que ia me ajudar a passar pro BB. O meu plano deu certo, e, após ser aprovada, eu comecei a trabalhar em uma agência em Caxias (RJ). Trabalhei lá por três anos, e o CCBB não estava nos meus planos, até porque era muito distante da minha realidade. Mas recebi uma ligação me oferecendo uma vaga no Centro Cultural e eu aceitei. Quando cheguei, era como se tivesse atravessado um portal. Comecei a ter contato com esse universo da cultura, e tudo mudou, o meu modo de enxergar a vida e a maneira como eu me enxergo, porque eu nem me reconhecia como uma mulher negra. Foi uma reconstrução total”.
Para Caroena, a sua missão agora é tornar o CCBB RJ um lugar cada vez mais acessível: “eu nasci na baixada fluminense, no município de São João de Meriti, e tive uma vida que é comum a toda menina negra de um lugar mais pobre. Mas eu sempre tive muita vontade de ser mais e eu sabia que a única forma de fazer a diferença na minha vida era por meio da educação. Agora, após 21 anos de carreira como gerente de programação do CCBB RJ e fazendo parte de um comitê totalmente composto por mulheres, eu sinto que nós estamos no lugar certo para trabalhar temas muito importantes e que precisam ser resolvidos o quanto antes. E a arte e a cultura têm esse poder de revolução. Eu acredito muito nisso”.
Com mais de 30 anos de história, o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro já recebeu mais de 58 milhões de visitantes e apresentou mais de 2.450 projetos nas áreas de artes visuais, cinema, teatro, dança, música e pensamento. Isso lhe rendeu o título de centro cultural mais amado do Rio de Janeiro. Desde 2011, o CCBB RJ figura no ranking anual do jornal britânico The Art Newspaper, projetando o Rio entre as cidades com as mostras de arte mais visitadas do mundo.
O prédio dispõe de três teatros, duas salas de cinema, cerca de 2 mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e biblioteca com mais de 200 mil exemplares. O CCBB ainda mantém e preserva os acervos do Banco do Brasil no Arquivo Histórico e Museu Banco do Brasil. Os visitantes contam ainda com restaurantes, cafeterias e loja, serviços com descontos exclusivos para clientes BB.
O CCBB RJ está aberto ao público às segundas, das 9 às 21h. De quarta a sábado, das 9 às 21h, e aos domingos, das 9 às 20h.
E, além das programações dos CCBBs Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, no site, você encontra uma novidade muito legal: se quiser conferir uma exposição que não pôde visitar ou ainda conhecer uma unidade fora da sua cidade, agora é possível fazer um tour virtual interativo com detalhes sobre as peças, os artistas e muito mais. Os CCBBs estão de portas abertas para recebê-lo.
Esta matéria narra a trajetória de Sueli, Bianca, Marcela e Caroena e é a primeira de uma série a qual homenageará mulheres notáveis que fazem parte da história do Banco do Brasil.
Nos próximos dias, você vai poder acompanhar, aqui no Blog BB, como funcionárias, clientes e parceiras utilizam a sua potência e contribuem para que o BB seja mais próximo e relevante na vida de todos os brasileiros. Continue acompanhando!
Leia também:
Tarciana Medeiros: a primeira mulher à frente do BB
Mulher empreendedora: ela faz, e você também
The post Mulheres na cultura: competência, amizade e diversidade à frente do CCBB RJ appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>The post Dia Nacional das Artes: mergulhe na Semana de 22 appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>Em comemoração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, evento que mudou os rumos da produção artística no país, o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) realiza a mostra Brasilidade Pós-Modernismo.
Essa exposição chama a atenção para as diversas características da arte contemporânea brasileira do século passado e da atualidade.
A existência dessas manifestações artísticas se deve principalmente à ousadia cultural proposta pelo Modernismo, movimento que revolucionou e renovou a produção de arte no Brasil.
Em 1922, entre os dias 11 e 18 de fevereiro, aconteceu a Semana de Arte Moderna, que marcou o início do movimento modernista no Brasil. Realizada no Theatro Municipal de São Paulo, apresentou obras das mais variadas áreas, sobretudo artes visuais, dança, literatura e música.
O Modernismo no Brasil surgiu inspirado na renovação das artes protagonizadas pelas vanguardas europeias. O intuito era trazer essa tendência para a cena artística do nosso país. Liderado por nomes como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Heitor Villa-Lobos, o movimento da Semana de 22 não foi bem recebido por aqui.
Na época, a crítica especializada esperava um retorno ao clássico, apoiado pelo Parnasianismo, escola literária que retomou valores estéticos da antiguidade.
Para se ter uma ideia, a Semana da Arte Moderna de 1922 sequer chamou a atenção da mídia, que apenas publicou pequenas notas sobre o evento.
