Cris Hoffmann – Mulher, mãe, especialista em investimentos e em diversas outras coisas aleatórias.

Cris Hoffmann

Vem chegando o fim do ano e já vai me dando aquele siricutico, uma verdadeira gastura só de pensar em festas, férias escolares, comprar presente, emagrecer cinco quilos antes de o Natal chegar, cor da roupa para o Reveillon, zilhões de afazeres concentrados em um curto espaço de tempo, como se o mundo fosse acabar em 31 de dezembro e a gente precisasse resolver tudo até lá. Deu falta de ar aí também?

Pode parecer cedo para falar sobre isso, e acho que é mesmo. Mas logo as vitrines estarão todas decoradas em vermelho, verde e dourado, vai tocar “Feliz Navidad” em tudo que é comércio e em breve, muito breve, vai aparecer alguém perguntando o que você fez (eu sei, essa piada é batidíssima, mas pra mim ela nunca perde a graça).

E pensando em simplificar essa jornada, teve uma vez em que nós tentamos fazer um amigo-secreto na família, para evitar aquele negócio de todo mundo ter que comprar presente pra todo mundo (gastando horrores de dinheiro, tempo e energia). Não funcionou, porque somente na minha casa foi seguida a regra. O restante do povo comprou o presente do amigo-secreto AND presente para todo mundo. Pense no constrangimento, chegar na festa com apenas um presente na mão e ir embora com vários. Bom, pensando bem, azar de quem não cumpriu o combinado.

A época das festas, para mim, é o período mais desgastante do ano, e o segundo mais assustador, perdendo apenas para a Páscoa nesse último quesito, quando aquelas cavernas de ovos de chocolate que fazem nos supermercados flertam com a minha claustrofobia, enquanto os locutores anunciam em (muito) alto e bom tom as promoções do dia. Deus me livre, passo longe e ainda registro meu protesto de forma muito madura, tipo “só por desaforo, vou comprar chocolate de barra”.

Às vezes eu penso que estou ficando meio rabugenta, porque sempre fui a pessoa que amaaaava essa época do ano (ah, continuo sendo, vai). Acredito que esse período (assim como a Páscoa) deveria ser preenchido de muito mais significado filosófico (e/ou religioso, para quem faz sentido) do que comercial. Mas o que vemos, de modo geral, é todo mundo enlouquecido pela pressa, pelo excesso de tudo (de compras, de comida, de bebida, de compromissos), pela impulsividade de “fazer de qualquer jeito” apenas para tirar aquilo da frente. Talvez nem seja rabugice… pode ser apenas cansaço desse ritmo tão frenético que se impõe nessa reta final do ano.

Então, aproveitando que nem a primavera chegou ainda, eu quero te fazer um convite: que tal fazer diferente nesse ano? Apenas dessa vez, começar a se planejar com antecedência, com calma, priorizando aquilo que é realmente importante para você e sua família e deixando de lado as demandas menos relevantes? Que tal parar um pouco, respirar, se equilibrar e vislumbrar qual é o seu verdadeiro desejo de Natal e Ano Novo?

Será que você quer passar esse período cercado de gente, ou apenas com poucas e importantes pessoas? Festão com glamour, ou festinha intimista? Presente para todo mundo, ou amigo-secreto? Repare que não existe uma resposta certa para essas perguntas, mas você vai saber qual é a sua melhor opção: será aquela que te trouxer paz, que deixar seu coração mais confortável, à revelia de todo o protocolo social. Com tranquilidade, é possível ter mais clareza em seu planejamento, e com mais clareza, dá para fazer tudo bem-feito, e fazer com presença. Desacelerar, para realizar.

Liste suas atividades e reflita sobre cada uma delas. Isso realmente precisa ser feito? Sou eu quem deve fazer isso? Eu quero fazer isso? Ou estou fazendo apenas por obrigação? Quem me obriga?

Programe suas compras com antecedência, seja de presentes ou de ingredientes para aquela receita especial. O planejamento permite que você faça escolhas melhores, que possa pesquisar preços e fornecedores, organizar as despesas de uma forma mais suave e ainda se envolver mais nas tarefas, se quiser. Você pode, por exemplo, demonstrar carinho ao fazer uma embalagem de presente mais elaborada do que aquela sacolinha impessoal que vem da loja. Ou investir tempo para fazer um item de decoração handmade para a ceia.

Ah, e divida as tarefas, viu? Exercite a arte da delegação. Não é uma festa para várias pessoas? Familiares ou amigos, todo mundo tem condições de ajudar um pouco, assim não fica pesado para ninguém. De que adianta organizar uma festa incrível se você não vai ter energia suficiente para usufruir dela?

Por último, mas não menos importante: viva esse momento, esteja presente de verdade. Compartilhe os preparativos com a sua família, planejem e executem juntos. Façam um making off divertido, registrando cada instante, inclusive aqueles considerados não-instagramáveis (principalmente esses, são os melhores!). Pode ser maravilhoso envolver as crianças e relembrar o real motivo pelo qual a gente se reúne nessa ocasião.

Independente da crença de cada um, essa é uma época que favorece a reflexão, o agradecimento e a revisão de metas. E só podemos aproveitar o melhor desses momentos se estivermos plenos. Ok, pleeeeeenos eu sei que é difícil, mas pensemos então em um mínimo de equilíbrio, tranquilidade e conexão.

Comece agora a fazer o melhor fim de ano da sua vida!

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