Sustainable Bonds. Pode até parecer um trocadilho intencional, mas nada tem a ver com o famoso espião britânico da ficção. Sustainable Bond, ou melhor, Sustainable Bonds são os Títulos Sustentáveis.
Quem escolhe realizar um investimento sustentável considera importante aplicar seus recursos em empresas que se propõem a realizar projetos com o olhar voltado para a sustentabilidade.
E essa é uma tendência que chegou para ficar. De acordo com o periódico Environmental Finance (2021), apenas em 2020, projetos que visam gerar impactos sustentáveis positivos captaram US$ 600,8 bilhões pelo mundo.
Mas o que são exatamente os Sustainable Bonds ou Títulos Sustentáveis?
Como você já leu lá em cima, Bond significa título. De maneira bem simplificada, quando um investidor adquire um título privado, ele está emprestando dinheiro para que aquela empresa realize algum projeto ou expanda seus negócios e, claro, receberá uma remuneração por isso.
E quando a gente fala em títulos sustentáveis, existem formas diferentes de classificá-los.
Pensando nos emissores, ou seja, em quem está captando os recursos, os títulos sustentáveis podem ser corporativos (de empresas), soberanos (governos nacionais) e subnacionais (emitidos por cidades, estados, agências governamentais). A gente pode conversar mais sobre essas diferenças em outro momento.
Aqui, a ideia é falar um pouco mais sobre outro tipo de classificação, aquela ligada ao objetivo, ao destino do capital, ou seja, em que aquela empresa ou governo pretende aplicar o dinheiro captado com os investidores.
E aí, nesse caso, falando no mercado brasileiro, existem os verdes, os sociais e os sustentáveis.
Os títulos verdes são aqueles que se aplicam à gestão ambiental da empresa, com projetos voltados para eficiência energética, energias renováveis, reflorestamento, logística reversa, certificação produtiva, entre outros.
Já os títulos sociais são aqueles desenhados para produtos que visam aumentar a qualidade de vida da população. Quer alguns exemplos? Habitação popular, saneamento básico, saneamento ambiental, saúde, educação, segurança, inclusão produtiva.
Os títulos sustentáveis são aqueles alinhados com os objetivos de sustentabilidade da ONU. Eles podem ser usados, por exemplo, para melhorar a gestão de recursos hídricos, preservar os oceanos, unidades de conservação e eletrificação de transportes públicos.
E na prática, como tudo isso funciona?
Até aqui, você já viu que tanto governos quanto empresas podem emitir títulos com foco em projetos sustentáveis. Mas, para tudo isso acontecer, só com critérios muito bem definidos e com a validação.
Isso significa que, antes de emitir os títulos sustentáveis, empresas e governos precisam aplicar melhores práticas e critérios internacionais de desempenho social, ambiental, sustentável ou relacionados ao desempenho. E não é só isso.
Após essa definição, uma empresa certificadora denominada second opinion — ou segunda opinião — avalia todo o trabalho. Em outras palavras, é necessário que uma entidade externa valide os projetos sustentáveis que podem emitir Títulos Sustentáveis. Só a partir daí é que o sinal verde para as captações está valendo.
Um exemplo bem legal de ligação entre estratégia da empresa e emissão de títulos sustentáveis vem da Apple. Em 2016, 2017 e 2019, ela emitiu títulos de US$ 1,5 Bi, US$ 1,1 Bi e US$ 2,2 Bi, respectivamente. E sabe como ela usou esses recursos?
Primeiro, na construção de uma nova sede, aplicando uma série de critérios de sustentabilidade. Mas não parou por aí. Ela avançou na estratégia de sustentabilidade da empresa, em frentes como uso de energia renovável, eficiência energética, eficiência hídrica, logística reversa de produtos (o descarte de produtos substituídos pelos clientes da marca) e tratamento de resíduos.
Aqui, no Banco do Brasil, os títulos de dívida sustentáveis estão na prateleira desde 2019, E para facilitar a vida de empresas com resultados socioambientais positivos na captação de investimentos, o BB estabeleceu o compromisso de originar R$ 30 bilhões em recursos sustentáveis para o Banco e para os seus clientes até 2030. Essa meta faz parte dos 10 Compromissos de Longo Prazo em Sustentabilidade, lançados em fevereiro de 2021.
E por que investir em Títulos Sustentáveis?
A resposta é bem simples. A sustentabilidade nunca esteve tão conectada com os projetos de vida e de futuro das pessoas. Juntar sustentabilidade econômica com a social, ambiental e a governança traz resultados mais duradouros para a sociedade. Além disso, poder combinar o pensar no amanhã com inteligência em investimentos pode trazer um retorno muito maior para o investidor.
Achei tudo muito interessante. Eu também posso investir em títulos sustentáveis?
O BB descomplica a jornada de quem quer investir nesse tipo de ativo. Por meio dos fundos ASG, é possível buscar oportunidades no mercado. Os recursos são investidos em empresas comprometidas com princípios Ambientais, Sociais e de Governança. Se interessou? Então aproveite para conhecer melhor.
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