No entanto, o Modernismo no Brasil deixou uma grande herança cultural que merece ser celebrada até hoje. O movimento ajudou a desvencilhar a produção artística nacional dos modelos europeus e inaugurou um novo momento da cultura nacional em sua essência, conferindo protagonismo a elementos característicos da identidade brasileira.
É justamente para celebrar a relevância da Semana de 22 que o CCBB realiza a mostra Brasilidade Pós-Modernismo, e reúne trabalhos de 51 artistas em celebração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna.
Com obras produzidas entre a década de 1960 e os dias atuais, a mostra exibe criações de artistas de diversas gerações, etnias e procedências geográficas. Entre os realizadores, nomes como Anna Bella Geiger, Beatriz Milhazes, Daiara Tukano, Fábio Baroli, Farnese de Andrade, Rosana Paulino e Tunga.
A exposição, que já passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, está atualmente em Belo Horizonte e pode ser visitada online, sem sair de casa.
A seguir veja mais sobre a exposição no CCBB e programe-se para visitá-la.
Em cartaz no CCBB Belo Horizonte até 19 de setembro, a exposição tem como objetivo celebrar os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, apresentando traços, remanescências e conquistas que o movimento trouxe às artes plásticas do Brasil.
A Brasilidade Pós-Modernismo é organizada em seis núcleos temáticos: Liberdade, Futuro, Identidade, Natureza, Estética e Poesia. Pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, instalações e novas mídias poderão ser apreciadas na exposição.
De acordo com Tereza de Arruda, curadora artística da mostra, por meio desse conjunto plural de obras, “a brasilidade se mostra diversificada e miscigenada, regional e cosmopolita, popular e erudita, folclórica e urbana”.
O CCBB Belo Horizonte fica na Praça da Liberdade, 450, no bairro Funcionários, e a exposição, montada nas galerias do 3º andar, pode ser visitada de quarta a segunda, das 10h às 22h. A entrada é gratuita. Para adquirir os ingressos, basta retirar na bilheteria do CCBB ou pelo site Eventim.
Para quem está em outras cidades, a mostra Brasilidade Pós-Modernismo pode ser acessada pela tela do celular, computador ou tablet.
Por meio de um sistema de câmera com movimento 360º e zoom, é possível passear por todo o espaço do CCBB e conferir as obras de todos os artistas presentes na exposição.
A exposição pode ser acessada por meio deste link, no qual o visitante clica em cada uma das obras para ampliar as imagens e ter acesso a opções de informação em texto ou em áudio.
Quem acessa a tour virtual recebe informações relativas à curadoria de Tereza de Arruda. É como se fosse um tour guiado, diretamente do conforto da sua casa.
Os Centros Culturais do Banco do Brasil estão presentes em quatro grandes capitais brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte) e contam com espaços multidisciplinares.
Ao longo de mais de três décadas de existência, os CCBBs acumulam em torno de 100 milhões de visitas e mais de 4.500 projetos realizados. Para o banco, que mantém esses centros, é fundamental o investimento em cultura no Brasil, o que permite experiências imersivas para sociedade, clientes, funcionários e parceiros.
As exposições não se limitam somente aos espaços físicos. Por meio do acervo digital, é possível acessar todas as atividades culturais em um só lugar. O catálogo conta com artes cênicas, plásticas, cinema, música e programas educativos. Os formatos disponíveis são vídeos, podcasts, lives, playlists e tours virtuais. Além disso, é possível fazer downloads de catálogos com produções editoriais.
Aproveite para conhecer as programações disponíveis nos CCBBs.
¹ Saiba mais sobre o Dia das Artes
A data faz referência a duas leis (nº 6.533 e 82.385), sancionadas em 1978, que regulamentam a profissão de artista, técnico em espetáculos e diversões e mais de outras 100 profissões ligadas à área.
The post Dia Nacional das Artes: mergulhe na Semana de 22 appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>The post Rock anos 1980: como o DF virou berço de talentos appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>Em celebração a esse marco, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) criou o festival Rock Brasil 40 Anos, que percorreu Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo até chegar a Brasília, onde surgiriam algumas das primeiras e maiores bandas do movimento. O festival se encerra no CCBB Brasília, no dia 5 de junho, celebrando uma jornada que começou ainda nos anos 1970.
Na virada da década de 1950 para 1960, o rock nacional se espelhava nos estilos do rockabilly e iê-iê-iê, consolidados nos EUA e na Inglaterra, tendo, respectivamente, Chuck Berry e The Beatles como maiores referências. Assim nascia a Jovem Guarda, movimento pop que revelou Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Renato e Seus Blue Caps e toda uma geração de artistas que se tornariam ídolos multimidiáticos com canções sobre amor, festa, liberdade e aventuras juvenis.
