Por Vicente Lo Duca, CGA, CFP®, Especialista em Estratégia de Alocação do BB
Na vida, como nos investimentos, contar com a imprevisibilidade pode ser algo positivo. Afinal, nem tudo que não podemos prever é realmente algo ruim. O fato é que precisamos estar preparados para os cenários que podem surgir no horizonte, sempre ponderando os desdobramentos das nossas escolhas.
Na nossa última conversa, falamos sobre os riscos que se desenhavam e explicamos o nosso posicionamento para o mês, no qual diminuímos a alocação em investimentos no exterior e incluímos em ouro. Apesar da manutenção em renda variável local, “enxergamos oportunidades de aumento no fluxo de entrada de capital estrangeiro no Brasil”.
Ao longo do mês, principalmente na segunda metade, o conflito entre Rússia e Ucrânia desacelerou. Ambos sinalizaram um caminho para possíveis acordos, o que agradou bastante aos mercados. Dessa forma, os índices de ações, como S&P 500 e MSCI ACWI performaram no campo positivo, 3,58 e 1,94% respectivamente.
Esse, de fato, não era o cenário base com o qual trabalhamos. No entanto, estávamos preparados de tal forma que, ainda assim, pudemos capturar essa mudança e entregar rentabilidade diferenciada aos nossos investidores. Explico: o movimento de reduzir a alocação em Investimentos no Exterior, redirecionando para o BB Multimercado Ouro, proporcionou a diminuição da volatilidade das nossas carteiras e ainda gerou maior retorno. O fundo MM Ouro fechou o mês com alta de 3,22%, enquanto o BB Ações Globais, o nosso fundo que busca capturar ganhos na classe Investimentos no Exterior, subiu 2,79%.
No mercado local, o Ibovespa fechou o mês com quase 120 mil pontos, representando uma alta de 6,06%, alavancada pela busca de investidores por empresas expostas a commodities, o que pode ser observado pela elevação do fluxo de capital estrangeiro. Na renda fixa, os principais índices também performaram no campo positivo, com destaque para os indexados à inflação IMA-B e IMA-B 5, com retornos de 3,08 e 2,97% respectivamente.
Diante desse contexto, as nossas carteiras fecharam o mês de março com retornos na ordem de 1,04% na Conservadora; 1,24% na Moderada; 1,60% na Arrojada; e 2,65% na Agressiva, todas superando o CDI de 0,92%. Esse cenário se repete quando analisamos o primeiro trimestre de 2022, com as carteiras performando, respectivamente, a 109, 110, 118 e 195% do CDI, que fechou a 2,42%.
Para o mês de abril, continuam no nosso radar questões, como o lockdown na China por causa do avanço da Covid-19 e os seus impactos na atividade econômica; a inflação global, motivada pela probabilidade do aperto do ciclo monetário do FED ser mais forte que o precificado pelo mercado; e os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia que, apesar da sua distensão, ainda apresenta incertezas quanto ao desfecho. Já no cenário doméstico, seguimos acompanhando a inflação, os movimentos do Banco Central e a continuidade do fluxo estrangeiro na busca por empresas e mercado comoditizados.
Dessa forma, fizemos dois pequenos ajustes nas nossas carteiras: um tático e outro na seleção de produtos para os perfis Moderado, Arrojado e Agressivo. No primeiro, aumentamos a exposição em investimentos no exterior, que havíamos reduzido consideravelmente em março. Contudo, ainda a manteremos em patamares inferiores ao do nosso modelo base.
No segundo ajuste, excluímos o fundo BB Espelho Navi Long Short da classe de renda variável e redirecionamos a alocação para o fundo BB Ações Quantitativo. Isso reflete a nossa visão um pouco mais otimista para a bolsa brasileira, que ainda pode se beneficiar do fluxo de capital estrangeiro e da valorização das commodities.
Para as demais classes de ativos, mantivemos as alocações de março, com menor exposição em Prefixados e elevação em Multimercados, que vêm obtendo boa performance ao longo do ano. Destacamos os fundos BB Macro e BB Multiestratégia dentro dos perfis Moderado e Arrojado, que obtiveram retornos de 3,57 e 4,66%. Além disso, no perfil Agressivo, o fundo BB Espelho Legacy Capital, que alcançou a rentabilidade de 10,59% no ano.
Seguimos com a nossa estratégia de proteção das carteiras com a alocação no BB Multimercado Ouro devido à incerteza diante do conflito europeu e às possibilidades de um agravamento do contexto de estagflação¹ mundial.
Caro investidor, lembre-se de que a imprevisibilidade existe, mas que a melhor forma de se proteger e aproveitar oportunidades é por meio da diversificação, equilibrando o risco e potencial de retorno. Além de, é claro, estar preparado para agir (ou optar por não agir) em momentos de estresse, sempre com muita análise e estudo.
E fique tranquilo, pois você não fará isso sozinho. Nós, especialistas do Banco do Brasil, estamos a postos para ajudá-lo nesta jornada.
Conte conosco.
Assista ao vídeo Carteiras Sugeridas de abril:
https://youtu.be/CFDRMo8aGYM
Consulte todas as nossas Carteiras Sugeridas na página bb.com.br/carteirasugerida
¹Estagnação da atividade econômica combinada com inflação.
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