Existe idade certa para ensinar a criança a lidar com o dinheiro? Essa é uma dúvida comum que acomete muitas mães e pais.
Segundo Leonardo Gomes, planejador financeiro pessoal, quanto mais cedo, melhor: “Desde os 2 anos de idade, você pode ensinar o seu filho a ter um relacionamento com o dinheiro, fazendo com que isso evolua até a fase adulta”.
O consultor participou da live Educação financeira para crianças, ministrada para o projeto Primeiros Passos, da BB Seguros
Desde cedo, são ensinados hábitos às crianças pequenas, por exemplo, a familiarização com a leitura e o aprendizado de números e letras do alfabeto para que, conforme cresçam, esses costumes sejam trabalhados até se tornarem habilidades, como começar a ler, a escrever e aprender operações matemáticas.
Da mesma maneira, os conceitos básicos de finanças podem ser lecionados na mais tenra idade com o intuito de a criança desenvolver uma relação saudável e madura com o dinheiro até evoluir para uma independência financeira na vida adulta.
Porém, existem algumas crenças que limitam o aprendizado da criança. Uma delas é criá-la para receber uma herança ou um patrimônio.
Na expectativa de que os filhos iniciem a vida adulta sem grandes dificuldades, muitos pais acumulam bens destinados aos seus descendentes, mas esquecem de ensiná-los a usar essa fortuna de um modo adequado.
“Muito mais importante do que criar um herdeiro, é criar um sucessor, alguém que vai pegar tudo o que aprendeu sobre o dinheiro e transformar em algo positivo para a vida dele”, ressalta Leonardo Gomes.
Outro equívoco comum, o qual perpassa o citado anteriormente, é acreditar que a criança não tem noção da importância do dinheiro e preferir esperar que ela cresça para abordar o assunto.
Durante a live, Leonardo expôs, de forma didática, como educar financeiramente os pequenos e os adolescentes com base em três fases de vida: a primeira infância, a segunda infância, e da adolescência até a vida adulta.
Essas etapas estão conectadas entre si, e uma depende da outra para uma melhor eficiência.
Primeira fase — dos 2 aos 6 anos
A partir dos 2 anos até, mais ou menos, os 6, a criança já pode realizar algumas brincadeiras para se familiarizar com o dinheiro e o seu valor.
Por menores que possam parecer, essas pequenas ações, as quais Leonardo costuma chamar de mantras, vão internalizando as finanças de forma lúdica na vida da criança.
Ele lista três mantras principais:
1) Ensinar a criança a associar a moeda à brincadeira do cofrinho
Presenteie a criança com um pequeno cofre. Muitas escolhem um porquinho, símbolo clássico de economia, mas ele também pode ter outro formato.
Até mesmo um frasco de vidro com uma abertura na tampa é válido.
Esse primeiro contato da criança com o dinheiro deve ser, preferencialmente, por meio de uma moeda, não da nota de papel, visto que, além de ter maior valor, ela também rasga e se deteriora facilmente.
Além de o manuseio das moedas ser um excelente exercício para a coordenação motora fina, ele também ensina os pequenos a poupar.
É claro que, com 2 ou 3 anos de idade, não é possível ensinar à criança o que é Taxa Selic ou previdência privada.
A ideia é associar o dinheiro a algo lúdico a fim de que, futuramente, essa ação evolua para algo maior.
2) Ensinar a protelar uma recompensa
Deixe claro que aquelas moedas não devem ser usadas para qualquer finalidade: elas serão guardadas com a intenção de comprar um presente.
A partir do momento em que os pequenos aprenderam o ato de colocar a moeda no cofre, devem ser estipulados um objetivo para aquele dinheiro e a ocasião em que ele será retirado.
Uma boa data é o aniversário da criança. Pergunte o que ela deseja comprar e se dediquem a juntar, visando esse propósito. Isso se chama protelação financeira.
Aprender a postergar uma recompensa envolve muitas emoções, tanto da parte das crianças quanto dos adultos.
“Será que eu estou psicologicamente preparado para não ter o que eu quero agora?”. Esse exercício diminui a necessidade do imediatismo, que nasce junto com os bebês, como um instinto de sobrevivência, e permanece nos primeiros meses e até anos das suas vidas.
Porém, conforme eles crescem, tal comportamento pode ser prejudicial ao seu desenvolvimento.
3) Fazer um ritual divertido no dia da abertura do cofrinho
Quando finalmente chegar o momento de resgatar as moedas, reúna a família, contem juntos o dinheiro, e leve a criança para comprar o presente decidido previamente.
