Como ficará o futuro do planeta se as tendências sociais e econômicas permanecerem como estão? A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o atual cenário de desigualdades sociais exacerbadas e agressões à natureza pode elevar o consumo per capita de recursos naturais em 70% até 2050. Será que a Terra aguentará tanta pressão? Não dá para imaginar o amanhã sem levar em conta uma profunda mudança de costumes na direção da sustentabilidade. E essa transformação passa pela adoção de conceitos da chamada economia verde.
O que é economia verde?
É um modelo econômico que se coloca como alternativa ao comumente adotado pela maioria dos países. Como o nome já adianta, tem foco na preservação dos recursos naturais.
A economia verde pretende tanto mitigar os efeitos danosos que a humanidade impõe ao meio ambiente na exploração de recursos quanto revisar práticas e técnicas antiquadas que ferem a natureza, além de propor inovações para melhorar a vida das pessoas e abrir oportunidades sustentáveis de negócios.
Um importante ponto de virada nesse sentido foi o lançamento da Iniciativa Economia Verde (Green Economy Initiative) pela ONU, em 2008, um programa de pesquisa criado para estimular o apoio de políticas públicas a investimentos sustentáveis.
Quais são os princípios da economia verde?
Não existe economia verde sem ciência e estudo. O eixo desse modelo alternativo envolve uma forma de se pensar os negócios abandonando o consumo indiscriminado de recursos naturais. É quando entram em cena pesquisas aprofundadas sobre como desenvolver tecnologias que dependam de baixo consumo de carbono e fontes de energia renováveis.
Mas, para chegar a esses avanços, a economia verde parte de, pelo menos, cinco princípios fundamentais que guiam práticas e ideias sustentáveis.
Vem conhecer cada um deles.
– Bem-estar social
Um dos principais objetivos da economia verde é gerar riquezas e promover o bem-estar social por meio de negócios e empregos sustentáveis.
Para tal, os investimentos se inclinam para educação, democratização do conhecimento, acessibilidade e ações voltadas à coletividade.
– Governança
Nesse sistema, a boa governança ocupa espaço central nos negócios.
Para integrar as esferas pública e privada, além da sociedade civil, as instituições atuam de forma transparente, exercendo responsabilidade social, práticas corporativas baseadas na colaboração democrática e divisão de decisões, promovendo um diálogo constante com outros setores produtivos.
– Sustentabilidade inclusiva
Outros pilares da economia verde englobam inclusão e justiça social: uma cultura de trabalho centrada nas pessoas, sem qualquer tipo de discriminação.
A ideia abrange olhar para um futuro de mais equidade e solidariedade, diminuir distâncias e desigualdades e otimizar a distribuição de oportunidades, sobretudo para povos indígenas e grupos minoritários ou subrepresentados no mercado.
– Eficiência energética
O desafio da economia verde se desenvolve na proposta de buscar a prosperidade social dentro de limites saudáveis para o planeta, porque entende que os recursos terrestres são finitos.
Toda a cadeia de consumo e produção deve e precisa ser baseada em baixo carbono, reaproveitamento e diversificação de recursos naturais. Quem polui mais deve pagar mais por isso. Quem polui menos recebe benefícios como incentivo para seguir no caminho da sustentabilidade.
– Inovação no uso dos recursos naturais
A economia verde busca não apenas proteger a biodiversidade, mas também, quando possível, restaurá-la. Parte importante desse movimento diz respeito a inovações técnicas e práticas no manejo dos recursos naturais. Também entra nessa conversa o conceito de circularidade, em que são destacados insumos recicláveis e renováveis.
Dessa forma, reduz-se a perda de biodiversidade e garante-se a retenção e recuperação de recursos, sem esgotar o que a natureza produz ou poluir o meio ambiente.
Qual a diferença entre economia verde, ASG, economia circular e sustentabilidade?
Os termos são variados, mas não concorrem entre si. Pelo contrário, são complementares e interligados.
A economia verde diz respeito a uma perspectiva macro em torno do desenvolvimento sustentável. Ela guia, em linhas gerais, tudo o que diz respeito à inovação na utilização de recursos, proteção do meio ambiente, empregabilidade, políticas públicas, investimentos e bem-estar social. É um caminho de transformação econômica para se alcançar a sustentabilidade.
Enquanto a economia verde traz uma abordagem alternativa global aos velhos modelos, a economia circular reúne estratégias e técnicas direcionadas à restauração e recuperação de recursos, redução da degradação do meio ambiente e utilização de meios renováveis. A circularidade propõe uma revisão de práticas industriais e de consumo, um dos braços da economia verde.
As práticas ASG (ambientais, sociais e de governança) – ou, no termo original, em inglês, ESG (environmental, social and governance) – também entram no guarda-chuva da economia verde, mais especificamente no setor financeiro.
A sigla reúne parâmetros que identificam e avaliam o perfil das empresas diante dos investidores. Para tal, essas companhias precisam, por meio de dados fundamentados e ações concretas, mostrar e provar que protegem o meio ambiente, promovem a cidadania e administram os negócios de forma transparente.
Que oportunidades a economia verde gera para os negócios?
Já não dá mais para pensar em crescimento econômico sem ter como parâmetro a sustentabilidade. Números mostram, no Brasil e lá fora, o impacto positivo e as oportunidades que a economia verde traz para o mundo dos negócios.
Em 2020, a rede de comunicação Bloomberg calculou aumento de 32% – recorde de US$ 1,82 trilhão – em ativos de fundos que abraçaram práticas e estratégias ASG. E o futuro também se revela promissor.
Um estudo da consultoria norte-americana McKinsey estima que a economia verde pode gerar de US$ 9 trilhões a US$ 12 trilhões de receitas até 2030 em setores como energia e transporte.
No Brasil, a preocupação com o meio ambiente também tem pautado o dia a dia das empresas. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Instituto FSB, consultou 500 grandes e médias empresas sobre o assunto: 98% dizem ter assumido pelo menos uma prática sustentável e 94% veem oportunidades de negócios na adoção dessas ações.
Pensando no futuro próximo, 63% das companhias entrevistadas disseram querer aumentar investimentos em sustentabilidade.
Banco do Brasil: a maior carteira verde do país
A Carteira de Negócios Sustentáveis (CNS) do BB é a maior carteira verde do país, reunindo operações e linhas de crédito direcionadas a financiar atividades e segmentos que apoiam negócios interessados no desenvolvimento sustentável.
Dentro dos objetivos da economia verde, a CNS busca ajudar na transição econômica para um modelo inclusivo de baixo consumo de carbono.
A sustentabilidade no Banco do Brasil
Reconhecendo seu papel como agente de transformação e sua dedicação à promoção de uma economia mais equitativa, inclusiva e com baixas emissões de carbono, o Banco revisou seus compromissos de longo prazo em sustentabilidade, que haviam sido estabelecidos em 2021. Nesse contexto, lançou a Agenda 30 BB, um Plano de Sustentabilidade que abrangerá o triênio 2023-2025.
A Agenda 30 BB contempla um total de 47 ações e 100 indicadores, todos eles refletindo o firme propósito da instituição de estar presente e relevante na vida das pessoas em todas as ocasiões. Essas ações têm como objetivo central apoiar a inclusão de milhares de brasileiros por meio do fomento de negócios sustentáveis. Para conhecer todos os compromissos assumidos pelo Banco do Brasil acesse: https://sustentabilidade.bb.com.br/
Quer saber mais sobre sustentabilidade no mundo dos negócios? Fique com a gente e explore as postagens do Blog BB sobre o assunto 🌳.
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