Conteúdo atualizado em 8 de janeiro de 2024

Sabrina Scolari é jornalista, mãe do Antônio, da Maria Fernanda e do Paulo. É entusiasta das comunidades digitais, da inteligência coletiva e acredita que todo mundo precisa aprender a usar a própria voz.

Sabrina Scolari

Eu tenho um filho trans*, que também é autista. É ele que me ensina como a diversidade amplia a nossa visão de mundo e ajusta o nosso foco às necessidades das pessoas. Aplicativos, lojas físicas, produtos e serviços: há uma imensidão de oportunidades para evoluir e melhorar a vida no planeta. Mas para entender, e agir, eu tive que quebrar alguns paradigmas e assumir que, em alguma parte de mim, ainda havia preconceito.

Quando meu filho disse que não se sentia feliz habitando o próprio corpo e queria o meu apoio pra se tornar um homem trans, eu reagi muito mal. Disse que era uma fase e que ia passar. Quando ele me mostrou o laudo de autismo – ele próprio buscou o especialista, eu reagi mal de novo. Questionei o resultado e a competência do profissional. A verdade é que, embora eu me declarasse ativista e entusiasta dos movimentos de diversidade e inclusão, e eu sou, eu não queria que o meu filho fosse “diferente”.

Quando a gente olha pro mundo com a perspectiva de que todos somos iguais, a gente perde a oportunidade de aprender. Na primeira vez que levei meu filho para comprar roupas numa loja de departamentos, eu tive uma surpresa. Moda masculina tem uma padronagem grande. Meu filho, na época com 17 anos, só achou roupas na seção infantil. Para facilitar, ele mesmo optou pelo provador feminino, mas como não ganhou muita atenção da funcionária, ficou triste e desistiu da compra. Ali eu entendi o que significa apoiar alguém em transição e como as marcas estavam perdendo uma oportunidade de mercado… e de se tornarem relevantes, próximas, e parte da nossa história.

Banner com fundo azul e elementos gráficos. Na direita mulher de óculos. Na esquerda seguinte texto: 
Como BB atua
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Botão: Quero conhecer

Meu filho também é autista, espectro leve, mas ainda está desenvolvendo a inteligência espacial. Para ir à faculdade ou à casa de amigos, ele usa um aplicativo que mostra o destino e o horário das linhas de ônibus, mas ele nunca sabe direito em qual lado da avenida precisa estar. O app não mostra. Vira e mexe ele pega o ônibus correto, mas na direção contrária. Hoje, eu e ele rimos disso. “Errei de novo, mãe.” “Tudo bem, você vai aprender”.

Ele também usa um app de transporte de carro, esse que todo mundo usa. Como não existe ponto de referência ou imagem de onde ele está indo – só a rota do carro de um ponto ao outro, às vezes, ele precisa da boa vontade do motorista. Você, que lê esse artigo, está com o celular na mão? Abre aí o App. Que legal seria ver a foto assim que você escolhesse “pra onde” quer ir, né?

Quando eu acolhi meu filho, com o coração e com todas as suas diferenças, eu mudei o jeito de ver a vida e de consumir aplicativos, soluções, produtos e serviços. Minha relação com as marcas mudou e a maneira que eu interajo com as pessoas também. Agora eu vejo, sabe isso? Há tantas outras coisas simples que a gente pode fazer pra ir facilitando a vida das pessoas. E é por isso que a diversidade nos times e nas empresas cria um ambiente mais criativo e inovador. Porque faz a gente ver. Obrigada meu filho, eu aprendo muito com você.

* “Transgêneros são pessoas que não se identificam com o gênero a qual foram designadas, baseado em seu sexo biológico”

Banco do Brasil: um banco mais diverso

A Valorização da Diversidade é um dos 12 compromissos Banco do Brasil com um futuro mais sustentável para as pessoas e para o planeta.
E, recentemente, o BB foi selecionado para compor a carteira do Índice de Diversidade da B3 – o iDiversa B3, pelo destaque em iniciativas que promovem a Diversidade. Tarciana Medeiros, presidenta da instituição, contou um pouco mais sobre este reconhecimento em seu perfil no LinkedIn.

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