Por Vicente Lo Duca, CFP®, CGA, Especialista em Estratégia de Alocação do BB

Mais uma vez fechamos o mês com bastante volatilidade nos mercados nacionais, tanto na renda fixa quanto na renda variável. Porém, a boa performance dos ativos externos no mês de outubro reforça uma das principais questões que abordamos nas nossas conversas: a necessidade de diversificação do seu portfólio. 

Analisemos os principais acontecimentos e os fechamentos dos índices, aqui e lá fora, para entender o que vem acontecendo e por que colocamos a palavra amortecimento no título deste texto.  

No Brasil, eventos como a proposta de antecipação de correção do indexador do teto de gastos via PEC dos precatórios e o entendimento pelo mercado de uma postura mais dovish do Banco Central, mesmo após o aumento de 150 bps na taxa de juros, provocaram volatilidade acima da média em todos os índices. 

Na renda fixa, o IRF-M (prefixados) fechou em -2,63%, o IMA-B (indexados à inflação) em -2,54% e o IMA-B 5 (indexados à inflação de curto prazo) em -1,24%. Já na renda variável local, o Ibovespa chegou a ter uma valorização superior a 3%, mas fechou o mês em queda de -6,74%, a maior do ano, sendo o quarto mês seguido de performance negativa.

Já no mercado externo, o índice MSCI All Country, que mede as bolsas globais, registrou alta de 5,03%, o S&P500 alta de 6,91% e o Stoxx 50, principal índice de ações da zona do Euro, alta de 5%. Esses resultados refletem o otimismo acerca da recuperação ao redor do mundo, apesar da possibilidade de inflação global, problemas regulatórios na China e crise energética.

Caro investidor, você deve se lembrar que em fevereiro este nosso artigo mensal propôs uma analogia entre investir e correr, reforçando que investimentos são como maratonas, e não corridas de 100 metros. 

Agora, retomamos a comparação entre investimentos e corrida, mas para abordar um item muito importante para ambos: amortecedor.

Ora, os maratonistas e mesmo os corredores amadores sabem que escolher um bom tênis de corrida, adequado ao tipo de pisada e com bom sistema de amortecimento, ajuda a evitar lesões e melhorar a performance.

No mundo dos investimentos não é diferente, e a performance das nossas carteiras no último mês exemplifica isso.  

Em outubro havíamos diminuído nossa exposição em renda variável local e alteramos nosso posicionamento em inflação dos vértices mais longos para os mais curtos. Essas alterações foram capazes de amortecer a performance das carteiras, impactadas pelo forte desempenho negativo dos índices internos descritos alguns parágrafos acima.

Dessa forma, nossas carteiras fecharam o mês com 0,32%, -0,29%, -0,58%, -0,62%, nas carteiras de perfil conservador, moderado, arrojado e agressivo, respectivamente. 

Como investir é maratona, quando olhamos em um horizonte de tempo maior, de 12 e 24 meses, todas as nossas carteiras performam no campo positivo, com os perfis moderado, arrojado e agressivo acima do CDI. 

Por isso, novamente reforçamos a importância da diversificação e de realizar posicionamentos táticos, analisando o cenário dos diferentes mercados e as perspectivas econômicas para obtermos, assim, o que há de melhor em um portfólio de investimentos completo e equilibrado. 

Para novembro, acreditamos que os principais temas observados em outubro continuem no radar, dentre os quais destacamos:

  • a persistência das pressões inflacionárias domésticas e internacionais
  • as discussões sobre as questões fiscais no país,
  • preço de commodities;
  • recuperação econômica global.

Dessa forma, mantemos para novembro as alocações táticas do mês anterior. E, lembre-se, estamos aqui para ajudá-lo a escolher, entre amortecedores e oportunidades, o que for ideal para o seu perfil e a sua jornada enquanto investidor. Conte com a gente. 

Consulte todas as nossas Carteiras Sugeridas na página bb.com.br/carteirasugerida

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