Ao final de 1960, com a Tropicália, o rock brasileiro abraça a estética modernista da antropofagia e recria um estilo com elementos mais nacionais. Então Os Mutantes se tornam a maior referência do gênero, seguidos por Raul Seixas (que abandona a Jovem Guarda) e bandas com um som mais próximo do rock progressivo, como O Terço, Som Imaginário, Casa das Máquinas e Guilherme Arantes com o Moto Perpétuo.
Segundo Phillippe Seabra, líder da banda Plebe Rude, apesar do sucesso de Rita Lee e Raul Seixas, o rock dos anos 1970 enfraquecia no mainstream nacional. “Era tudo muito obscuro. Daí, o punk ligado ao underground abriu caminho para o rock de Brasília”, aponta.
Em 1978, na ainda incipiente vida cultural de Brasília, alguns jovens filhos de diplomatas, acadêmicos, políticos e servidores públicos começaram a formar a chamada Turma da Colina (referência ao conjunto de prédios residenciais dos funcionários da UnB, onde se reuniam). Dali nasce o primeiro filho dessa geração brasiliense roqueira: o Aborto Elétrico.
A banda durou menos de quatro anos sem nenhum registro fonográfico oficial. Mas foi o suficiente para movimentar a cena. “Fazíamos músicas mais atemporais, de contestação, mas com eloquência. Uma erudição punk”, brinca Seabra. “Brasília não virou o alicerce fundamental do rock brasileiro à toa. A gente tinha a idade exata da revolução pós-punk. Nossa internet eram os malotes diplomáticos. E a gente conseguiu receber discos, fitas e livros até antes de São Paulo”, justifica.
E foi assim, largando à frente com discos do The Clash debaixo dos braços, que as primeiras bandas do Rock Brasil explodiram comercialmente em âmbito nacional. Com a separação dos seus integrantes, o Aborto Elétrico gerou duas das maiores bandas do movimento. Renato Russo fundou a Legião Urbana. Os irmãos Fê e Flávio Lemos, o Capital Inicial. Junto a eles, vinham, a reboque, a Plebe Rude e Os Paralamas do Sucesso que, apesar de carioca, tinha estreita relação com Brasília, pois foi onde o guitarrista Herbert Vianna conheceu o baixista Bi Ribeiro.
“Foi um movimento muito espontâneo que terminou por se constituir num fenômeno musical”, conta o cineasta Vladimir Carvalho, diretor do documentário Rock Brasília – Era de Ouro (2011), sobre o período de formação dessa geração artística da capital. “Eles alcançaram uma projeção que nenhum gênero musical ligado à capital da República alcançou e marcaram de forma extraordinária o rock do Brasil”, constata.
De acordo com o produtor cultural e criador do festival Ferrock, Ari de Barros, antes mesmo de Renato Russo e a Turma da Colina, Brasília já tinha uma vocação para o rock’n’roll. “No final dos anos 60 e início dos 70, já tínhamos bandas importantes para a nossa história, como Matuskela, Elson 7, Os Infernais e Raulino. Não era o rock dessa tradição dos anos 80 ainda, mas começou ali. Foi o start definitivo para ser chamado Brasília capital do rock”, ressalta.
Depois desses grupos, que variavam desde bandas de baile com estilo Jovem Guarda ao rock psicodélico, começaram a surgir também bandas mais autorais, das quais a pioneira, antes mesmo de Aborto Elétrico, foi a Mel da Terra. Formada em 1979, foi a primeira reverberar fora de Brasília. “Eles saíram na frente e deram um pontapé muito importante. Participaram de programas, como o do Chacrinha”, recorda Ari.
Mel da Terra estourou em Brasília antes da famosa série de shows intitulada Concerto Cabeças, que revelou desde os próprios talentos do Rock Brasil a outros nomes, como Cássia Eller e Oswaldo Montenegro.
A repercussão alcançada pelos primeiros discos de Legião, Paralamas, Capital e Plebe, em meados dos anos 1980, durante as Diretas Já, permitiu um lugar de destaque a Brasília. A capital era um dos centros irradiadores de uma geração responsável pela construção de uma identidade do Rock Brasil. Em outras cidades, expoentes, como Barão Vermelho, Camisa de Vênus, Ira!, RPM e Titãs, também deixavam a cena pulsante.
Poucas bandas de Brasília repetiriam o mesmo êxito comercial de Legião Urbana, mas isso também não quer dizer que o movimento do rock na capital enfraqueceu. Enquanto saíam os primeiros álbuns no contexto do processo de redemocratização do Brasil, o ano de 1985 era marcado por um dos momentos mais prolíficos da cena roqueira da cidade, que culminou no lançamento do disco coletivo Rumores.
Marco histórico do espírito roqueiro brasiliense underground, o álbum reuniu as bandas Escola de Escândalos, Finis Africae, Elite Sofisticada e Detrito Federal, fazendo ecoar o típico som de Brasília.
