Conteúdo atualizado em 11 de janeiro de 2024

Já ouviu falar em práticas ASG ou ESG? A sigla em português, que significa Ambiental, Social e Governança Corporativa (ASG), Environmental, Social and Corporate Governance (ESG), em inglês, ganhou um peso importante na estratégia de diversas empresas, de todos os portes, ao redor do mundo.

Os consumidores passaram a cobrar condutas mais responsáveis e igualitárias das marcas e empresas. A sociedade agora demanda uma consciência maior dos empreendedores em relação aos impactos no meio ambiente. A necessidade de maior democratização de acesso, além da inserção da diversidade de gênero no mundo corporativo ser pauta fundamental.

Com o mercado mais engajado nesses aspectos, as instituições e os investidores passaram a incorporar as práticas ASG nos seus planejamentos de negócio.

Se você também preza pela sustentabilidade como consumidor ou quer adotar uma governança corporativa mais responsável na sua empresa, é bom conhecer o tema. E ainda descobrir as tendências e principais transformações.

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Práticas ASG: como estão transformando o mundo corporativo?

Em 2004, a nomenclatura em inglês Environmental, Social and Corporate Governance (ESG) foi usada pela primeira vez em um relatório do Pacto Global da ONU. O documento, em parceria com o Banco Mundial, surgiu de uma demanda do então secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, aos 50 maiores CEOs globais de instituições financeiras, sobre como integrar, no mercado de capitais, os fatores de governança, sociais e ambientais.

Em português, a sigla ASG norteia ações mais responsáveis entre as organizações. As relações são cada vez mais pautadas por sustentabilidade, responsabilidade social e transparência nas suas políticas corporativas.

Relevância no mercado    

Apesar de terem sido criadas há quase duas décadas, as práticas ESG vêm se tornando cada vez mais relevantes. Tanto a sociedade vem demandando cada vez mais atenção ao tema, quanto as empresas têm se adaptado e, com isso, obtendo ganhos e melhorias nas suas atividades.

A sustentabilidade da empresa não importa mais apenas para cumprir leis e novas regras ambientais. Hoje ela dita a imagem perante o público, o valor diante de acionistas e até a capacidade de se manter e prosperar no futuro.

No Brasil, uma pesquisa de 2019 da Union Webster mostrou que 87% das pessoas preferem comprar de negócios sustentáveis. Como você verá a seguir, essa preferência só foi aumentando.

Impactos da pandemia

Se essa já era uma demanda crescente de mercado, a pandemia acelerou ainda mais o interesse sobre o tema. Por conta da crise sanitária e principalmente dos seus reflexos sobre a economia, aumentaram as cobranças em relação à postura socioambiental dos negócios.

Entre maio de 2020 e maio de 2022, as buscas pelo termo ESG aumentaram mais de 10 vezes no Brasil, segundo dados do Google Trends.

Perspectivas de crescimento

Um estudo da McKinsey aponta como o mercado responde rapidamente ao aumento da demanda por empresas ESG. De acordo com a consultoria, 83% dos executivos e investidores esperam que a adoção dessas práticas esteja diretamente relacionada ao aumento de valor das organizações nos próximos cinco anos.

Essa conscientização maior e os consequentes ganhos da sociedade com a adoção, por parte das empresas, dessas práticas, tornaram-nas fundamentais para os negócios. A adaptação é a melhor forma de prosperar.

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Tendências de ASG

A fim de aderir às novas demandas do mundo dos negócios e fazer parte desse movimento de transformação, é fundamental conhecer as suas tendências. Para os próximos anos, alguns temas devem atrair os interesses dos investidores que valorizam práticas sustentáveis.

Segundo estudo realizado pela consultoria Deloitte, dentre eles: redução dos gases do efeito estufa, regulamentação dos mercados de crédito de carbono, diversidade e inclusão. O mesmo documento indica que 74% das organizações com ações na bolsa planejam ampliar o seu orçamento direcionado à ASG.

