Imagine a seguinte situação: você está atrasado para um compromisso importante e sai de casa às pressas. 

Ao chegar ao local do seu compromisso, percebe que o estacionamento está cheio, mas conta com a ajuda de um aplicativo para encontrar uma vaga rapidamente. 

Em seguida, você se pergunta se apagou o fogão, se deixou alguma luz acesa ou se a TV ficou ligada. Imediatamente, você acessa o aplicativo da sua casa com seu celular e tem o controle de tudo: fogão, luzes e TV.

Há alguns anos, a cena acima poderia ser interpretada apenas como uma utopia, fruto de uma imaginação fértil, ou algo extraído do clássico desenho “Os Jetsons”, famoso nos anos 70. 

Hoje, essa situação já é uma realidade graças à Internet das Coisas (IoT). Casas já podem ter esse nível de conexão e inteligência, assim como os prédios, o trânsito e a agricultura, por exemplo.

Mas toda essa inovação não surgiu de uma hora pra outra. 

No ano de 1999, o britânico Kevin Ashton observou alguns estudos do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) sobre identificação por radiofrequência ou RFID (sigla em inglês para Radio-Frequency Identification).

Ele, então, pensou que essa seria uma boa maneira de controlar o estoque de produtos da empresa em que trabalhava, a Procter & Gamble. E deu certo! 

Hoje, por meio de etiquetas com chips de silício, dados de mercadorias são transmitidos e armazenados de forma remota e automatizada. 

Um bom exemplo desse trabalho, e que faz parte do dia a dia de muita gente, são as “tags” colocadas nos carros para abrir cancelas de pedágios, portões e estacionamentos. Essas etiquetas usam o mesmo método de identificação por meio de sinais de rádio.

E foi esse envolvimento com RFID que pavimentou o caminho para o desenvolvimento da Internet das Coisas, do original, em inglês, Internet of Things (IoT). 

O termo foi criado pelo próprio Kevin Ashton.

Curiosidade: uma torradeira ligada a um computador foi apresentada anos antes. Hoje, esse é considerado o primeiro dispositivo a usar a Internet das Coisas, mas na época não foi bem assim. 

A internet das coisas auxilia nas conexões do dia a dia

Dando um passo atrás, é bom lembrar que IoT, em essência, significa conectar “coisas” por meio da internet, utilizando sensores inteligentes como Bluetooth ou GPS, uma rede WiFi ou uma banda de dados como as do seu pacote para o celular.

A IoT seguiu um ritmo acelerado à medida que as formas de conexão evoluíram. 

Hoje, já é considerada lugar comum para alguns. Comandos como “ok, Google, mostre a previsão do tempo na TV” e “Alexa, toque a minha playlist” talvez já façam parte da sua rotina. 

Se você acha que não, que tal pensar em algumas situações?

Já que falamos em celular, é bem provável que você tenha um smartphone, e há uma boa chance de que tenha também um smartwatch.

Coisas conectadas à internet. Essa é a IoT no seu dia a dia. 

E podemos ir além: geladeiras inteligentes que avisam quando algum produto está para acabar, sistemas que fazem as suas compras online de forma automática, televisão com acesso a conteúdo online e iluminação da casa controlada por voz… 

Entramos nas chamadas smarthomes. Mais IoT em nossas vidas.

Sabe onde mais a Internet das Coisas já está enraizada? Nos sensores da Indústria 4.0. Falamos dela na nossa conversa sobre o Futuro do Trampo. Lembra?

Mas, vamos seguir em frente e ver onde nos leva o caminho dessa conexão.

Mulher segurando um tablet_ internet das coisas

A Internet do Comportamento

Pesquise alguma informação aleatória na internet pelo seu buscador preferido. 

Pouco tempo depois você vai perceber alguma publicidade, oferecendo algo bem próximo ao que você tinha buscado. Você já reparou que isso acontece, certo?

Vivemos a era da conexão plena, e a Internet das Coisas não está mais sozinha. A Internet do Comportamento, ou IoB, do inglês “Internet of Behavior”, também faz parte do seu dia. 

É esse o nome dado ao uso de todas as informações disponíveis para se detectar e influenciar justamente o comportamento das pessoas. A ideia da IoB é obter informações no chamado rastro digital. 

Rastros digitais são exatamente essas informações que as pessoas deixam pelo mundo virtual. Inclui mídias sociais, localização física captada pela geolocalização do seu celular, interações na Internet e reconhecimento facial. 

Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as empresas que buscam utilizar de IoB para obter informações sobre clientes atuais e potenciais precisam ficar atentas e cautelosas. 

Porque, na prática, com IoB é possível captar informações sobre os hábitos da vida das pessoas. 

Dessa maneira, é preciso organização e planejamento para que todos os dados estejam protegidos. 

Além disso, também é necessário promover uma conscientização das melhores práticas de uso e compartilhamento desses dados, para que todos os usuários estejam devidamente protegidos contra qualquer tipo de vazamento.

A Internet do Comportamento pode ajudar as pessoas a obter, por exemplo, informações sobre melhores taxas bancárias, um plano de saúde com valores e estrutura mais adequada para seus desejos. 

Assim como a IoT, a IoB também traz um mundo de possibilidades para pessoas e empresas.

Apoio para o mundo conectado

As tecnologias de conectividade e loT estão aí para acelerar setores estratégicos, como agricultura, saúde, indústria 4.0, cidades inteligentes e mobilidade. 

Nesse processo, o mundo fica cada vez mais conectado. Ao menos, é o que se imagina diante dos números de investimento num futuro bastante próximo. 

De acordo com relatório divulgado pela GlobalData, o segmento deve movimentar mais de 30 bilhões de dólares na América Latina até 2023. 

No Brasil, o mercado também se fortalece. O país tem até um Plano Nacional de IoT. A iniciativa partiu do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 

O plano faz parte do projeto de implementar IoT como ferramenta essencial para o desenvolvimento social brasileiro. De acordo com o estudo, o impacto na economia deve ser de US$ 200 bilhões até 2025.

E o Banco do Brasil também está nessa frente. Além do Programa Valoriza Wi-Fi, do qual vamos falar mais pra frente, o BB anunciou um investimento de R$ 40 milhões em um fundo para o desenvolvimento de startups que atuam com Internet das Coisas e conectividade. 

Um dos objetivos do BB é adotar as tecnologias que venham a ser desenvolvidas pelas empresas investidas. 

Assim, beneficia-se com a chegada de novos negócios, amplia seu envolvimento na revolução digital e oferece mais soluções para os clientes, como o assistente de voz,  que utiliza a inteligência artificial para tirar dúvidas, esclarecer sobre produtos e serviços e, até mesmo, realizar transações.

Das coisas ao comportamento, o importante é a internet em nome do progresso, da conduta e da melhoria das nossas vidas. 

Curtiu o conteúdo? Deixe abaixo o seu comentário sobre a internet das coisas que o espera para o futuro. 

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