Se você tem memórias de uma infância no campo, ou pais e avós que cresceram no meio rural, pode ser que já tenha ouvido algo como “não se fazem mais fazendas como antigamente”. 

Não mesmo. No que diz respeito à produtividade das colheitas, ainda bem! 

A imagem de uma lavoura arcaica, de trabalho braçal e extenuante, e pouca garantia de uma safra satisfatória é, cada vez mais, o retrato do Brasil rural antigo. 

A realidade do campo, em 2022, é outra. Isso porque a chamada Agricultura 4.0 chegou para ficar. 

Vem conhecer mais dessa verdadeira revolução nos campos brasileiros.

O que é Agricultura 4.0? 

Assim como a Economia 4.0, a quarta revolução na agricultura baseia-se na inovação das práticas agrícolas, com uso de tecnologia, análise de dados e maior conectividade. 

As práticas mais modernas geram benefícios evidentes aos processos: aumentam sua agilidade, trazem mais previsibilidade e garantem controle e autonomia mais precisos. 

De acordo com um estudo conjunto do Sebrae, Embrapa e Inpe, publicado em 2020, as tecnologias digitais já auxiliam 84,1% dos produtores rurais, sejam grandes, médios ou pequenos. 

Dentre as vantagens do uso da agricultura digital enumeradas no estudo, destacam-se crescimento da produtividade, aumento da qualidade de produção, redução de custos e diminuição do impacto ambiental. 

O alto percentual é fruto do investimento na modernização do campo e da coragem de inovar em uma indústria tradicional e tão relevante para a economia brasileira.  

Agritechs: futuro do campo 

Se o seu conceito de startup tem a ver com prédios modernos e escritórios coloridos na cidade grande, é hora de abrir a cabeça. Isso porque algumas delas dedicam-se a solucionar problemas e a vencer desafios ligados ao agronegócio, liderando e guiando a revolução do campo. 

Chamadas de agritechs ou, ainda, agtechs — startups dedicadas às soluções agrícolas —, elas são essenciais para a Agricultura 4.0

Essas empresas promovem uma mudança de processos ao fornecer informações valiosas, como tipo de composição do solo, qualidade da água e condições meteorológicas. Isso ajuda a tornar as decisões dos produtores mais seguras e assertivas. E a aumentar a produtividade das safras.

Como não poderia deixar de ser, o Brasil é um celeiro de agtechs. De acordo com o estudo “Radar Agtech Brasil 2020/2021”, desde 2019, o número de startups de tecnologia para o agronegócio cresceu 40%. 

Hoje, já são mais de 1.500 operando ativamente no País, concentradas principalmente nas regiões Sudeste e Sul. 

Uma delas é a FieldPRO, primeira agtech parceira do BB. Por meio da disponibilização de uma estação de inteligência climática de fácil instalação, com mais de 14 sensores, a empresa leva informações e dados climáticos e de gestão aos produtores rurais.

Outras soluções trazidas pelas agtechs são a melhoria na automação de processos, o desenvolvimento de drones especializados para o agro, a criação de novos defensivos agrícolas e a produção de bioinsumos. 

No entanto, a grande vocação da agricultura 4.0 é responder, de forma mais segura e precisa, às perguntas tradicionais dos produtores e empresários rurais.

O que plantar, onde e quando fazem parte dessas questões, que podem ser mais bem respondidas com o advento da inteligência artificial, uma grande aliada nessa revolução. Mas, para que todo esse processo aconteça, existe um passo anterior que precisa ser bem resolvido.

Conectividade, um desafio 

Se você mora em áreas rurais ou já curtiu férias em cidades pequenas, sabe bem: a conexão de internet pode ser um problema. Isso porque ligar o campo à rede Wi-Fi é um dos grandes desafios para quem deseja levar inovação ao agro. 

Embora a quantidade de usuários e pontos de conexão tenha crescido no campo, na última década, ainda são pequenos em comparação com o cenário urbano. 

Trazidos pela pesquisa TIC Domicílios, dados recentes apontam que três em cada quatro brasileiros acessam a internet, o que equivale a 134 milhões de pessoas. Desses, 32% estão no meio rural, enquanto 62% vivem nas cidades.

No entanto, esses estudos também revelam que o número de residências rurais conectadas vem crescendo. E indicam um caminho para que a revolução agrícola 4.0 alcance todo o seu potencial: são necessários investimentos em infraestrutura de rede e conexão para o campo. 

A chegada da rede 5G também pode significar um salto de conectividade, com a instalação de antenas em áreas remotas, o que pode servir de grande impulso para a Agricultura 4.0 e, em consequência, para a economia do Brasil.

Quer conhecer mais sobre o assunto e sobre o agro brasileiro? Leia nosso artigo sobre agricultura digital.

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