O ASG é uma mudança de modelo no capitalismo

Quando se trata do tema de ASG no Brasil, o nome de Sônia Consiglio tende a ser imediatamente lembrado. Jornalista e especialista em desenvolvimento sustentável, Sônia tem, na sua carreira, passagem pelas diretorias de comunicação e sustentabilidade de instituições financeiras de peso, como o BankBoston, o Itaú Unibanco e a Bolsa de Valores B3.

Em 2016, foi eleita SDG Pioneer pelo Pacto Global da ONU, por ter trabalhado para o desenvolvimento de um mercado de ações mais transparente e sustentável na B3. A honraria é destinada àqueles líderes empresariais que tiveram reconhecida atuação em prol do desenvolvimento sustentável.

Autora do livro #vivipraver – A história e as minhas histórias da sustentabilidade ao ESG e palestrante, Sônia Consiglio fala sobre esse movimento crescente. Discorre ainda sobre o maior interesse “em produtos que alinhem o social e ambiental” e o engajamento das empresas brasileiras no tema. E sentencia: ninguém está totalmente pronto para esse tema ainda, pois é uma agenda em aberto.

Sônia Consiglio

Quais são as tendências dos fundos ASG?

Sônia: A gente já vem percebendo um movimento crescente de cinco anos para cá, com grande intensificação nos dois últimos anos da oferta de produtos de ASG nos mercados e fundos. Então não tem dúvida que tem uma expectativa de aumento. Um estudo da Moody’s diz que a expectativa do tamanho do mercado de títulos de ASG, ao fim desse ano, é de US$ 1,35 trilhão. Isso significa 15% do volume global de fundos. Em 2020, era de 6,7% e, em 2021, de 11,3%. Então sim, o mercado é comprador desses títulos. Essa pesquisa cita a tendência de aumentar o interesse em produtos que alinhem o social e o ambiental. De 2017 e 2018, foi relativamente o mesmo volume, mas, de 2019 em diante, a gente só vê os números crescendo e deve continuar assim.

Como o Brasil se coloca nessa posição em comparação com o resto do mundo? Como o país se coloca globalmente no mercado de ASG?

Sônia: Quando a gente fala de sustentabilidade como um todo, e aí eu vou falar do setor privado, as empresas brasileiras são muito engajadas e têm muitas práticas consistentes. Hoje não tem uma iniciativa global de sustentabilidade que não tenha brasileiro participando, ou mesmo liderando, do ponto de vista corporativo. Então a gente tem uma maturidade muito grande e um engajamento. Empresas têm um posicionamento muito robusto. Os investidores também têm. Mas é claro que, quando a gente fala em investimento sustentável, a Europa se destaca. Ela é o farol nessas questões, os investidores estão absolutamente dentro dessa agenda.

E o que tem de oportunidade no Brasil? Você acha que as empresas do país estão preparadas para ver essa expansão do mercado?

Sônia: Eu acho sinceramente que ninguém está preparado. Essa é uma agenda em construção na qual todo mundo está tentando fazer o melhor possível. Então a própria União Europeia começa a trazer regras para importação sem desmatamento, uma sobretaxa de carbono. São questões altamente debatidas, e todo mundo está tentando entender e encontrar o seu caminho. A gente tem discutido muito é que com a aprovação do Artigo 6 do Acordo de Paris, que cria um mercado global de carbono, essa é uma oportunidade muito interessante pro Brasil. Todos os estudos mostram a possibilidade de o Brasil atrair esses recursos, por toda a sua geografia e riqueza natural. Quanto às possibilidades no mercado de crédito de carbono, há muitos dados de que o Brasil pode crescer muito com o mercado de carbono se estabelecendo. Quando a gente fala dessa parte, das questões ambientais, tem esse possível diferencial competitivo, mas a gente precisa confirmar e trabalhar para isso. Mas é sempre bom dizer o quanto a gente tem desafios sociais. A agenda social e a desigualdade social cresceram muito na pandemia, são estarrecedoras. Então não tem almoço grátis, e não tem lição fácil. A gente está transformando um modelo de operar nesse mundo, e tudo está em construção. Mas há oportunidades na mesa interessantes para o Brasil, sim.

Quando se pensa em ESG, muitos associam a sustentabilidade ambiental. Mas você tocou no ponto de sustentabilidade social, na qual as grandes empresas no Brasil já parecem estar um pouco mais avançadas.

