Por Daniel Carvalho, gerente de soluções da BB Asset e pai da Maria Fernanda 

Quando uma criança começa a entender o que é dinheiro? Uma das etapas importantes para essa compreensão ocorre quando ela passa a ter o seu próprio dinheiro. Tão relevante quanto tê-lo é poder tomar as suas próprias decisões com ele. 

Tenho algumas lembranças de infância das minhas primeiras interações monetárias. Uma das memórias mais marcantes me remete à queda dos meus dentes de leite. Minha mãe me ensinou que, antes de dormir, bastava eu colocar o dente sob o travesseiro que a fada viria, levaria o meu dente e deixaria uma moeda ou nota em seu lugar.

Aquela história era fascinante, seja pela fada do dente que eu nunca conseguia ver, seja pelo fato de ter minhas primeiras notas de dinheiro aparecendo como mágica! Agora que tinha o meu próprio dinheiro, também poderia gastá-lo sem ter que pedir para ninguém! Mas, desde o início, percebi que ter dinheiro disponível trazia consigo um dilema. Era bacana entrar na loja de doces e poder comprar por conta própria, mas a sensação de esvaziar a carteira não era tão prazerosa assim… 

Aqui em casa não foi diferente. Minha filha Maria Fernanda tinha 5 anos quando o seu primeiro dente caiu e a fada veio dar o ar da sua graça.

Como moramos perto de um shopping, passear por lá era cotidiano. Nessa mesma época, logo na entrada, havia um quiosque de maquiagens. Na prateleira, bem à altura dos olhos dela, estava em destaque uma coleção de batons com o tema das princesas. Era evidente que aquela oferta era tentadora para a minha filha. 

Certa tarde, passando pelo tal quiosque, ela me perguntou se eu podia comprar um batom para ela. Perguntamos o preço. R$ 5. Mesmo diante dos seus olhos pidões, minha resposta foi negativa. Mas, logo em seguida, lembrei da fada do dente! Como o seu primeiro dentinho havia caído recentemente, ela havia ganhado R$ 5! Mas aquela novidade ainda não tinha sido assimilada. O dinheiro ficava guardado em uma gaveta e não era automático para ela lembrar que havia aquela disponibilidade. Assim, disse: “Filha, você não precisa me pedir pra comprar pra você! Você ganhou R$ 5 da fada do dente, lembra?”. 

Percebi que aquele seria um momento marcante. A primeira vez que ela compraria algo com os seus próprios recursos. Queria que aquela experiência fosse bem concreta e que ela assumisse todo o processo. Como Maria Fernanda não estava com o dinheiro em mãos, o mais usual seria eu “emprestá-lo”… Mas entendi que seria diferente se ela chegasse com o seu próprio dinheiro. 

Então complementei: “Filha, tive uma ideia! Podemos buscar o seu dinheiro e voltamos aqui para você comprar o batom, que tal?”. 

Nesse instante, Maria Fernanda olhou para mim, abriu a boca e com os dedos começou a checar dente por dente. Apontando para alguns deles me disse: “Pai, esses três dentes estão moles. Depois que eles caírem a gente volta aqui, tá bem?”. 

Meu coração se encheu de orgulho! Quanto conhecimento e comportamento financeiro ela estava assimilando de uma única vez! Primeiro, a sua boca havia sido contabilizada, fazia parte do seu patrimônio, cada dente era um ativo, já classificado entre aqueles mais moles, portanto, com maior a “liquidez” e os “realizáveis a longo prazo“. Ela estava exercitando a capacidade de tomar uma decisão intertemporal de consumo: por que comprar agora e ficar sem aquele dinheiro que está na minha gaveta, se eu posso comprar no futuro quando eu terei mais dinheiro?

De acordo com Piaget, um dos principais teóricos do desenvolvimento infantil, entre 2 e 7 anos, a criança está desenvolvendo a capacidade de compreender a ideia de passado, presente e futuro, bem como consolidando a compreensão sobre os sentidos e a manipulação dos objetos. Daí a importância das experiências concretas, materiais

Também acredito que a educação, em especial a educação financeira, ocorre a todo instante por meio das nossas interações sociais, bem como descrito por outro importante teórico da pedagogia, Lev Vygotsky, em sua Teoria Sociointeracionista. 

Nossas interações com os nossos filhos representam a base educacional. Inserir o dinheiro como ferramenta em dinâmicas nas quais o processo decisório seja predominantemente da criança, com a devida supervisão dos responsáveis, é algo relevante. 

Como diria Gal Costa, é preciso estar atento e forte! Não há receita de bolo nem mesmo um caminho rígido a ser seguido. Cada caso é um caso, considera o ambiente no qual estamos inseridos. O importante é exercitarmos e aprimorarmos as nossas percepções. Termos cada vez mais consciência dos nossos comportamentos, do comportamento dos nossos filhos e das nossas interações. 

Conta BB Cash e Fundo BB Cash

E como o assunto aqui é sobre os primeiros passos na vida financeira de crianças, tem duas novidades do BB que são a cara dessa galerinha. A primeira delas é a BB Cash, uma conta 100% digital e gratuita pensada com tudo o que eles precisam. Tem cartão, Pix, mesada direto na conta e muito mais. Tudo com acompanhamento dos pais e a segurança do BB.

É claro que não poderia faltar uma solução para que os pequenos possam investir uma graninha também. Junto com a conta BB Cash, também tem o fundo BB Cash, pensado para ser a porta de entrada dos jovens no mundo dos investimentos. Dá pra investir com tranquilidade a partir de apenas R$ 0,01 e pode resgatar a qualquer momento pra cobrir os gastos da conta, enquanto o dinheiro rende todo dia.

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