Por Vicente Lo Duca, CGA, CFP®, Especialista em Estratégia de Alocação do BB

Iniciamos nossa conversa deste mês parafraseando a música do conhecido grupo de hip-hop nacional Tribo da Periferia: “só aquele que resistir ao processo vai ter direito à vista mais fantástica”. Ou seja, vamos falar sobre resiliência, a habilidade de se recuperar facilmente ou se adaptar a mudanças.

Em abril, diversos eventos pressionaram os mercados, especialmente os de renda variável, tanto no Brasil quanto no exterior. Entre eles, os lockdowns na China a fim de conter avanços da Covid-19, impactando a cadeia de suprimentos globais; o reescalonamento do conflito militar na Europa; e a alta das taxas de juros por todo o mundo. Os principais índices de ações fecharam com quedas acentuadas, na ordem de -10,10% para o Ibovespa, umas das 3 maiores baixas dos últimos 60 meses, -8,80% para o S&P 500 e -8,14% para o MSCI ACWI.

Na renda fixa local, os prefixados tiveram leve queda (IRF-M -0,12%), sinalizando a possibilidade cada vez maior de estarmos nos aproximando do fim do ciclo de alta da Taxa Selic. Já os ativos vinculados à inflação continuaram apresentando ganhos, com os índices IMA-B e IMA-B 5 registrando retornos de 0,83 e 1,56% no período. Este movimento vem sendo capturado pelas nossas carteiras, que mantêm o direcionamento nos vértices curtos por meio do fundo.

Mesmo diante deste cenário adverso, as nossas carteiras mostraram resiliência, amortecendo os impactos negativos dos principais índices, e fecharam o mês com perda máxima de 0,89% na carteira Arrojada e retorno positivo na Conservadora, na ordem de 0,88%, reforçando o nosso compromisso em otimizar a relação risco versus retorno e proteger o patrimônio dos clientes mais conservadores. As demais carteiras fecharam com leve queda de -0,23% na Moderada e -0,80 na Agressiva.

Esta performance positiva da carteira Agressiva frente às outras carteiras, que assumem risco em renda variável local e exterior, é proporcionada pela seleção de produtos deste perfil, que pode assumir maior nível de risco e possui maior apetite para novas teses de investimento. Neste contexto, destacamos o fundo BB MM Espelho Legacy, cuja performance no mês foi de 5,06%, e o BB MM Global Innovation, que suavizou a queda do MSCI ACWI, com retorno de -1,65%.

Para maio, enxergamos alguns desafios à frente, no cenário tanto externo quanto interno. Destacamos como pontos de atenção: a escalada do conflito militar na Europa, com novas ofensivas russas e fornecimento americano de armas à Ucrânia; a continuidade do lockdowns na China; o avanço da inflação global; expectativas quanto à política monetária adotada pelo FED (Banco Central Americano) e BCE (Banco Central Europeu); e, diante desses fatores, o impacto na inflação local e a atuação do nosso Banco Central.

Assim, mantivemos a alocação tática do mês anterior, cujo posicionamento já havia sido reduzido para as classes de prefixados e investimento no exterior, aumentado para os multimercados, que possuem instrumentos para capturar ganhos em momentos de alta ou baixa dos mercados e neutro para renda variável local que, apesar de estar exposta aos riscos mencionados anteriormente, com a forte correção em abril e a característica de ser altamente comoditizada, pode oferecer oportunidades de entrada.

Encerramos o nosso posicionamento em ouro, estratégia que vínhamos adotando desde março, diante do início do conflito entre Rússia e Ucrânia, com a finalidade de proteção de valor da carteira dado o cenário incerto para aquele momento, apesar de o ativo historicamente apresentar considerável volatilidade. No período em que figurou nas nossas recomendações, o fundo BB MM Ouro registrou rentabilidade de 1,58%, reduzindo as perdas quando comparado ao fundo BB Bolsas Globais, cujo retorno foi de -4,49% de rentabilidade no mesmo período.

Acreditamos que o aumento da taxa de juros americana, contribuindo para o fortalecimento do dólar e a expectativa de mudança de política monetária pelo BCE, tende a pesar sobre a valorização do ativo. Como alternativa para a alocação em ouro nas nossas carteiras, optamos pela LCA e fundo BB High,  mas ressaltamos a possibilidade de manter a alocação em multimercados, com os fundos BB Macro ou BB Multiestratégia, a depender do seu perfil de investidor.

Nestes momentos de incerteza e oscilações no mercado, é importante manter-se resiliente e acreditar na visão de longo prazo. No decorrer da história, observamos que estes movimentos tendem a ser cíclicos e que ter uma carteira diversificada é a melhor estratégia para proteger os seus investimentos. Aqui no BB, você pode contar com toda a nossa equipe de especialistas para auxiliá-lo.

Consulte todas as Carteiras Sugeridas BB na página bb.com.br/carteirasugerida

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