Uma década depois, nos anos 1990, com as bandas fundadoras do Rock Brasil já consagradas, a capital federal passa a revelar novos talentos do rock, com linguagens diferentes e beneficiados pela era dos videoclipes. Foi o caso de Raimundos, Little Quail and The Mad Birds, Maskavo e Os Cabeloduro.
Mesmo os anos 2000, as revelações brasilienses continuavam a aparecer, ainda que de modo mais tímido e com estilos de rock mais alternativos, caso do Móveis Coloniais de Acaju. No entanto, embora o cenário seja muito diverso daquele dos anos 1980, a força do bom e velho rock brasileiro continua a arrastar plateias Brasil afora.
O festival Rock Brasil 40 Anos, que vem ocorrendo desde 10 de maio e vai até 5 de junho no CCBB, em Brasília, conta com grandes shows das bandas mais icônicas do rock nacional dos anos 1980 e uma extensa programação cultural. Os shows do palco principal acontecem sempre aos sábados e domingos, na área aberta do centro cultural, ao ar livre.
Em paralelo aos shows principais, o festival ainda traz uma extensa programação cultural para o CCBB Brasília. O público pode conferir palestras sobre a história do rock; e uma mostra de cinema com títulos de sucesso que falam da história de ídolos do rock brasileiro, como Cazuza – O Tempo não Para (2004), Blitz, O Filme (2019), Barão Vermelho – Por Que a Gente é Assim? (2007), entre outros. O festival também apresenta espetáculos musicais consagrados para o Teatro do CCBB Brasília, como Cássia Eller – O Musical; Renato Russo – O Musical; Cabeça – Um Documentário Cênico; e Cazas de Cazuza – O Musical.
Rock Brasil 40 Anos também exibe uma exposição de fotografia e outra de artes plásticas. A mostra fotográfica do festival contém uma seleção de cerca de 60 fotos de artistas e personalidades que representam o rock brasileiro, clicadas ao longo das últimas décadas por Cristina Granato, um dos maiores nomes do fotojornalismo brasileiro. Além disso, a Galeria 4 do CCBB Brasília recebe, ao longo do festival, obras de Luiz Stein e Zé Carratu, artistas plásticos que surgiram junto com o rock brasileiro dos anos 1980.
Gosta de rock nacional? Com quem vai curtir os shows? Compartilhe a matéria com os amigos.
The post Rock anos 1980: como o DF virou berço de talentos appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>The post Entre gênios e vaias: os 100 anos da Semana de Arte Moderna appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>A fala do escritor e a reação do público resumem bem o significado do evento que mudou para sempre o panorama das artes brasileiras: o novo pedia, forçava, passagem, mesmo que a plateia não estivesse pronta para tamanha revolução.
Mas vamos entender melhor o que aconteceu até a célebre fala. E, claro, as repercussões do famoso evento.
Marco do início do movimento modernista no Brasil, a Semana de 22, como também é conhecida, aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, e reuniu artistas de diversas áreas.
Inspiradas no cenário de renovação da arte ocidental e na vanguarda europeia, as obras apresentadas visavam a inserir novas tendências de arte no panorama brasileiro.
Dessa maneira, conferências, recitais de poesia e apresentações musicais alternavam-se com exposições de arquitetura, escultura e pintura.
O evento trouxe definitivamente a arte moderna para a realidade cultural brasileira. E sua influência é sentida até hoje na criação artística nacional.
A semana foi articulada e organizada pelo escritor Mário de Andrade, o também escritor Oswald de Andrade e o artista plástico Di Cavalcanti. Os eventos foram realizados no célebre e belo Theatro Municipal de São Paulo.
No saguão, foi instalada uma exposição de escultura e pintura. As obras de artistas como Victor Brecheret, Di Cavalcanti e Anita Malfatti chocaram o público brasileiro, nada acostumado às novas estéticas e formas de representação que o modernismo propunha.
Aliás, ao longo do evento, era comum ouvir burburinhos e vaias dos visitantes pelos corredores e salões do teatro.
A Semana de Arte Moderna também teve espetáculos de dança, música, conferências e leitura de poesias. O intelectual e escritor Graça Aranha abriu o festival, no dia 13, com a palestra “A emoção estética da arte moderna”, recitando versos de Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida, seguido de canções executadas pelo maestro Ernani Braga.
O auge aconteceu em 15 de fevereiro, quando o modernismo literário causou indignação e confusão no público, sobretudo a palestra de Mário de Andrade, “A escrava que não é Isaura”, que defendia o abrasileiramento da língua portuguesa, e a conferência do poeta Paulo Menotti del Picchia, sobre estética moderna.
