O que Einstein, Leonardo Da Vinci e Steve Jobs têm em comum? O jornalista norte-americano Walter Isaacson, que escreveu suas biografias, diz que o traço que conecta personalidades geniais é a inquietude.

Embora tenham vivido em tempos distintos, a mistura sutil entre ciências exatas e humanas também é um elo entre eles. E quando se fala na evolução das profissões, é possível perceber que a curiosidade humana é, de fato, um ingrediente fundamental.

O mundo caminha a passos acelerados rumo a uma nova era tecnológica. Chegamos ao que os economistas chamam de quarta revolução industrial ou indústria 4.0 – momento que deve alterar radicalmente a forma como a sociedade se comporta, interligando os ambientes físico, digital e biológico.

“Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes.”

Klaus Martin Schwab, engenheiro e economista, autor do livro “A Quarta Revolução Industrial”.

São mudanças que impactam profundamente as profissões. Dados do Relatório Futuro do Emprego 2020, do Fórum Econômico Mundial, afirmam que 65% das crianças que estão estudando hoje trabalharão em funções que atualmente não existem.

O relatório também aponta que 85 milhões de vagas serão extintas até 2025 em áreas potencialmente automatizadas. Ao mesmo tempo, essa mesma automação tem o potencial de criar 97 milhões de novas vagas. A boa notícia é que, apesar dos desafios, para quem estiver preparado, a conta fecha. 

Tendência de valorização

Um estudo realizado pela Cognizant, empresa mundial de tecnologia, aponta as profissões com maior tendência de valorização até 2029.

De fato, a maioria delas está diretamente ligada ao universo tecnológico, como engenheiro de reciclagem de dados, designer de voz UX, auditor algorítmico, agente de segurança contra os ataques cibernéticos, inspetor de risco em robôs ou designer de carros voadores.

O levantamento também sugere a valorização de diversas ocupações voltadas a questões de sustentabilidade. Com a revolução 4.0, a preocupação com o meio ambiente ganha ainda mais força.

É o caso de cargos como arquiteto de águas, que deve propor soluções hídricas para as cidades, e de consultor de fazendas verticais, que busca aprimorar esse tipo de sistema agrícola.

Agora, já imaginou trabalhar como revivalista de espécies extintas? Embora ainda controversa, a profissão já existe e promete ganhar enorme relevância à medida que a ciência avança.

Em alta

Entre as tecnologias 4.0 que moldarão os trampos do futuro, estão algumas que têm sido muito discutidas, como Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Realidade Virtual e Big Data. Certamente, você já ouviu falar delas.

E se a sua profissão não aparecer nessa lista?

Você pode estar se perguntando agora o que acontecerá com a sua profissão, caso ela não esteja relacionada a algum desses temas. É preciso ressaltar que nem todos os empregos “analógicos” serão extintos. Porém, eles precisarão se adaptar à nova realidade.

Avaliemos, por exemplo, o trabalho dos artistas: dificilmente, a tecnologia conseguirá substituir a sensibilidade humana e produzir música, poemas, peças, pinturas. No entanto, a forma como as pessoas consomem cultura mudou. E os artistas podem encontrar novas formas de criar e compartilhar suas produções com o auxílio de ferramentas digitais, como os NFTs, por exemplo. 

Da sigla em inglês, non-fungible token, os NFTs funcionam como um certificado de propriedade intelectual que torna aquele item único. É o que chamamos de cripto-colecionáveis, como aquelas figurinhas raras que se trocava para completar o álbum. Só que agora digitais. Os artistas capazes de acompanhar o movimento, podem encontrar nele uma grande oportunidade.

Profissões ligadas a habilidades de negociação, visão estratégica, relacionamento e liderança também estarão em alta, mas sempre acompanhando o movimento tecnológico. 

Nas comunicações, robôs podem atuar junto com os jornalistas na detecção e combate às fake news, além de buscar informações aprofundadas, em tempo real, para a produção de matérias.

Já na área da saúde, a tendência é uma reinvenção diária dos profissionais. Além das evoluções tecnológicas, que precisam ser acompanhadas, há uma demanda crescente pela compreensão dos pacientes de uma forma mais profunda. O desafio é não deixar que os avanços técnicos, que correm a passos largos, se sobreponham ao olhar humanizado dos profissionais da área.

“A saúde, hoje em dia, sai do âmbito só da saúde. A gente precisa de todo um ciclo para ter um atendimento em saúde adequado. Porque a saúde não é só física.”

Monalisa Nunes, médica pós-graduada em dermatologia

Como se preparar para esse amanhã hoje?

O futuro das profissões já é uma realidade. “As mudanças são tão profundas que, da perspectiva da história humana, nunca houve um momento tão promissor e, ao mesmo tempo, tão arriscado”, diz Klaus Schwab. Mas é com conhecimento e aprendizado que se caminha rumo às oportunidades.

Quer saber mais sobre o futuro do trampo?

Para poder debater, conversar e aprender mais sobre os espaços que as novas gerações ocupam e ainda vão ocupar no mercado de trabalho, o BB criou a websérie O Futuro do Trampo. Nela, é abordada a evolução de profissões e mercados de trabalho em áreas como saúde, economia criativa, direito, tecnologia da informação, sempre com uma linguagem acessível e convidados especialistas nos assuntos.

Confira os episódios da série:

Ep. 1 – O futuro da Saúde

Ep. 2 – Economia Criativa

Ep. 3 – O Futuro do Direito

Ep.4 – Tecnologia da Informação

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