O que é o golpe do advogado?
No golpe do falso advogado, criminosos exploram informações públicas de processos judiciais e entram em contato com as partes envolvidas. A tecnologia é explorada para tornar o golpe ainda mais sofisticado, utilizando documentos falsificados, nomes de escritórios reais, fotos, logotipos e outros artifícios para criar uma falsa impressão de veracidade. O objetivo é convencer a pessoa a pagar taxas falsas, compartilhar dados sensíveis ou realizar transferências bancárias sob pressão.
Como funciona o golpe?
A abordagem geralmente acontece por meio de aplicativos de mensagens e os golpistas prometem a liberação de valores judiciais mediante pagamentos via Pix. A estratégia envolve diversos métodos de persuasão, incluindo falsas heranças, ameaças de processos e ofertas de acordos fraudulentos. Em alguns casos, as vítimas são conduzidas a compartilhar dados sensíveis ou realizar transferências bancárias sob pressão, acreditando estar resolvendo questões legítimas.
- Falsa herança: alegam que a vítima tem direito a uma herança desconhecida, mas exigem pagamento antecipado de taxas ou impostos para liberar a quantia.
- Ameaça de processo: informam falsamente que há uma ação judicial contra a vítima (por dívidas, multas ou problemas legais) e exigem um pagamento imediato para evitar penalidades.
- Falso acordo: oferecem resolver problemas jurídicos mediante depósito bancário ou compartilhamento de dados financeiros.
- Resolução de processo: dizem que a ação judicial foi finalizada ou que há uma opção de acordo e que o cliente irá receber um pagamento em conta, mas é necessários algum tipo de procedimento ou compartilhamento de dado. Essas orientações, muitas vezes, podem ser dadas por videochamadas.
Situações hipotéticas:
Caso 1: Uma idosa recebeu uma ligação dizendo que seu filho estava preso e precisava pagar R$ 15 mil em “custos advocatícios” para liberá-lo. O dinheiro foi enviado a uma conta fraudulenta.
Caso 2: Um homem foi abordado via e-mail por um “advogado” afirmando que ele herdaria R$ 500 mil de um parente distante, mas precisava pagar R$ 2 mil em “taxas administrativas”.
Para evitar cair nesse tipo de golpe, é fundamental verificar sempre a autenticidade das informações, buscar diretamente os canais oficiais dos escritórios de advocacia e nunca realizar pagamentos sem a devida comprovação da veracidade da solicitação.
Dicas de segurança para se proteger:
- Nunca confie apenas em mensagens de WhatsApp — sempre confirme com o advogado por outro canal.
- Desconfie de pedidos de pagamento antecipado para liberar valores judiciais.
- Evite compartilhar tela ou clicar em links enviados por terceiros.
- Verifique o número de telefone e e-mail do advogado diretamente com o escritório.
- Verifique a identidade do advogado: consulte a plataforma digital ConfirmADV, da OAB, para verificar a identidade do advogado de forma rápida e segura. Para realizar essa confirmação, basta fornecer algumas informações essenciais, como o número de inscrição na OAB, o estado onde o profissional está registrado e o e-mail utilizado pelo suposto advogado. O sistema envia automaticamente uma solicitação para o e-mail do advogado, informando que um cliente deseja validar sua identidade. O profissional tem um período de até cinco minutos para responder e confirmar as informações. Se essa verificação for concluída dentro do prazo, você receberá uma autenticação oficial, garantindo a legitimidade do advogado. Caso não haja resposta dentro do tempo estipulado, você assim como o advogado serão informados de que a tentativa de confirmação não foi bem-sucedida.
- Desconfie de urgência ou pressão para agir rapidamente.
- Não clique em links suspeitos: e-mails ou SMS com anexos, links para “regularizar dívidas” ou para “recebimento de valores” podem ser tentativas de golpe.
- Confira diretamente com a instituição: Se houver dúvidas sobre processos, contacte o seu advogado, órgãos públicos ou fóruns por canais oficiais.
- Use autenticação em dois fatores e mantenha o app do banco atualizado.
O que fazer se for vítima?
- Bloqueie contas: entre em contato imediatamente com o seu banco pelos canais oficiais para bloquear transações suspeitas.
- Denuncie: registre um boletim de ocorrência na polícia e informe à OAB, acessando o site https://fiscalizacao.oab.org.br.
- Compartilhe a informação: alerte familiares e amigos para evitar mais vítimas.
Lembre-se! O Banco do Brasil nunca solicita dados confidenciais por telefone, e-mail ou SMS. Processos jurídicos reais seguem trâmites formais, com notificações oficiais.
A conscientização e a precaução são as melhores formas de se proteger contra esse tipo de crime.
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