Para ler esse texto completo você vai levar cerca de 120 segundos. Pouco, né? Mas é bem provável que algum alerta pisque na sua tela durante esse tempo pra competir pela sua atenção. 

Afinal, o que não passa pelas nossas telas? Pedimos comida, fazemos compras, trabalhamos, namoramos, acompanhamos as vidas de amigos, familiares e celebridades; tudo no celular, no computador ou em tablets. Já imaginou como isso aumenta a dificuldade de concentração? 

Não à toa, estima-se que, entre tarefas simultâneas, a sua atenção só seja mantida por oito segundos.

Calma! Isso não quer dizer que você só é capaz de prestar atenção durante esse tempo. Na prática, significa que, se algo não for suficientemente interessante para você em até oito segundos, é extremamente provável que você perca a atenção naquilo. 

Já parou para pensar por que tantos anúncios em plataformas de vídeos têm apenas cinco segundos?

Portanto, o desafio está lançado: quanto tempo você consegue manter a atenção enquanto lê este texto? Não pode parar para conferir as notificações no celular, hein? Valendo!

O que causa dificuldade de concentração?

Com a emergência da pandemia de coronavírus, o mundo virtual nunca foi tão real: a imposição do distanciamento social exigiu que a migração para plataformas digitais fosse ainda mais acelerada, levando a uma infodemia. 

A Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) alerta que essa profusão de informações pode prejudicar a saúde física e mental.

Por isso, é importante filtrar a informação que a gente consome: assim como os alimentos que colocamos para dentro do corpo, ela também precisa ser de qualidade para evitar a indigestão.

Oi… Você ainda está por aí? Opa, podemos continuar!

Quais são os sintomas da falta de concentração?

Com tanta informação, é comum a falta de foco das atividades. Quem nunca recorreu ao celular para aplacar o tédio, e se perdeu na distração dentro dos aplicativos e feeds de redes sociais? 

Outro sintoma da falta de concentração na era digital: para dar conta de tudo, interrompemos uma tarefa na metade para começar outra, e nessa, é difícil terminar as tarefas. É preciso estar atento a outros sinais da falta de concentração:

atrasar entregas de maneira recorrente;
desorganização;
variação de humor repentina;
repetição de palavras;
falta de foco nas tarefas cotidianas.

Sendo assim, passar cada vez mais tempo em frente às telas tem consequências não só para os olhos, mas, sobretudo, para a mente. 

É o que explica o surgimento da Síndrome do Pensamento Acelerado, quando o excesso de informações sobrecarrega o cérebro com um fluxo intenso de pensamentos, aliados à  impaciência, ansiedade e, consequentemente, comprometendo ainda mais a atenção e deixando muitas pessoas que usam esses recursos tecnológicos constantemente mais distraídas. 

O que fazer quando se tem dificuldade de concentração?

Percebeu que já está há muitos minutos distante das obrigações e perdeu o foco dentro das telas? Não tem jeito: a solução imediata é se afastar da distração. 

Uma das formas é estabelecer intervalos de atividade sem interrupção e intercalar com uma pausa mais curta para relaxar a mente. 

Outra estratégia é inverter a lógica de multitarefa e fazer uma coisa de cada vez: assim, você se compromete a cumprir aquela tarefa do começo ao fim. Concluir uma atividade traz satisfação, e cria um círculo virtuoso para você conseguir terminar as próximas. 

Diante da mesa de trabalho, com tantas demandas ao mesmo tempo, a concentração vai embora ainda mais rápido se não sabemos por onde começar. Por isso, o ideal é definir prioridades que vão sendo eliminadas da lista. 

Mais acesso, menos atenção

Essa mudança para a era digital não vem de hoje: você lembra daquele barulhinho para se conectar à internet discada, quando o acesso custava pequenas fortunas, no fim dos anos 1990? OK, Geração Z, esse parágrafo não é para vocês.

Naquele tempo, a conexão com o ambiente digital não era assim tão simples, então, a distração também era menor.

De lá para cá, muita coisa mudou. O celular deixou de ser um item de luxo e se popularizou; multiplicaram-se as facilidades como e-mail, apps, streaming e redes sociais. 

Já que ficou mais acessível se jogar no meio digital, facilitou também para que a gente se perca lá dentro, seja dividido em inúmeras abas abertas no navegador ou então mexendo no celular enquanto vê TV, por exemplo .  

Parou para pensar como a arquitetura da internet é desenhada para te distrair, pulverizando sua atenção? A ideia toda é obter o maior número de cliques. 

Para isso, os sites e recursos digitais oferecem hiperlinks, que te mandam para novas páginas e, então, instala-se um círculo vicioso na navegação. Assim, você pula de página em página, sem nem lembrar como foi cair ali. 

O cérebro acaba se moldando a esse padrão de comportamento, e entra nesse modo “multitarefas” do qual é tão difícil sair. 

Mudar o foco da atenção constantemente eleva o estresse, já que ficamos frequentemente em estado de alerta, o que leva a outros problemas. 

Sem a concentração profunda, duradoura, até mesmo a criatividade fica comprometida. 

Mais distraídos que um peixe

Nível de concentração, Foto
Pesquisa conduzida pela Microsoft revelou que o tempo médio de atenção humana caiu de 12 segundos para cerca de oito segundos em 13 anos.

E foi assim que chegamos hoje até aqui: ao invés de avançarmos como espécie, agora, nossa concentração é menor que a capacidade de manter a atenção de um peixinho dourado! O animal consegue se concentrar por até nove segundos ininterruptos.

Como tratar a falta de atenção?

Mesmo que a situação pareça complicada de contornar, já que os recursos digitais estão tão entranhados no nosso cotidiano, tem jeito de domar o próprio cérebro para turbinar a concentração e a eficiência. 

Se o cérebro pode ser exercitado como um músculo (a gente sabe que ele não é, mas é só para ajudar a explicar a ideia), você pode treiná-lo como a outros membros do corpo. 

Como tratar a falta de atenção, Foto
A mente humana pode ser treinada para driblar a falta de concentração e manter o foco.

A ideia é praticar: treinar a mente para que mantenha o foco por intervalos cada vez mais longos. 

E tem muitas opções – desde opções analógicas até o uso da própria tecnologia para controlar sua exposição a ela. Confere aqui!

1. Método Pomodoro

Método pomodoro, Foto
Técnica Pomodoro: foco total em ciclos de 25 minutos.

Essa técnica desenvolvida nos anos 1980 é bastante simples: consiste em definir um intervalo de tempo em um cronômetro, em geral 25 minutos. 

Durante esse período, você tem que se manter completamente focado na atividade que estiver fazendo, sem interrupções. Quando esse tempo acabar, você pode fazer uma pausa, para depois retomar o novo ciclo de concentração.

2. Desativar notificações

Determine o tempo em que você ficará sem receber notificações.

Com o uso de aplicativos, como o Flipd, você pode programar o tempo em que seu celular vai ficar off-line. Assim, você evita as distrações e se mantém focado até o fim das tarefas. 

3. Prática de mindfulness ou atenção plena

Prática de meditação, Foto
Vai uma meditação aí? Ela pode ser guiada ou feita de forma independente.

Essa técnica exercita a mente a manter o foco no momento presente por meio de práticas de respiração, que, assim como a meditação, pode ser guiada.

Chegou até o fim? Que bom! É sinal que sua concentração ainda é melhor que a do peixinho dourado.

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Artigo da Fiocruz: Covid-19 e infodemia

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