Tão importante quanto aprender a poupar, é saber gastar o dinheiro da forma adequada.
No dia da abertura do cofre, por exemplo, a data do aniversário, reúna a família, abra o cofrinho e leve a criança para comprar o presente.
Segunda fase — dos 7 aos 11 anos
Neste segundo momento, a criança já estará apta a receber o dinheiro com uma frequência definida.
Embora alguns responsáveis optem pela mesada, um mês pode parecer um tempo muito longo para essa faixa etária.
Por isso, é desejável que seja entregue nas mãos da criança uma quantia semanal, pois ela consegue administrar melhor os seus bens quando o período é mais curto.
É fundamental existir um compromisso da parte dos adultos para que a entrega seja constante e sempre no dia combinado.
Uma boa ideia é marcar a data em um calendário de fácil acesso. Esse recurso é válido a fim de controlar a ansiedade e impulsividade, bastante comuns nessa idade.
Os pais também devem explicar o conceito da semanada e que parte daquele dinheiro deve ser para gastos comuns, como algumas guloseimas, as figurinhas de álbum ou o lanche da escola, enquanto a outra parte precisa ser destinada a um fim específico.
É aqui que o conceito do cofrinho, ensinado durante a primeira infância, evolui.
Agora a criança já tem uma noção maior tanto de matemática quanto do valor do dinheiro e pode entender que, se gastar a semanada de uma só vez, não terá recursos para os próximos dias nem conseguirá guardar a fim de comprar algo mais caro no futuro.
Conforme a criança crescer e tiver mais maturidade e maior percepção de tempo, o pagamento poderá ser realizado quinzenalmente.
Terceira fase — 12 anos até chegar na faculdade
Com a chegada da adolescência, vêm também a necessidade e a urgência por autonomia da parte dos filhos.
Eles desejam ter controle sobre as suas vidas, e um bom jeito de validar tal comportamento é dando liberdade para que administrem as suas finanças.
Nessa idade, já é possível entregar o dinheiro uma vez por mês, e, do mesmo modo, o adolescente pode se comprometer mais financeiramente.
A mesada serve, por exemplo, para pagar a sua saída com os amigos e comprar alguma roupa, sapato ou jogo de seu interesse.
Caso tenha celular, ele também pode assumir o pagamento da sua conta telefônica.
“Na mesada, é importante saber o quanto o seu filho gasta e incluir o valor que ele pode poupar para algum projeto um pouco maior. A criança também deve aprender a doar”, salienta Gomes.
Ao atingir a maioridade, alguns pais optam por encerrar a mesada e estimular os filhos a buscarem algum estágio, emprego ou outra fonte de renda.
Porém, há famílias que continuam a sustentá-los durante a faculdade, com a intenção de auxiliar na compra de materiais e outras despesas estudantis e incentivá-los a focar somente nos estudos.
Não existe certo ou errado nessas escolhas, mas vale ressaltar que, neste último caso, também é importante estipular uma meta para eles atingirem a sua independência financeira completa.
A partir de quando investir? Existe um valor mínimo recomendado?
Além de ensinar a educação financeira aos filhos, alguns pais também optam por investimentos em longo prazo para garantir o futuro dos seus descendentes.
Um dos mais populares no Brasil é o plano de previdência privada.
Syllas Ramos, consultor do BrasilPrev, ressalta a importância de separar mensalmente um dinheiro para investir no futuro dos filhos: “antes de gastar, você já sabe que vai guardar”.
É fundamental que, quando receber o salário, o pai ou a mãe já destine parte da sua renda a um fundo de investimento.
O BrasilPrev Júnior é o plano de previdência ideal para quem deseja guardar um dinheiro que sirva como pontapé inicial na vida adulta ou futura carreira. E esse primeiro passo começa ainda na infância.
“Com um valor mínimo de R$ 100,00, ele é debitado automaticamente da sua conta e, sem que você tenha uma preocupação, o plano vai acumulando para você. R$ 100,00, com juros de 6%, significa R$ 45.000,00 até os 18 anos. Mas se aquela família colocar R$ 220,00, o filho ou filha receberá R$ 100.000,00 ao alcançar a maioridade”, afirma Syllas. “De pouco em pouco, fica muito fácil”, finaliza.
Após passar a vida inteira aprendendo a lidar com o dinheiro de maneira sadia, o jovem usará as ferramentas necessárias para fazer um proveito maduro e consciente do dinheiro que vier a receber.
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