Que acessibilidade é fundamental para a inclusão social das pessoas com deficiência, ninguém duvida. Mas você já parou para pensar no impacto real que ela exerce no cotidiano?
Uma cadeira de rodas motorizada pode significar liberdade de locomoção e independência. Já um aparelho auditivo abre as portas da comunicação com o mundo e traz toda a alegria de poder se reconectar com a música e os sons do dia a dia. Tanto um quanto outro podem ser ferramentas poderosas para melhorar a autoestima.
Neste Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência (PCD), celebrado todos os anos em 21 de setembro, o Blog BB convida você a conhecer as histórias de vidas que foram transformadas por tecnologias assistivas.
Ouvindo (e vivendo) melhor
Ugenilson Queiroz convive com dificuldades auditivas desde a infância, no Rio Grande do Norte, quando adorava mergulhar em açudes. Infelizmente, a diversão dos tempos de criança não deixou apenas boas lembranças. Uma série de infecções de ouvido trouxeram algumas complicações na audição de Ugenilson. A família, de origem simples, não tinha condições de pagar um tratamento adequado. E os problemas foram se acumulando.
Ele passou por cirurgias no ouvido esquerdo durante a década de 1990, na tentativa de evitar a perda de audição, mas sem sucesso. Além de não conseguir reverter a perda gradativa da audição no ouvido esquerdo, ele começou a perceber que, aos poucos, o ouvido direito estava sendo afetado. “Foi nessa época que comecei a usar aparelho. Já estava com dificuldade de comunicação e relacionamento com as pessoas”, conta Ugenilson – que já usa aparelho auditivo há cinco anos.
Mas, recentemente, a vida desse potiguar radicado em Fortaleza deu um salto de qualidade. Há cerca de seis meses, ele conseguiu mudar o antigo equipamento por um mais novo e muito mais eficiente.
A sua esposa, Maria da Paz, foi a primeira a notar o quanto a vida do marido melhorou com o novo equipamento. “A satisfação para ele foi muito grande”, diz a assistente social.
“Ele já estava com dificuldades para ouvir. Com o aparelho antigo, tinha que fazer leitura labial. A qualidade de recepção do novo é bem melhor. Foi ótimo para o trabalho dele e para a autoestima. Ele é apaixonado por música”, completa a cearense, casada com Ugenilson há 14 anos.
Ugenilson tem gosto musical eclético e gosta de ouvir os seus artistas favoritos nas horas vagas, no conforto de casa. Ama MPB, em especial nomes como Zé Ramalho, Belchior e Alceu Valença, e escuta um pouquinho de rock – cita Lulu Santos. “Também não dispenso forró e sertanejo raiz”, acrescenta com o sorriso aberto.
A cadeira da independência e da liberdade
Estivador aposentado, João Carlos Sousa passou por um trauma recente: teve a perna direita amputada, em maio, por complicações de uma trombose causada pela diabetes. Tudo aconteceu muito rapidamente, foram menos de seis meses entre as primeiras dores, o diagnóstico e a cirurgia.
Foi um baque grande na vida dele, um homem ativo e que gostava de se exercitar – num dia qualquer, caminhava 10 km. Além do impacto emocional da amputação, João se viu diante dos desafios práticos de acessibilidade no dia a dia. Aos 61 anos, ele e a esposa, Solange, enfrentavam dificuldades para se locomover nas ruas de Santos (SP) com uma cadeira de rodas convencional.
“É complicado. Tem buraco. Tem que descer da calçada, depois subir de novo”, aponta Solange, autônoma aposentada.
Mas o cotidiano do casal ganhou contornos mais leves em julho, com a chegada de uma cadeira motorizada. “Foi o céu pra ele”, ela diz.
Se antes era difícil sair de casa sozinho, agora Sousa tem muito mais independência para se movimentar pela cidade.
“Me deu liberdade para sair, fazer as coisas, parar de ficar ocioso em casa. Consigo ir à feira, ao banco, ao mercado”, completa o santista.
Solange, 60, notou melhora até em uma das reações mais comuns após o processo de amputação. “A cadeira suavizou os problemas de uma dor fantasma que ele sentia”, explica.
A dor fantasma, apesar do nome, é uma dor muito real. Cerca de 90% das pessoas que passam pela amputação de alguma parte do corpo relatam já ter experimentado esse fenômeno. Queimação, formigamento, pontadas e até cócegas são alguns dos sintomas comuns entre quem enfrente essa dor.
Na prática, isso acontece porque, quando há uma amputação, o membro continua intacto no mapa cerebral. Em outras palavras, demora um tempo para que o cérebro se adapte à nova condição.
PCD em números e no mercado de trabalho
As histórias de Ugenilson e João Carlos são duas entre as de milhares de brasileiros que vivem com algum tipo de deficiência.
Números recentes mostram como anda a situação atual das PCDs no Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, divulgada em agosto, 17,3 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. O número corresponde a 8,4% da população acima de 2 anos de idade. E praticamente metade desse grupo (49,4%) é de idosos.
Ainda de acordo com o levantamento, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, pessoas com deficiência enfrentam dificuldades para arrumar trabalho: somente 28,3% delas acima de 14 anos se encontram no mercado. A desigualdade também é semelhante na educação. Perto de 68% não têm o ensino fundamental completo.
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