Sônia: Na verdade, é essa a mudança de modelo: você traz o consumidor. Eu sempre trago o exemplo de que, quando eu era adolescente, eu lavava carro sábado à tarde em casa para sair sábado à noite. Não tinha essa coisa de levar no lava-rápido, e a gente lavava o carro. Enquanto ensaboava o carro, a mangueira ficava aberta, jorrando água. Eu não era uma pessoa não preocupada com o meio ambiente, a vida era assim, e isso era comum. Hoje se a gente fizer isso vem um monte de gente falar “você tá doida, tá desperdiçando água!”. Então, o que eu entendo é que, quando a gente fala de ASG, a gente está falando de uma mudança de padrão de comportamento, consumo de compra, fazer negócio e consumir recursos. É uma mudança de modelo de capitalismo. A gente conhece muito sobre capitalismo consciente, responsável, stakeholders. No fim do dia, é tudo a mesma coisa, é um novo capitalismo que entendeu que as questões econômico-financeiras sozinhas não dão mais conta, que o ambiental e o social impactam no econômico-financeiro. Então eu mudo o jeito de fazer negócio ou daqui a pouco eu não consigo mais fazer negócios.

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Os doze compromissos do Banco do Brasil para um mundo mais sustentável

Um dos maiores bancos brasileiros não poderia ficar de fora dessa, né? Tendo em vista esse aumento da demanda por uma nova economia mais sustentável, voltada para o meio ambiente e social, sempre pensando na melhora da governança, o Banco do Brasil estabeleceu 12 compromissos no tema ASG.

Quer conhecer? Veja a seguir.

São 47 ações e 100 indicadores que refletem o propósito da instituição em ser próxima e relevante na vida das pessoas em todos os momentos, apoiando a inclusão de milhares de brasileiros por meio da geração de negócios sustentáveis.

Quer conhecer? Veja a seguir.

  • Carteira de crédito sustentável: atingir saldo de R$ 500 bilhões até 2030;
  • Fomento à Energia Renovável: atingir saldo de R$ 30 bilhões até 2030;
  • Incentivo à Agricultura Sustentável: atingir saldo de R$ 200 bilhões até 2030;
  • Ampliação da eficiência estadual e municipal: desembolsar R$ 40 bilhões em operações de crédito até 2030 em setores como agricultura, cultura, defesa civil, educação, eficiência energética e iluminação pública, esporte e lazer, infraestrutura viária, limpeza pública, meio ambiente, mobilidade urbana, saúde, segurança e vigilância sanitária;
  • Produtos de investimento sustentável: atingir saldo de R$ 22 bilhões em fundos de investimento sustentável até 2030, em alinhamento à alteração regulatória dos fundos de investimento sobre o tema;
  • Originação de recursos sustentáveis: originar R$ 100 bilhões em recursos sustentáveis para o BB e para os clientes do Banco até 2030;
  • Emissão diretas de GEE: compensar 100% das emissões do escopo 1 e 2. 100% de utilização de energia renovável – usinas próprias, mercado livre e RECs – a partir de 2023. Reduzir em 42% as emissões diretas (escopo 1) até 2030;
  • Diversidade: Alcançar 30% de mulheres em cargos de liderança no BB até 2025 e 30% de pretos, pardos, indígenas e outras etnias sub-representadas em cargos de liderança até 2025;
  • Maturidade digital: atingir 17 milhões de clientes com maturidade digital até 2025;
  • Inclusão financeira: renegociar dívidas de 2,5 milhões de clientes com renda até 2 salários mínimos até 2025. Alcançar um milhão de empreendedores, com crédito, até 2025;
  • Investimento social privado: investir R$ 1 bilhão em educação, cuidado com meio ambiente, inclusão socioprodutiva, incentivo ao voluntariado e tecnologias sociais por meio da Fundação Banco do Brasil até 2030;
  • Reflorestamento e conservação florestal: Alcançar um milhão de hectares conservados e/ou reflorestados até 2025. Reforçar práticas que promovam a recuperação de pastagens e áreas degradadas e assegurem o desmatamento ilegal zero nos financiamentos do BB.
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