Durante seu conturbado discurso, Mário precisou berrar para ser ouvido em meio à gritaria. Por isso, decidiu ler seu manifesto na escadaria interna do teatro. Destemido, o poeta urrava para o público a famosa frase que ficou para a posteridade: “os velhos morrerão!”.
Vinte anos mais tarde, o autor relembrou o episódio na obra “O Movimento do Theatro”, dizendo: “como pude fazer uma conferência sobre artes plásticas, na escadaria do Theatro, cercado de anônimos que me caçoavam e ofendiam a valer?”.
O evento de encerramento foi focado em música, com a execução de três peças de Heitor Villa-Lobos. Em mais um fato que entrou para a história da conturbada semana, o maestro e compositor subiu ao palco calçando um sapato em um pé e um chinelo no outro. Como era de se esperar, foi vaiado.
O público considerou a atitude desrespeitosa. No entanto, Villa-Lobos depois justificou-se, esclarecendo que se apresentou dessa forma porque estava com um calo no pé.
De toda maneira, o fato faz parte da grande lista de choques, questionamentos e incômodos causados durante a semana por aqueles artistas jovens e revolucionários.
Em dezembro de 1917, quase cinco anos antes da Semana de Arte Moderna, o escritor Monteiro Lobato publicou, no jornal O Estado de S. Paulo, um artigo intitulado “Paranoia ou mistificação?”, no qual criticava a estética modernista.
No texto, Lobato classificou a arte segundo seu próprio entendimento, fazendo menção a dois tipos de artistas: “os que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura” e os que “veem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes”. O autor incluiu a pintora Anita Malfatti no segundo tipo e, a partir daí, iniciou-se o conflito.
Seu entendimento sobre arte era tão distante do Modernismo que a palavra “paranoia”, utilizada no título, veio da ideia de que a nova arte seria mais adequada em manicômios, pois, de acordo com ele, só poderia ter sido gerada de uma lógica psicótica.
Dois meses após os eventos de fevereiro de 1922, Mário de Andrade rebateu e provocou Lobato no prefácio de seu novo livro, “A escrava que não era Isaura”: “passadista é o que faz o papel de carro de boi numa estrada de asfalto. […] O passadista procura na obra de arte a natureza e, como não a encontra, conclui: paranoia ou mistificação”. Com isso, Mário definiu a posição de Monteiro Lobato como diametralmente oposta ao Modernismo: a de um passadista.
A falta de receptividade do público na Semana de Arte Moderna de 1922 não foi inesperada e surpreendente. Na verdade, a reação negativa era comum e até mesmo esperada, sobretudo ao avaliar o contexto histórico da arte em momentos de ruptura estética.
Um exemplo emblemático é a primeira exposição pública impressionista, realizada em 1874, na França. Desconcertado diante do novo estilo de pintura, o público teve uma impressão de rudeza e de esboços sem formas, ridicularizando as obras.
O nome do movimento que ali surgia, Impressionismo, vem, aliás, de um quadro de Claude Monet. Ao escrever sobre a mostra, o crítico Louis Leroy usou o termo “impressionistas”, com referência à pintura “Impression, soleil levant” (Impressão, nascer do sol).
A exposição teve ainda a presença de pintores que hoje figuram entre os mais importantes da história, como Renoir, Degas e Cézanne, cujas obras estão expostas em museus por todo o mundo.
E o Impressionismo, como se sabe, é um dos mais apreciados estilos de pintura. Tudo graças a artistas que, inconformados com as regras vigentes, decidiram subvertê-las.
O objetivo dos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna era revolucionar a arte brasileira.
Para isso, os participantes não hesitaram em escandalizar o público, que ainda estava apegado aos tradicionais padrões europeus e preso ao conservadorismo da arte.
Nesse sentido, podemos dizer que as principais características do evento foram
Como toda mudança, especialmente quando inserida em um cenário extremamente conservador, o Modernismo não foi aclamado pela crítica, que na época apoiava o parnasianismo (escola literária que defendia o retorno aos ideais clássicos).
Dessa forma, a Semana de Arte Moderna não teve grande repercussão. Ela mal chamou a atenção dos jornais, que dedicaram apenas pequenas colunas de suas páginas ao evento.
No entanto, com o passar do tempo, alcançou uma imensurável importância histórica.
Em uma conferência realizada em 1942, em comemoração aos 20 anos da semana, Mário de Andrade declarou que “o Modernismo, no Brasil, foi uma ruptura, foi um abandono de princípios e de técnicas consequentes, foi uma revolta contra o que era a inteligência nacional”.
Seus efeitos foram percebidos no decorrer de toda a década de 1920 e romperam a década de 1930, influenciando toda a literatura brasileira ao longo do século XX. Aliás, grande parte do que é feito hoje no País também nas artes plásticas e na música está, de certa forma, relacionada ao Modernismo.
