Por Klauren Godoi – Coordenadora de processos estratégicos no Projeto Aceleração Digital do Banco do Brasil
Vivemos em um mundo dinâmico com informação abundante e facilmente acessada, o que tem transformado a forma de as pessoas buscarem conteúdo. E isso vem provocando o grande desafio de desenvolver a cultura da valorização do processo cognitivo para avaliação de situações, realização de associações, assimilação, construção e aplicação do conhecimento.
Recentemente a UniBB, por meio da Academia de Educadores, resgatou um conteúdo muito relevante não apenas para a atuação dos educadores e multiplicadores de conhecimento. O tema também se mostrou totalmente aplicável a nortear as nossas interações no trabalho, na família ou em comunidade, cujo intuito seja gerar conhecimento: a neurociência e a aprendizagem.
Isso aconteceu durante a palestra da dra. Carla Tieppo, neurocientista e professora universitária, sobre como a neurociência pode ser uma forte aliada do processo de aprendizagem.
Em sua fala, ela apresentou ferramentas para a preparação e condução do processo intencional de compartilhamento de conhecimento.
Neurociência e aprendizagem: onde a conexão acontece
Tá, mas de onde veio esse tema? O que uma coisa (neurociência) tem a ver com a outra (aprendizagem)?
A neurociência é um ramo da ciência dedicado ao estudo do sistema nervoso e suas funcionalidades. Ela explica os fenômenos cerebrais, além das reações fisiológicas.
Também busca revelar estruturas, processos e alterações no desenvolvimento. E é justamente aí que encontramos pontos importantes de conexão entre as duas disciplinas.
Ao investigar aspectos relacionados à estruturação do pensamento e da memória, a neurociência abre portas importantes para a compreensão de como pode ser possível acelerar o processo de aprendizagem.
Existem diversas maneiras de aprender e muitos jeitos de gerar estímulos para que o processo de assimilar conhecimento aconteça de forma mais eficiente.
Um bom exemplo são as jornadas emocionais, que podem ser utilizadas como ferramentas para impactar e gerar o estado de atenção no aprendiz, provocar emoções e levá-lo a construir memórias por meio das sensações experimentadas. Esse processo induz a construção de novos circuitos neuronais e impacta na aprendizagem e no comportamento.
A motivação também é um fator importante e deve estar presente durante toda a interação educacional, podendo-se fazer uso de elementos que ajudem a despertar o interesse nas pessoas.
Como vencer o desafio de estimular a atenção?
Segundo a dra. Carla Tieppo, podemos lançar mão de mecanismos atencionais, como:
– O estranhamento: no qual se traz algo diferente do convencional para provocar a quebra de expectativas.
– Dor + alívio: trazer situações difíceis, que mexam com a emoção e causem empatia, e
posteriormente a sua solução para gerar a sensação de alívio.
– Excitação: estado emocional de espera por algo desejado, ou curiosidade, ou torcida por um desfecho.
– Afeto: gerar sentimentos que remetem à ternura, ao carinho e acolhimento.
Para isso, é importantíssimo conhecer o público ao qual a sua ação educacional se destina e investir no planejamento. Soma-se a isso uma boa pitada de criatividade! Nunca deixe de refletir sobre como pode ser estimulada a emoção, mas sempre em paralelo com a razão (capacidade crítica).
Para desenvolver uma boa aprendizagem pautada pela jornada emocional, devem ser
Identificados, antes, os problemas ou as dores do público que quer atingir; investir em narrativas ou storytelling, valorizando a ligação do cérebro à biografia ou ao contexto de vida; investir na intencionalidade do processo e no agente provocador; e deixar sempre o educando em estado de alerta durante a ação educacional.
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