Imposto de Renda sobre aplicações financeiras: o que é? Quando ocorre? Do que se alimenta? Se você já investe há algum tempo, está familiarizado com a cobrança de Imposto de Renda sobre os rendimentos dos fundos de investimentos, certo? Mas existe um tipo de tributação, específica a alguns fundos de investimentos, que se alimenta de cotas, conhecida no mercado como come-cotas.
O nome engraçadinho se refere ao fato de que o valor do imposto devido é deduzido das cotas dos fundos na hora da tributação. Mas muita atenção, porque o papo é sério: a maior parte das aplicações financeiras está sujeita às cobranças de impostos por parte da Receita Federal. Algumas acontecem direto na fonte, outras pela declaração anual do Imposto de Renda. Fato é que não há como escapar dessa obrigação, e com os fundos não é diferente.
Então, se você tem ou se interessa por aplicações em fundos de investimentos, este conteúdo é uma leitura obrigatória para entender tudo sobre o assunto.
O que é come-cotas?
Come-cotas é o nome dado à antecipação da cobrança do Imposto de Renda em alguns fundos de investimentos.
Para entender como funciona o come-cotas, é importante explicar que quando alguém investe em um fundo está, na verdade, comprando cotas, ou seja, pedaços dele. É como se fosse um condomínio de apartamentos. Você não é dono do prédio todo, mas tem um ou mais apartamentos lá.
Sendo assim, a cada seis meses, no último dia útil de maio e novembro, ocorre a tributação direto na fonte sobre o rendimento de alguns tipos de fundos. Essa cobrança é feita de maneira automática, e a instituição financeira fica responsável pelo repasse à Receita Federal, que é quem realmente cobra o imposto.
Mas o imposto incide apenas sobre os rendimentos do fundo, ou seja, o quanto a aplicação rendeu no período, e não sobre o montante total investido.
Come-cotas: como funciona?
Como já falamos, o come-cotas acontece de forma automática. O investidor não precisa se preocupar em gerar uma guia ou algo do tipo para pagar os tributos. E isso vale tanto para Pessoa Física, quanto para Pessoa Jurídica.
Na data da cobrança, que acontece sempre no último dia útil dos meses de maio e novembro, o imposto devido sobre os rendimentos é calculado, e o valor é descontado do total de cotas do fundo que você possui.
E de quanto é essa cobrança? Depende. Mas, primeiramente, vamos lembrar da tabela regressiva do Imposto de Renda. Veja a seguir:
Fundos de longo prazo
Prazo | IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
Fundos de curto prazo
Prazo | IR |
Até 180 dias | 22,5% |
Acima de 180 dias | 20% |
Em boa parte das aplicações financeiras, o IR só é cobrado no momento do resgate. O valor a ser pago é calculado com base no tempo que o dinheiro ficou aplicado, e a cobrança ocorre apenas sobre os rendimentos.
No caso do come-cotas, como a cobrança é adiantada, a Receita Federal recolhe a alíquota mínima. Ou seja, 15% nos fundos de longo prazo e 20% nos de curto prazo.
Afinal, não tem como saber quando a pessoa resgatará a aplicação. Porém, no momento do resgate, haverá a cobrança complementar sobre a rentabilidade desde o último come-cotas, variando conforme o tempo que o valor ficou aplicado (como visto tabela regressiva do IR).
Quais fundos estão sujeitos ao come-cotas?
Boa parte dos fundos de investimentos contam com incidência de come-cotas semestralmente. Entre eles estão:
● Fundos de renda fixa
● Fundos multimercado
● Fundos cambiais
Mas então, por que vale a pena investir em fundos?
Por vários motivos! Lembra do exemplo do início do texto comparando os fundos de investimentos com um condomínio de apartamentos?
Pense o seguinte: será que um único morador do prédio conseguiria construir, sozinho, uma casa com piscina, sauna, espaço pet, quadra de esportes, salão de festas gourmet e cinema? É muito provável que não. Mas, sendo cotista de um condomínio, é possível usufruir de todas essas mordomias.
Com fundos de investimentos, é mais ou menos assim: diversos investidores se reúnem para adquirir cotas e, então, conseguem ter acesso a produtos financeiros que não conseguiriam sozinhos.
Além disso, quem aplica em fundos conta com uma gestão profissional dos ativos. Os gestores são especialistas em investimentos e acompanham o mercado de perto, sempre buscando as melhores oportunidades para potencializar os retornos.
Os fundos também se destacam pela facilidade. Por meio de uma única aplicação, o investidor tem acesso a vários ativos do mercado financeiro. Isso torna esse tipo de aplicação uma excelente maneira de diversificar os seus investimentos.
O come-cotas é apenas uma forma diferente de cobrança de um imposto que é devido.
Muito além do come-cotas: descubra quais os tipos de fundos de investimentos em que você pode investir
Agora que você entendeu como funciona a tributação do come-cotas, que tal conhecer um pouco mais sobre os tipos de fundos de investimentos que existem no mercado? Há vários tipos de fundos com estratégias e características diferentes. Saber mais sobre eles vai ajudá-lo na hora de escolher os que farão parte da sua carteira de investimentos.
Primeiramente, é fundamental saber qual o seu perfil de investidor. É a partir do entendimento de quem você é, e do que busca no mundo dos investimentos, que você poderá fazer escolhas mais acertadas. Fatores como risco, possibilidade de retorno e prazo são fundamentais nessa hora.
Estar por dentro do que acontece no mercado e na economia também pode ajudá-lo a entender melhor como funciona este universo. Aqui no BB, você encontra uma série de podcasts, sobre investimentos, cenário econômico e bolsa. Confira a playlist InvesTalk BB, disponível no YouTube e Spotify.
Assim, você vai ficar por dentro das perspectivas de mercado e, é claro, dos fundos de investimentos. Tudo em um papo super legal e sem economês, com gente que sabe tudo do assunto.
Ficou mais fácil entender o que é o come-cotas? O BB o ajuda em tudo o que você imaginar e precisar. Compartilhe este conteúdo com quem ainda tem dúvidas sobre as tributações dos fundos de investimentos.
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