A vida de um produtor de conteúdo digital vai muito além de dancinhas, publis e vídeos virais – embora muita gente ache que é só isso que eles fazem.
Para quem nasceu antes dos anos 2000 e não é nativo digital, pode ser difícil entender como uma pessoa ganha a vida criando vídeos ou postando nas redes. Mas a verdade é que o Marketing de Influência – nome formal desse mercado – movimenta algo em torno de US$ 15 bilhões, aproximadamente R$ 75 bilhões na cotação atual, segundo consultorias especializadas.
Mas, afinal, o que o produtor de conteúdo digital e o influenciador digital fazem? E por que essas atividades são muito mais complexas do que parecem?
O que é um produtor de conteúdo digital?
Quem desenvolve produção de conteúdo digital atua em várias frentes. Por definição, é aquela pessoa que cria uma mensagem (normalmente em vídeo, mas pode ser em qualquer formato multimídia) com viés de entretenimento, informação, educação ou de interesse de outras pessoas.
Claro, isso pode ser feito com danças coreografadas, filtros engraçados em redes sociais e memes. Mas também tem muito produtor de conteúdo que fala sobre assuntos mais sérios, como ciências, educação, política, esportes, economia, cultura e por aí vai.
Os conteúdos podem ser tão variados quanto o interesse das pessoas, e a capacidade de chamar e prender a atenção do público é um dos grandes triunfos dos bons produtores. Por isso, essa é uma atividade que tem muito a ver com a criatividade de quem se dispõe a ser um produtor.
Quando a mensagem criada chega a um patamar de replicação em massa (ou viraliza, como é o jargão usado nesse mercado), o produtor de conteúdo ganha mais visualizações, mais comentários, mais curtidas, mais compartilhamentos – as métricas principais consideradas “cartão de visitas” desse criador.
E quando esses números atingem as casas das dezenas de milhares, essa pessoa muda de patamar e passa a ser chamada de influenciadora digital.
O que é um influenciador digital?
O influenciador, por definição, é alguém que já tem atuação consolidada no cenário digital (redes sociais, mais especificamente) e consegue exercer algum grau de influência em seu público. Esse influenciador tem o papel de formador de opinião para os mais diversos assuntos, mas em especial nos quais ele se consolidou ao longo da jornada.
Esse papel de formação de opinião é valiosíssimo para as marcas, que buscam atrair novos clientes e consumidores utilizando a reputação desses influenciadores. O Brasil, por sinal, ocupa o topo do ranking mundial, no qual influencers são relevantes para a compra de produtos: mais de 43% da população já adquiriu algo por influência desses profissionais, segundo pesquisa da plataforma Cupom Válido, com dados das plataformas Statista e HootSuite.
Nem todo influenciador vai chegar ao patamar do comediante Whindersson Nunes ou da empresária Bianca Andrade, a Boca Rosa, para citar dois nomes bastante conhecidos e que extrapolaram o universo digital a partir da produção de conteúdo digital. Existem personalidades menos conhecidas e que são especialistas em criar conteúdos mais nichados, com segmentação bem específica e que atrai uma comunidade menor, porém mais ávida pelo consumo daquele tipo de conteúdo.
Esses profissionais se dividem em categorias:
● Nanoinfluenciadores: com até 10 mil seguidores
● Microinfluenciadores: entre 10 mil e 50 mil seguidores
● Macroinfluenciadores: entre 100 mil e 1 milhão de seguidores
● Megainfluenciadores: mais de 1 milhão de seguidores
Imagine um chef de cozinha local interessado em se tornar também um produtor de conteúdo nas redes. Ele decide gravar vídeos de suas guloseimas. Para ele, é mais interessante desenvolver conteúdos relacionados à alimentação e ao setor de serviços, pois é exatamente isso que o público dele espera que ele poste. E, dessa forma, ele vai seguir pessoas com objetivos e interesses em comum.
A lógica de nicho serve para tudo que você imaginar. Hoje, existem pessoas interessadas nos mais variados conteúdos, desde admiradores de bolinha de gude até veterinários de bichos exóticos.
Engajamento, seguidores… O que é importante para esses produtores de conteúdo digital?
O número de seguidores nas redes sociais é um fator importante para qualificar o tamanho do produtor de conteúdo e seu grau de influência. Mas essa não é a única métrica que importa para esse mercado.