Em comemoração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) abriu a mostra Brasilidade Pós-Modernismo, com obras de 51 artistas.
Após passagem pelo Rio de Janeiro, a exposição chegou a São Paulo no dia 15 de dezembro e ficará aberta à visitação até 7 de março de 2022.
A curadoria foi feita pela historiadora de arte Tereza de Arruda. Entre os artistas contemporâneos que terão suas obras expostas estão Ernesto Neto, Anna Bella Geiger, Adriana Varejão, Cildo Meireles e Arnaldo Antunes.
“Esta exposição não é idealizada com o olhar histórico, mas sim focada na atualidade, com obras produzidas a partir de meados da década de 1960 até o dia de hoje, sendo algumas inéditas, ou seja, já com um distanciamento histórico dos primórdios da modernidade brasileira”, explica Tereza.
Serão apresentadas pinturas, esculturas, desenhos, novas mídias, fotografias e instalações, distribuídas em seis núcleos, intitulados Liberdade, Futuro, Identidade, Natureza, Estética e Poesia.
No primeiro núcleo, Liberdade, a mostra reflete sobre as indagações e confusões do colonialismo brasileiro, entre 1530 e 1822.
Já no segundo, Futuro, o foco é Brasília, reunindo desenhos e gravuras de grandes arquitetos, como Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi e Lúcio Costa.
Mas tem muito mais para ver! Aproveite a oportunidade e agende a sua visita à exposição Brasilidade Pós-Modernismo, no CCBB São Paulo.
E se quiser saber mais sobre o Centro Cultural do Banco do Brasil, acesse nosso conteúdo CCBB – legado e inovação.
The post Entre gênios e vaias: os 100 anos da Semana de Arte Moderna appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>The post A magia do Natal chega aos CCBBs appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>Em Belo Horizonte, o espetáculo “Luzes da Liberdade” traz um festival de arte digital repleto de novas linguagens, atrações e obras inovadoras. A partir do dia 20, uma iluminação com laser promete encantar todos os visitantes.
Na Capital Federal, o show Noites de Luz CCBB convida a Orquestra de Câmara de Brasília, sob a regência do Maestro Claudio Cohen. Será um espetáculo inspirado nos clássicos “candlelight concerts”, com enfoque nas memórias afetivas e na ludicidade.
Os elementos cenográficos e as luzes criarão uma atmosfera acolhedora, remetendo às estações do ano, às passagens do tempo e da vida e ao céu de Brasília. E trará a essência e as origens das celebrações de encerramento dos anos, perpassando por grandes clássicos brasileiros e internacionais.
No Rio de Janeiro, o musical infantil “O Boi e o Burro no caminho de Belém” retrata o mistério da noite de Natal pelo olhar fraterno dos dois animais. Temas como amizade, magia, diversidade e encontros são abordados no primeiro texto da escritora Maria Clara Machado, de 1953.
Ainda no Rio, o 1º Festival Aprendiz Musical chega com apresentações natalinas envolvendo projetos de educação musical para jovens do estado. Nos repertórios, estão obras de Villa Lobos, Pixinguinha, Bach, Vivaldi, John Willians, Milton Nascimento, Freddie Mercury e outros. Sucessos de Natal como Jesus Alegria dos Homens, Noite Feliz e Jingle Bells não ficam de fora.
Confira a programação.
Luzes da Liberdade
Belo Horizonte – Praça da Liberdade
De 7 a 26 de dezembro
O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, que prepara uma série de programações no evento “Natal Liberdade Cemig”. Dentre elas está “Luzes da Liberdade”, na qual os prédios participantes vizinhos oferecem um show de luzes e emoção ao público que circula pela Praça Liberdade, em um espetáculo de encher os olhos.
Noites de Luz CCBB – Orquestra de Câmara de Brasília sob a regência do Maestro Claudio Cohen
Brasília – Sede do CCBB
De 22 a 26 de dezembro
O CCBB e a Orquestra de Câmara de Brasília, sob a regência do maestro Claudio Cohen, têm a honra de apresentar um roteiro de clássicos atemporais, que percorre o popular e o erudito, o festivo e o reflexivo. Ouça, curta e sinta o melhor que a arte clássica tem a oferecer.
Quem não conseguir acompanhar a apresentação ao vivo poderá conferi-la no YouTube do Banco do Brasil, no dia 25 de dezembro, às 16h. O espetáculo ficará disponível até a meia-noite do dia 26.
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita, mediante doação de 1kg de alimento não perecível.
.
O Boi e o Burro no caminho de Belém
Rio de Janeiro – Sede do CCBB
De 9 a 19 de dezembro (de quinta a domingo), às 18h.
O espetáculo musical retrata o mistério da noite de Natal pelo olhar simples do boi e do burro. Personagens reais e fictícios se misturam à frente dos dois animais protagonistas, até que o Natal acontece.
