Levante um livro quem nunca ficou espiando o que a pessoa ao lado estava lendo. Seja no transporte, no parque ou na praia, sempre bate a curiosidade de descobrir o título daquela obra na qual o vizinho está mergulhado de forma tão compenetrada. 

Livros são portas de entrada para outros mundos. Podem nos transportar para tempos, lugares e situações distantes, tornando as férias e as viagens ainda mais especiais. 

Mas a questão que sempre vem é: qual obra ler?

É claro que vai depender do tipo de narrativa que você prefere. Por isso, reunimos dicas para todos os gostos, fôlegos e tempos livres. Escolha o seu, prepare uma cadeira confortável e embarque na aventura, seja em livro impresso ou em e-book.

Caso prefira ler uma obra em papel, lá vai uma dica extra: deixe a capa sempre à mostra, para que outras pessoas possam espiar. E se inspirar.  

Curtos — Crônicas e contos

Crônica é o gênero literário brasileiro por excelência. Começou no século XIX, com autores consagrados, como José de Alencar e João do Rio, escrevendo textos curtos para ocupar espaços vazios nos jornais. Já os contos são narrativas um pouco mais longas, com personagens e histórias mais desenvolvidas. Ambos são ideais para ler na praia, entre um coco e um picolé.

Todas as histórias do analista de Bagé (Luis Fernando Verissimo)

Verissimo é um dos grandes escritores brasileiros. Neste livro, estão reunidas as divertidas crônicas do seu famoso personagem, Analista de Bagé, um terapeuta que resolve os casos mais complicados de maneira nada ortodoxa.

Crônicas para jovens: de escrita e vida (Clarice Lispector) 

A beleza da escrita de Clarice Lispector é que ela nos leva para os meandros do pensamento da autora, tão profundo e singelo. Essa compilação traz crônicas sobre o ofício de escritora e pérolas como “Declaração de amor” e “Conversa telefônica”. 

O sol na cabeça (Geovani Martins)

 Ao ler o primeiro livro de Geovani Martins, autor que foi criado na favela e estudou apenas até o 9º ano, Chico Buarque não economizou nos elogios.  Nos contos, destaca-se a linguagem quase oral e o cotidiano dos jovens da periferia. A obra ganhou prêmios, foi traduzida para diversas línguas e, em breve, virará filme.

Nem curtos, nem longos — Novelas

Antes de mais nada, é bom deixar claro que não estamos falando dos tradicionais programas da televisão. Na literatura, novelas são textos mais longos do que contos, porém menos extensos que romances, perfeitos para aquele fim de tarde em uma rede.

O alienista (Machado de Assis)

A história, hilária, gira em torno do respeitado Dr. Simão Bacamarte, que, após uma temporada na Europa, retorna à sua Itaguaí natal, onde constrói o manicômio Casa Verde. Logo, o local fica cheio de loucos. Ou será que eles estão do lado de fora?

A morte e a morte de Quincas Berro d’Água (Jorge Amado)

Nessa pequena obra-prima, Jorge Amado conta a história de Joaquim Soares da Cunha, um cidadão exemplar que troca a vida familiar pela boemia e o nome de batismo por Quincas Berro d’Água. Após sua morte, seus companheiros de farra o arrancam do velório e partem para uma última noitada.

A metamorfose (Franz Kafka)

“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado em um inseto monstruoso”. A famosa frase de abertura desse clássico já dá uma ideia do que o leitor irá encontrar pela frente nessa obra rica, profunda e crítica do autor tcheco. Só não leia antes de dormir. 

Longos — Romances

Romances são obras literárias mais densas, recheadas de tramas paralelas e personagens profundos e bem desenvolvidos. São ótimas companhias para quem gosta de embarcar em histórias longas e envolventes, dessas que nos fazem carregar o livro para onde formos.

Kafka à beira-mar (Haruki Murakami)

Murakami é provavelmente o escritor japonês mais conhecido fora de seu país. Suas histórias trazem toques de realismo fantástico e muitas referências da cultura pop ocidental. “Kafka à beira-mar” é uma de suas obras mais consagradas. Conta a história do menino Kafka Tamura, que decide fugir de casa para escapar de uma terrível profecia. Ótimo para se ler à beira-mar. Ou em qualquer lugar.

O amor nos tempos do cólera (Gabriel García Márquez) 

Um dos mais célebres livros do autor de “Cem anos de solidão” traz a saga do poeta e sonhador Florentino Ariza, que espera cinco décadas por uma chance com a bela Fermina Daza, comprometida com o médico Juvenal Urbino de la Calle. Amor, humor, ironia e todo o fantástico universo de García Márquez estão presentes nessa grande obra.

Torto arado (Itamar Vieira Júnior)

As irmãs Bibiana e Belonísia descobrem o antigo e afiado facão da avó, com o qual começam a brincar até causarem o acidente que ligará suas vidas para sempre. Esse é o começo da história de Torto Arado, que, com sua narrativa envolvente e a abordagem de questões recorrentes no Brasil do último século, tornou-se um dos livros mais vendidos no País nos últimos anos.

Orgulho e preconceito (Jane Austen)

Escrito na Inglaterra do início do século XIX, em um contexto em que as mulheres eram raramente ouvidas, o célebre romance da escritora Jane Austen fala sobre costumes, regras e a rigidez da época, embalados em uma história de amor que atravessou os séculos.

Bônus — Romances (ainda) mais longos

Ok, entendemos, você quer mesmo dicas de “tijolões”, certo? Aqueles livros grossos e pesados, que vemos de longe na estante e levamos semanas para terminar de ler. Nós também adoramos obras assim, principalmente se tiverem protagonistas tão marcantes quanto as que indicamos a seguir. 

O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas)

Certa vez, Gabriel García Márquez classificou Edmond Dantès, o personagem principal deste livro, como um dos mais fascinantes de toda a literatura. Ele não estava errado. Ao longo de suas mais de mil páginas, essa impressionante obra mostra a transformação do pacato marinheiro no Conde de Monte Cristo, poderoso, culto e sedento de vingança contra aqueles que o aprisionaram injustamente. 

Crime e Castigo (Fiódor Dostoiévski)

Ao falarmos de personagens marcantes, não podemos deixar de citar Raskólnikov. O protagonista de “Crime e Castigo” defende a tese de que grandes homens poderiam cometer crimes e ainda assim serem absolvidos pela história. Baseado nessa ideia e carregando um profundo desprezo pela humanidade, Raskólnikov mata duas mulheres, de maneira implacável. Com enorme habilidade, Dostoiévski nos leva aos mais profundos pensamentos de seu anti-herói. 

Caso você também se interesse por livros (e filmes) sobre educação financeira, preparamos uma lista dedicada ao gênero, que você pode conferir bem aqui.

E então, gostou das nossas dicas? Que outro livro você indicaria? E que tal compartilhar essa lista com seus amigos? 

Comentários:

Seu e-mail não vai aparecer no comentário.

Carregando Comentários...