Aqui entra uma palavra que ficou bastante popular com essa ascensão dos canais de conteúdo digital: o engajamento. Engajamento acontece quando um seguidor ou usuário de um canal digital realiza uma ação em um determinado conteúdo.
Um exemplo para tornar mais simples o entendimento: imagine que você postou uma foto em seu perfil em qualquer rede social. Essa foto recebeu várias curtidas, alguns comentários e foi compartilhada por outros usuários. As ações curtir, comentar e compartilhar foram feitas por outros usuários, que se engajaram em seu conteúdo. Ou seja, todas essas ações são consideradas engajamento.
E esse engajamento é importante porque é ele que vai avaliar a capacidade de o produtor de conteúdo criar coisas que sejam verdadeiramente interessantes para as pessoas. Uma ação só é feita por um usuário quando ele realmente avaliou aquele conteúdo como digno de mais do que alguns poucos segundos de atenção.
E é isso que as marcas querem dos produtores e influenciadores: que o público faça interações, aumente a familiaridade com produtos e serviços e, por fim, que isso se converta em futuras vendas ou ganhos estratégicos para uma empresa.
É possível ter uma carreira como produtor de conteúdo digital?
Agora que você já conhece as principais características desse mercado, eis a pergunta mais importante de todas: dá para ter uma carreira como produtor de conteúdo digital?
A resposta é bem mais complexa do que parece. Além de todos os elementos descritos neste texto até aqui, é preciso entender que atingir tais objetivos requer muito planejamento, disciplina e soft skills que nem todo mundo tem.
Isso não quer dizer que se tornar produtor de conteúdo ou mesmo influenciador digital seja algo para poucas pessoas que foram agraciadas com habilidades específicas. Mas também é importante ter a consciência de que essa carreira tem grandes desafios, muito além de “gravar um vídeo e postar”.
Dicas para quem quer se tornar produtor de conteúdo e influenciador digital
Não existe uma fórmula de sucesso, pois crescer nas plataformas digitais e se conectar com o público certo envolve uma série de fatores. No entanto, há algumas boas práticas que podem ajudar quem quer seguir nessa jornada.
1. Defina o seu nicho de atuação e a sua persona
Escolha bem o segmento para o qual deseja produzir conteúdo e saiba quais são as pessoas que deseja alcançar. Por exemplo, se você decidir falar sobre cabelos, pode restringir ainda mais e focar apenas em cabelos cacheados.
Essa é uma forma de criar um conteúdo mais assertivo, focado e bem direcionado.
2. Produza conteúdo relevante
Não basta tirar boas fotos e fazer vídeos bonitos, é preciso ter algo a dizer para criar uma conexão real com os seus seguidores.
Para isso, acompanhe outras páginas semelhantes à sua, consuma conteúdo sobre o nicho a ser explorado e pesquise muito na hora de criar as suas postagens. Seja um especialista no assunto!
3. Escolha e domine os canais que for utilizar
Independentemente da rede que você escolher para divulgar o seu conteúdo, é preciso entender tudo sobre ela. Além disso, escolha a rede na qual o seu público-alvo está.
Estude as ferramentas que a plataforma escolhida oferece e aprenda a usá-las para aprimorar ainda mais a sua criação.
4. Estabeleça e siga um calendário editorial
Defina quais serão as postagens da semana ou do mês (da forma que você achar melhor) por meio de um calendário. Essa é uma excelente forma de manter a constância e ter controle sobre a sua estratégia de produção.
5. Faça collab com outros influenciadores
Uma das estratégias interessantes para criadores de conteúdo são as collabs, que consistem na elaboração de conteúdo em parceria com outros produtores.
Qual a grande vantagem das collabs? Os produtores fortalecem a comunidade interessada no mesmo nicho de ambos, ampliam o engajamento e estabelecem parcerias frutíferas para os dois lados. Melhor do que ter um especialista falando sobre o assunto é ter dois.
6. Participe de tags e desafios
Aumente o seu engajamento participando de desafios que estão em alta. As tags, como por exemplo #TBT (throwback thursday), costumam surgir do nada, mas viralizam muito rápido.
Geralmente, esses desafios podem ser jogos de perguntas, danças ou alguma receita, e trazem muita visibilidade aos perfis que participam deles. No entanto, seja criterioso ao entrar em tendências: participe apenas das que têm alguma relação com o seu público.
Não tem como negar que o produtor de conteúdo digital é uma das profissões do futuro. Conhece alguém que quer ser influenciador digital? Então, compartilhe essas dicas.
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