Texto: Maria Clara Machado; direção: Fernanda Vianna; direção musical: Ernani Malleta; elenco: Evandro Heringer, Leticia DiCássia, Danny Maia, Vinicius Bicalho, João Pedro Vasconcelos, Emanuelle Cardoso, Og Martins, Letícia Muniz, Carlos Morais, Dayvid Lucyan.
Prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte – de Melhor Atriz.
Também haverá apresentação online no YouTube do Banco do Brasil, no dia 25 de dezembro, às 18h.
Classificação indicativa: livre
Ingressos à R$30 (inteira) e R$15 (meia). Venda na bilheteria ou pelo site Eventim: bit.ly/ccbbrjeventim
Duração: 45 minutos.
Foto Orquestra
Música – 1º Festival Aprendiz Musical
Rio de Janeiro – Sede do CCBB
De 11 a 19 de dezembro (sábados e domingos) – Às 13h e às 17h
O festival contará com apresentações musicais envolvendo projetos de educação musical para jovens de diferentes regiões do estado fluminense.
Com repertório natalino, o evento reune projetos-irmãos em um mesmo festival, para celebrar a música e a cultura como meio de transformação e reforçar o espírito de confraternização das festas de final de ano.
O espetáculo trará 4 orquestras e 4 corais de projetos de educação musical com jovens de diferentes regiões do estado fluminense.
Classificação indicativa: livre
Entrada franca.
The post A magia do Natal chega aos CCBBs appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>The post CCBB apresenta Mostra de Cinema e Arquitetura appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>Em sua terceira edição, a mostra “Cinema Urbana” quer aprofundar sua proposta de integrar o cinema ao debate sobre as diversas formas de aglomeração e dispersão urbana.
E nesta reflexão entram temas como a superlotação das cidades, a arqueologia visual, a gentrificação, a ganância imobiliária, assim como a relevância do trabalho de arquitetos e artistas de grande talento e sensibilidade, como Marcos Konder Netto, Francisco Galeno e Luís Humberto.
André Costa colabora com a curadoria do Cinema Urbana desde 2018. Arquiteto e urbanista formado pela Universidade de Brasília.
É mestre em Cultura Contemporânea, com um livro sobre a cantora Björk, As Aventuras Subjetivas de Björk (2014), e doutor em Cinema Brasileiro, com uma tese sobre a obra do cineasta Karim Aïnouz (2016).
Foi curador do “Arquiteturas” – Festival Internacional de Cinema de Arquitetura de Lisboa (2019).
É professor do Departamento de Projeto Expressão e Representação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Brasília.
Nesse artigo, ele explora os conceitos que inspiram a seleção das obras.
.
O tema curatorial proposto originalmente “Aprendendo com Brasília” – título emprestado do livro “Aprendendo com Las Vegas” (1972), de Venturi, Scott Brown e Izenour – pautou a seleção da programação da Mostra.
Passados 61 anos da inauguração, hoje parece possível pensar Brasília para além de uma compreensão congelada de patrimônio, estimulada ainda, talvez, por certo ufanismo pioneirista.
Brasília continua em construção, e aprender com ela significa não apenas superar o debate em termos de êxito ou fracasso da utopia que motivou sua construção; significa acima de tudo entender o funcionamento condicionado pela singularidade de seu projeto de cidade.
“A cidade precisa seguir vivendo o seu normal, ou seja, viver o seu cotidiano urbano a despeito do monumental e do midiático […] Quando se trata de uma cidade tão singular, pensada em perspectiva tão otimista e utópica, torna-se necessário recobrar o sentido cotidiano inerente a uma cidade”
.
Eduardo Pierrotti Rossetti, no artigo Brasília-patrimônio: desdobrar desafios e encarar o presente.
Como então pensar Brasília a partir de um texto que representa, em tese, uma crítica das mais veementes – a própria antítese, diríamos – da doutrina modernista que serviu de base para a concepção da cidade?
É precisamente este o debate que o confronto entre a Brasília modernista, racionalista e organizada de Lúcio Costa e a Las Vegas ordinária, espontânea e ambivalente de Venturi traz à tona: é no cotidiano que se aprende com as cidades, é nele que se encontram os dados do real que precisam ser elaborados e compreendidos.
Ao se confrontar cidades tão distintas, a reflexão subjacente proposta pela curadoria da Cinema Urbana deste ano é que o debate formalista, aludido na relação dicotômica entre a capital brasileira e a cidade norte-americana dos jogos de azar, parece hoje ultrapassado.
O vivido é que importa de fato ser pensado hoje sobre qualquer cidade, e o cinema de arquitetura é um meio privilegiado de observação crítica e reflexiva sobre os encontros, os usos, as ocupações e as (re)criações que se operam nas vivências do espaço de uma cidade.
A proposta então se ampliou para que, a partir dessas duas cidades, se pudesse pensar em todas as outras, sobre nós como “seres urbanos”, como nomeia o arquiteto português Nuno Portas.
A questão que se coloca é o que podemos aprender com as cidades em que estamos vivendo e construindo?
The post CCBB apresenta Mostra de Cinema e Arquitetura appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>The post CCBB – legado e inovação appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>São mais de 30 anos de atuação, com 100 milhões de visitas e mais de 4.500 projetos realizados, o que consolida o CCBB como um dos principais centros culturais no cenário brasileiro, com reconhecimento de alcance internacional.
Artes cênicas, cinema, exposição, música, palestras, seminários e arte-educação compõem a programação regular do CCBB, por meio da qual uma diversidade de eventos de reconhecida qualidade é oferecida à população gratuitamente ou a preços acessíveis.
Em março de 2020, diante dos decretos de suspensão de atividades presenciais no País como controle à propagação do novo coronavírus, foi criado o #CCBBemCASA, desenvolvido para levar arte, cultura e entretenimento às pessoas com conteúdos digitais exclusivos da programação dos CCBBs.
Visitas virtuais pelos prédios e exposições, mostras de cinema on-line, lives shows, catálogos digitais, detalhes e curiosidades sobre os projetos podem ser conferidos na tela do seu computador ou celular. Tudo para que esse período de mais cuidado e recolhimento seja mais leve e seguro, com o aconchego da arte e da cultura.
E, mesmo após a retomada das atividades presenciais nos CCBBs, o #CCBBemCASA terá lugar para os apreciadores da programação digital. As atividades virtuais serão mantidas! Elas ampliam o alcance e o acesso à programação dos quatro Centros. Agora, quem ama o CCBB e não pode estar sempre por perto pode desfrutar de variada programação onde quer que esteja.
Já imaginou fazer uma visita completa ao Egito antigo, em uma exposição que te leva a conhecer a magia dos rituais, dos faraós e seus sarcófagos? Já imaginou utilizar a tecnologia para entrar nas salas e observar tudo como se estivesse, verdadeiramente, lá?
É isso que o #CCBBemCASA te proporciona, a oportunidade de entrar em exposições, espaços e museus e consumir arte da forma e no horário que você quiser. É simples, interessante e acessível!
Também é possível curtir um tour virtual guiado aos Centros Culturais das quatro capitais para conhecer a arquitetura, o interior e a história de cada CCBB. Faça o passeio virtual pelo Google Arts & Culture:
• Brasília
Além disso, pode-se ouvir personalidades importantes no projeto “Com a palavra”. Nele, um artista convidado conduz uma visita a uma exposição a partir do seu ponto de vista. Você pode, por exemplo, acompanhar o rapper brasileiro GOG comentando a exposição do pintor americano Jean-Michel Basquiat.
O CCBB Educativo também ganhou sua versão digital. O #CCBBeducativoEmCasa consiste numa plataforma de conteúdos que visam estimular a experiência, a criação e a reflexão por meio de processos pedagógicos, artísticos e curatoriais e que podem ser acessados de dentro de casa e compartilhados com toda a família. Acesso às atividades: ccbbeducativo
O CCBB é uma rede de espaços culturais mantidos pelo Banco do Brasil presente em quatro capitais brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
A primeira unidade foi inaugurada no Rio de Janeiro, em 1989, e rapidamente se tornou referência na disseminação cultural para a população. São mais de trinta anos de história. E olha que dado maravilhoso de um estudo feito no Reino Unido: o CCBB do Rio é umas das instituições culturais mais visitadas do mundo. E, no ranking, liderado pelo Museu do Louvre, em Paris, o CCBB RJ é o espaço cultural mais visitado do Brasil.
Em 2000, veio o CCBB de Brasília, instalado em um edifício projetado por ninguém menos que Oscar Niemeyer. E tem dado interessante aqui também, o Centro Cultural de Brasília é o terceiro mais visitado do País, colocando a Capital na rota da cena artística nacional e internacional.
O terceiro a ser aberto foi o CCBB São Paulo, em 2001. Ele fica em um edifício histórico do centro, o que facilita o acesso do público. O local foi lançado com o objetivo de impulsionar a cena cultural paulistana e mudar a relação da população com o centro da cidade.
O caçula da turma é o CCBB de Belo Horizonte. Fundado em 2013, é uma parceria do BB com o Governo do Estado de Minas Gerais. O espaço faz parte da história de BH, integrando-se ao Circuito Liberdade, que transformou a Praça da Liberdade em um Complexo Cultural.
Aproveite para conhecer as programações e curta Cultura nos CCBB!
The post CCBB – legado e inovação appeared first on Blog do Banco do Brasil.
]]>